tag:blogger.com,1999:blog-18828519045069158772024-02-06T22:36:58.023-08:00MOVAUT NACIONALBlog do Movaut, Movimento Autogestionário, visando postar, analisar, discutir, divulgar, as lutas sociais no Brasil e no Mundo.Unknownnoreply@blogger.comBlogger169125tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-43682261145307432112022-11-02T09:09:00.001-07:002022-11-02T09:09:06.901-07:00AS ELEIÇÕES BRASILEIRAS DE 2022 E A MISÉRIA DA POLÍTICA INSTITUCIONAL [textos e debates]<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitlKqaGYbcKV-XiyojOQGB228R1F5_nZJSgAuDb93dbmzt77D_HAJ7w6qj0mzD-VVy_6iO8ejoC8RrD1FO4ESv2P0DyOU1bqWsQrogxdI9icqGJ2641f4F7KyCA-UZP-SZpvI2qyO5MVD-oBrXRYaRPzoZjYNjBY3nyGszXZtWKUJ6tRo-yirDzl9WqQ/s598/Saques%20politicos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="598" height="536" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitlKqaGYbcKV-XiyojOQGB228R1F5_nZJSgAuDb93dbmzt77D_HAJ7w6qj0mzD-VVy_6iO8ejoC8RrD1FO4ESv2P0DyOU1bqWsQrogxdI9icqGJ2641f4F7KyCA-UZP-SZpvI2qyO5MVD-oBrXRYaRPzoZjYNjBY3nyGszXZtWKUJ6tRo-yirDzl9WqQ/w640-h536/Saques%20politicos.jpg" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><br /></div><br /><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">AS ELEIÇÕES BRASILEIRAS DE 2022 E A
MISÉRIA DA POLÍTICA INSTITUCIONAL<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Rubens Vinícius da Silva<a href="file:///F:/09%20Movaut/Textos%20para%20Blog/Texto%20Rubens%20-%20com%20observa%C3%A7%C3%B5es.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">*</span></a></span></i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">As eleições para o próximo
presidente do Brasil chegam ao fim no próximo domingo dia 30 de outubro.
Importante iniciar este breve texto relembrando que vença quem vencer, nada
muda no interior das fábricas, das escolas, das oficinas, das lojas e dos escritórios:
somente formas de auto-organização do proletariado e demais setores
contestadores em conjunto com um projeto de superação radical do capitalismo
expressam a real alternativa diante da barbárie atual que é a sociedade
burguesa mundo afora.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Ainda assim, as eleições
presidenciais no Brasil de 2022 motivam a irracionalidade, se pautam no
moralismo e, para piorar, as correntes de opinião predominantes se fundam em
polarizações cada vez mais distantes de uma análise séria, rigorosa e
efetivamente crítica da realidade social brasileira. Estamos diante de um
cenário da política institucional (burguesa) extremamente miserável: as duas
principais candidaturas colecionam casos de assédio eleitoral, notícias falsas,
oposição bem e mal tipicamente maniqueísta e ausência de formação política
básica.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Dados os limites de espaço,
destacaremos uma face deste cenário lastimável: o dito comunismo petista e o
tal fascismo bolsonarista. Do lado dos conservantistas extremados, há quem diga
que Lula e o PT irão instalar uma ditadura comunista no país. Para os
progressistas mais fanáticos, Bolsonaro e o PL conduzirão o Brasil rumo ao
fascismo – ou já estaríamos diante dele, para alguns ainda mais imaginativos...
Desta feita, responderemos às duas seguintes perguntas, formuladas em letras
garrafais:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">EXISTE ALGUMA CHANCE DE O PT
INSTAURAR UMA DITADURA COMUNISTA NO BRASIL?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-top: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Não.
A sociedade brasileira é capitalista, fundada em relações de exploração e
dominação de classe e na ditadura oculta do capital. O comunismo não é um ideal
a ser implantado, forçosamente e por decreto, à realidade. O comunismo é
produto do movimento real da classe proletária (e seus aliados) expressando
seus interesses históricos, vinculados à superação radical das relações de
produção capitalistas, cuja dinâmica tende a abolir o conjunto das relações
sociais burguesas e sua premissa é a autonomização do proletariado. Além disso,
é importante diferenciar que o comunismo de Marx significa o autogoverno dos
produtores, a autoemancipação do proletariado que mediante a generalização de
associações revolucionárias abole suas cadeias radicais: tal processo implica
na superação do trabalho alienado, do salariato, do Estado, da divisão social
do trabalho, etc., resultando numa nova sociedade, radicalmente distinta e baseada
na superação da divisão social do trabalho, no fim das classes sociais e, por
conseguinte, de todas as relações de exploração e dominação de classe. O termo
comunismo está inserido na luta de classes e é alvo de deturpações e
apropriações por outras classes que não o proletariado. Além da deformação
burguesa, o comunismo foi historicamente apropriado pelo bolchevismo russo<a href="file:///F:/09%20Movaut/Textos%20para%20Blog/Texto%20Rubens%20-%20com%20observa%C3%A7%C3%B5es.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a>,
cuja contrarrevolução burocrática de 1917 destruiu a autêntica experiência
revolucionária dos sovietes (conselhos operários, em russo), que já em 1905 se
constituíram enquanto formas de auto-organização do proletariado e demais
setores contestadores. Lênin e os bolcheviques implantaram o taylorismo nas
fábricas, a gestão de uma pessoa só na produção, a militarização do trabalho,
além de perseguir, exterminar e abolir todas as lutas antagônicas e oposições
de expressão proletária (dentro e fora do partido: do esmagamento dos
revolucionários de Kronstadt e Guliai Pole à Oposição Operária de Kollontai e
Grupo Operário de Miasnikov). A URSS foi um capitalismo de Estado, no qual a
burguesia burocrática é a classe dominante e ao mesmo tempo extrai mais-valor
do proletariado (relação social de produção fundamental do capitalismo) e detém
o controle total do aparato estatal (principal forma de regularização das
relações sociais burguesas) e é isso que, com especificidades locais, existe em
Cuba e Coreia do Norte. No caso da Venezuela (citada pelos progressistas e
também pelos conservantistas extremados) não há sequer um avanço nas
estatizações e sim um capitalismo privado com elementos de estatização: estas
últimas não modificam as relações de propriedade e de produção capitalistas.
Pelo contrário, a metamorfose jurídica da propriedade reforça o caráter de
classe capitalista das medidas estatizantes. Marx já colocava no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Manifesto Comunista</i> que o Estado
capitalista nada mais era do que um comitê comum para gerir os negócios comuns
da burguesia, a principal associação desta classe. Somado a isso, em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Guerra Civil na França</i>, Marx percebe
na experiência histórica da Comuna provou que não basta à classe operária se
apossar do Estado e geri-lo: é preciso destruí-lo. O pseudocomunismo atribuído
aos progressistas por parte dos conservantistas mais distantes da realidade
nunca foi de interesse do PT, ex-rebento da social-democracia e atual versão
neopopulista do neoliberalismo brasileiro. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">EXISTE ALGUMA CHANCE DE O PL
INSTAURAR UMA DITADURA FASCISTA NO BRASIL?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><br />
Também não. O fascismo<a href="file:///F:/09%20Movaut/Textos%20para%20Blog/Texto%20Rubens%20-%20com%20observa%C3%A7%C3%B5es.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a> pode
ser definido como um movimento político baseado num nacionalismo expansionista/imperialista
(precisa expandir seus domínios, isso porque a vitória italiana na Primeira
Guerra não veio acompanhada de conquistas territoriais), integralista (busca a
adesão integral dos indivíduos) e totalitário (o partido fascista busca conquistar
o poder de estado e depois busca destruir os partidos políticos em geral, com o
Estado dominando todos da vida em sociedade). Ademais, se trata de uma
expressão política e doutrinária da classe capitalista em aliança com a
burocracia, sua classe auxiliar. O fascismo se manifesta por meio de diversas
organizações: partido fascista, sindicalismo fascista, movimento fascista,
doutrina fascista e emerge num contexto específico de recuo do movimento
operário na Itália. Portanto, estamos diante um fenômeno histórico específico
dos países de capitalismo imperialista. As premissas (expansionismo,
imperialismo, partido único, doutrina, estado totalitário, sindicalismo) do
fascismo são irrealizáveis em países como o Brasil, marcados pelo
desenvolvimento capitalista subordinado e pelo revezamento entre ditadura
burguesa aberta (ditadura pura e simples, como já foi durante 1964-1985 e
parece ser do interesse de Bolsonaro,<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>demais burocratas do PL e seus aliados) e ditadura burguesa oculta
(fundada na democracia burguesa, que é de vital interesse do PT e seus
aliados). O pseudofascismo alardeado pelos progressistas mais distantes da
realidade na verdade abalaria, quando muito, as estruturas da democracia
burguesa, e, sobremaneira, seus interesses de voltar ao governo e gerir a
máquina estatal, garantido a acumulação capitalista e impedindo quaisquer lutas
políticas mais amplas. Mas os arroubos ditatoriais de Bolsonaro não interessam
ao capital nacional e transnacional, pois na sociedade capitalista
contemporânea a democracia do capital oculta melhor a ditadura burguesa no
conjunto da vida social.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A verdade é que estamos vivendo, sob
a égide da democracia burguesa num estado neoliberal, a mais nua e crua
ditadura da classe capitalista. O estado neoliberal é a forma estatal adequada
ao capitalismo contemporâneo, fundado no regime de acumulação integral<a href="file:///F:/09%20Movaut/Textos%20para%20Blog/Texto%20Rubens%20-%20com%20observa%C3%A7%C3%B5es.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a>. Uma
ditadura que dissimula as relações de exploração e dominação de classes que
parecem eternas e naturais. Isso sobretudo em períodos eleitorais, nos quais as
ilusões democráticas se fortalecem, bem como a irracionalidade e a canalização
das lutas políticas para a institucionalidade burguesa dão o tom da disputa
interburocrática entre os partidos. Estes últimos, nunca é demais lembrar, só
têm um objetivo: conquistar o poder e exercê-lo, garantindo as condições
políticas e econômicas necessárias para a reprodução da sociedade capitalista.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A alternativa, por fim, e o único
caminho de enfrentamento real diante da barbárie capitalista é a luta pela
sociedade autogerida. A busca pela autonomização do proletariado, grupos e
setores contestadores, aliada ao projeto autogestionário (vinculado ao
desenvolvimento da autoformação, da luta cultural pela hegemonia proletária e
da consciência revolucionárias, para que o processo de auto-organização não
ceda a objetivos outros, vinculados à manutenção da sociedade capitalista),
marcado pela recusa de todas as organizações burocráticas e da luta pela
constituição de formas de auto-organização revolucionárias, o que pressupõe
simultaneamente o combate radical das relações de produção capitalistas
(mais-valor, divisão social do trabalho, alienação, trabalho assalariado) e a
afirmação de um novo conjunto de relações sociais. A luta é de classes e não
pode ser confundida com disputa entre partidos. Nem progressismo, nem
conservadorismo: autogestão generalizada!<o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///F:/09%20Movaut/Textos%20para%20Blog/Texto%20Rubens%20-%20com%20observa%C3%A7%C3%B5es.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">*</span></a> <span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Sociólogo e militante do Movaut – Movimento Autogestionário.</span><o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;"><a href="file:///F:/09%20Movaut/Textos%20para%20Blog/Texto%20Rubens%20-%20com%20observa%C3%A7%C3%B5es.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> Há uma ampla bibliografia </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">sobre<span style="color: black;"> este fenômeno. Para uma
introdução ao leitor brasileiro, sugerem-se as coletâneas <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Crítica Marxista ao Leninismo </i>(organizada por mim e por Gabriel
Teles) e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Marxismo Heterodoxo</i>
(organizada por Maurício Tragtenberg), bem como os livros de Maurício
Tragtenberg <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Revolução Russa </i>e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Reflexões sobre o Socialismo</i>. <o:p></o:p></span></span></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;"><a href="file:///F:/09%20Movaut/Textos%20para%20Blog/Texto%20Rubens%20-%20com%20observa%C3%A7%C3%B5es.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> A este respeito, indicamos a leitura do texto <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O que é fascismo?</i> de Nildo Viana e
publicado no número 26 da Revista Enfrentamento. Disponível em: </span><a href="https://redelp.net/index.php/renf/article/view/500/476"><span style="color: blue; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">https://redelp.net/index.php/renf/article/view/500/476</span></a><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> <o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;"><a href="file:///F:/09%20Movaut/Textos%20para%20Blog/Texto%20Rubens%20-%20com%20observa%C3%A7%C3%B5es.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> Os regimes de acumulação marcam a historicidade
do capitalismo: são formas relativamente estáveis da dinâmica da luta de
classes e do processo de acumulação capitalista, marcados fundamentalmente por
uma determinada forma de exploração capitalista (dinâmica do mais-valor e da
luta entre burguesia e proletariado, classes fundamentais do modo de produção
capitalista), determinada forma estatal e determinada forma de exploração
capitalista internacional (relações internacionais). Sobre o regime de
acumulação integral e a teoria dos regimes de acumulação, recomenda-se o estudo
das obras de Nildo Viana: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Estado,
Democracia e Cidadania </i>e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O
capitalismo na era da acumulação integral</i>.</span><span style="color: black; font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></p>
</div>
</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-9247302578120143792022-07-27T11:58:00.003-07:002022-07-27T12:21:58.864-07:00 Giro Autogestionário 06 é publicado e tematiza a questão das eleições e do reformismo<p> Giro Autogestionário 06 é publicado e tematiza a questão das eleições e do reformismo</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://drive.google.com/file/d/1iP0UjOvmFFal85RPlMDKhV-m5LJr7WhW/view?usp=sharing" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="998" data-original-width="716" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPvlj6VIS237_ky_TjShRANFkoQ1_ZhQkqcXEYvHs5KtJShBCSsVhYJYEdZuqbLWu77XeiL_4QQlMGzG_mgKZxR4LQD9WAitz2SwtwY3WGt2R9GT3VNen2Bq70EgKn5qhneemQeoNWrcU7FBkxRAWd2yFRgwYbKXcUafFBS82M3vLqDDHXoHdW1pcq/s320/Capa%20Giro%2006.jpeg" width="230" /></a></div><br /><p>Acaba de ser publicado o número 06 do Boletim do Movaut, Giro Autogestionário, que traz textos sobre a questão do reformismo, sobre a relação entre bloco revolucionário e eleições, bem como informes sobre questão do voto nulo e democracia e, ainda, imagens autogestionárias.</p><p>Para acessar, <a href="https://drive.google.com/file/d/1iP0UjOvmFFal85RPlMDKhV-m5LJr7WhW/view?usp=sharing" target="_blank">clique aqui</a>.</p>Movauthttp://www.blogger.com/profile/01162038398375977934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-58700511290494732452022-04-06T16:39:00.002-07:002022-04-06T16:43:19.272-07:00O Significado da “Greve” Feminista<p style="text-align: center;"><b><span style="font-family: times; font-size: medium;"></span></b></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUbLyA1JoJ8bFMiDQ7uApiSpDB76Wf2YJBFZXHHBt1EFwkgQpLyOv3xGQ5U2EHnYo_RNhLwrVYOEsRK5_7U1fcvd0_fP19eoB-xo2tgLSii-W0d5nxxiR0d9MOCP69tMyVCOqCv3V79Q2uWCc8YiDFVV-o0DOttQBNfbprV15cRSEjeO1Q8vohv6nOPw/s1024/d97a935f-9358-4252-ab08-154d2d56a16a.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="683" data-original-width="1024" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUbLyA1JoJ8bFMiDQ7uApiSpDB76Wf2YJBFZXHHBt1EFwkgQpLyOv3xGQ5U2EHnYo_RNhLwrVYOEsRK5_7U1fcvd0_fP19eoB-xo2tgLSii-W0d5nxxiR0d9MOCP69tMyVCOqCv3V79Q2uWCc8YiDFVV-o0DOttQBNfbprV15cRSEjeO1Q8vohv6nOPw/w640-h426/d97a935f-9358-4252-ab08-154d2d56a16a.jpeg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td></tr></tbody></table><p></p><p><span style="font-family: times; font-size: medium;"></span></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><b>O Significado da “Greve” Feminista</b></span></div><p></p><span style="font-family: times; font-size: medium;"><div style="text-align: right;">Jaciara Veiga*</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A cada 8 de março é celebrado o “Dia Internacional da Mulher”, e isso todo mundo sabe. Todavia, o que parece ser desconhecida é a verdadeira origem desta data. A origem do 8 de Março está ligada à luta de classes. Ele nasceu como um dia anual de mobilização que buscava a unidade da classe operária e seus objetivos, fossem homens ou mulheres. O "Dia Internacional da Mulher", na realidade, surge como parte do movimento pela emancipação das classes trabalhadoras em geral. A luta das mulheres proletárias, contra sua exploração e subordinação, estava associada à luta dos homens de sua classe, deixando claro, deste modo, a unidade de interesses das mulheres e homens das classes trabalhadoras. As trabalhadoras lutaram por questões comuns à classe proletária, ao mesmo tempo que apresentaram reivindicações e exigências que lhes diziam respeito enquanto mulheres, donas de casa e mães [1].</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Todavia, o 8 de Março foi apropriado e vem perdendo cada vez mais o seu significado original. Seu caráter de classe tem sido substituído por um caráter subjetivista [2], onde os interesses particulares de alguns indivíduos do grupo social das mulheres se colocam como interesses das mulheres em geral, perdendo de vista sua origem operária. Este é o caso das manifestações que tem ocorrido nesta data, como a “greve feminista”, organizada por intelectuais e ativistas feministas [3], cuja proposta é uma mobilização que una mulheres de toda parte do mundo, bem como os diferentes setores do feminismo — uma mobilização com uma “agenda comum” baseada nas “múltiplas identidades” das mulheres [4].</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E a greve, qual a sua origem? O movimento grevista surge como instrumento de luta da classe operária, e expressa uma ruptura com as relações sociais vigentes, e apontam para a constituição de uma nova sociedade. A greve é a principal forma de luta dos trabalhadores; é uma ação proletária que realiza uma mobilização e organização dos trabalhadores em determinada unidade de produção ou categoria profissional, visando despertar a consciência coletiva dos trabalhadores para as más condições de trabalho, os baixos salários etc. Geralmente, ela assume um caráter de paralisação que pode ser seguida por ocupação da unidade produtiva. Por conseguinte, os proletários além de tomarem o local de produção, também passam a produzir e gerir o processo de produção como um todo, iniciando, assim, um processo de autogestão da produção. A greve é, portanto, a forma mais eficiente de pressão operária sobre o capital, pois compromete a extração de mais-valor e a acumulação de capital, permitindo nesse processo um avanço da consciência e a constituição de novas relações sociais [5].</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Posto isso, nos perguntamos: qual o significado da “greve” feminista? O primeiro ponto a ser destacado é que a manifestação chamada de “greve”, organizada pelas feministas, é uma mobilização de parte do movimento feminino [6]. Por conseguinte, se trata de um movimento de um grupo social e não de um movimento de classe social. Os movimentos de grupos sociais são essencialmente diferentes dos movimentos de classes sociais — suas reivindicações são de caráter grupal, apesar de se articularem a alguns interesses gerais ou universais; o interesse grupal é a transformação da situação do grupo, rompendo com aquilo que gera sua insatisfação. Quanto aos interesses dos movimentos de classe, estes são, evidentemente, interesses de classes [7].</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em se tratando dos movimentos sociais, estes são hegemonizados pelas tendências conservadora e reformista, expressão do bloco dominante e do bloco progressista, respectivamente. Neste caso, diferentemente das classes sociais, não apontam para a transformação social radical. Ao contrário, colaboram com a reprodução ou com reformas no interior do capitalismo. As formas de luta assumidas pelas classes sociais são indissoluvelmente ligadas à sua existência e relação com as outras classes. A greve é uma arma de luta do movimento operário, que a utiliza por sua eficácia e porque ela atinge diretamente a classe antagônica (classe capitalista). Não é, portanto, uma negociação entre empregadores e empregados, por melhorias. Nesse sentido, podemos afirmar que os movimentos sociais não fazem greve, mas sim ocupações, manifestações, boicotes etc. [8].</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A “greve” feminista, na verdade, é uma manifestação na qual os objetivos são fundamentalmente de caráter grupal, apresentando reivindicações que supostamente seriam de interesse comum a todas as mulheres. Com isso, se oculta o pertencimento de classe das mulheres — o grupo das mulheres é heterogêneo, isto é, é composto por mulheres de distintas classes sociais que, por sua vez, gera interesses também distintos, bem como formas específicas de se manifestar. Logo, a “greve” feminista possui um fim em si mesmo, uma vez que propaga uma articulação da luta das mulheres contra sua “opressão específica”, já que esta estaria além das classes.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Uma mobilização só de mulheres, como a que é proposta pelas feministas, e que coloca os interesses específicos acima dos interesses de classe, não oferece risco ao capital, pois não compromete a extração de mais-valor e, por conseguinte, a acumulação de capital. São reivindicações que não ultrapassam os limites da sociedade capitalista, mas tão somente podem gerar microrreformas, cujo efeito é paliativo e que só atenderão a demandas específicas, reforçando a integração de parte do grupo das mulheres à lógica do capital. E isso não interfere na manutenção das relações sociais capitalistas, mas tão somente consolida e reforça as relações de classes, que são fundamentadas na exploração, dominação e alienação.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A greve operária é a principal forma de luta da classe operária (classe revolucionária de nossa época, e que é composta por homens e mulheres). Seu vínculo com o processo de transformação radical da sociedade capitalista está explícito tanto nos seus objetivos, quanto em si mesma, pois esboça novas relações sociais, novas formas de auto-organização, desenvolvimento de novos valores, bem como da consciência revolucionária. Já a “greve” feminista não passa de uma ilusão, uma apropriação e deformação do principal instrumento de luta da classe operária, em prol de interesses das próprias feministas, que é o de amortecer os conflitos de classe, diluindo-os em questões de ordem individual (grupal), despolitizando as lutas sociais.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A luta das mulheres das classes trabalhadoras deve continuar sendo ao lado de seus companheiros de classe, e esta, por sua vez, deve estar articulada ao projeto autogestionário. Somente a articulação com o proletariado revolucionário e setores contestadores, em torno da luta autogestionária (na forma de autogestão das lutas, criação de organizações autárquicas etc.), é que se poderá alcançar a sociedade futura e radicalmente diferente, ou seja, a sociedade autogerida.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Notas:</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">* Militante Autogestionária.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[1] Sobre a origem do dia internacional da mulher Cf.: <a href="https://jacobin.com.br/2021/03/as-origens-socialistas-do-dia-internacional-da-mulher/">https://jacobin.com.br/2021/03/as-origens-socialistas-do-dia-internacional-da-mulher/</a>; <a href="https://jacobin.com.br/2021/03/as-origens-socialistas-do-dia-internacional-da-mulher/">https://jacobin.com.br/2021/03/as-origens-socialistas-do-dia-internacional-da-mulher/</a>; <a href="http://movaut.blogspot.com/2021/03/o-dia-internacional-da-mulher.html#more">http://movaut.blogspot.com/2021/03/o-dia-internacional-da-mulher.html#more</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[2] O dia das mulheres é ressignificado pelo paradigma subjetivista (ou subjetivismo). “O subjetivismo é um paradigma que coloca o sujeito como eixo fundamental da análise e que se desdobra na ideia de pluralismo (ou diferença, entre outros nomes possíveis) do sujeito cognitivo, fragmentação da realidade e saber fragmentado. (Cf.: Hegemonia Burguesa e Renovações Hegemônicas, Nildo Viana, 2019); O subjetivismo joga para o sujeito a responsabilidade da produção de ideias, de ação política, etc. O sujeito pode ser tanto o indivíduo do liberalismo e neoliberalismo, quanto os grupos sociais que se tornam “múltiplos sujeitos”, que segundo muitos poderiam ser “revolucionários”, mas segundo a maioria, devem falar por si mesmos. Assim, as ideologias filiadas ao paradigma subjetivista, como o neoliberalismo, pós-estruturalismo, multiculturalismo, bem como as diversas formas de manifestação do culturalismo, apontam para a ideia de que são os sujeitos, seus desejos, suas necessidades, sua ação, sua razão, seus sentimentos, sua identidade, que constituem o elemento fundamental e que explicam os movimentos sociais, os indivíduos etc. (Cf.: VIANA, 2018).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[3] A primeira “greve” foi impulsionada pelo coletivo argentino Ni Una Menos, composto por escritoras, poetas, editoras, jornalistas, artistas e acadêmicas que se uniram para lutar contra a “violência de gênero” (Cf.: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=bG1S8prJ-wI&t=112s&ab_channel=TheInterceptBrasil">https://www.youtube.com/watch?v=bG1S8prJ-wI&t=112s&ab_channel=TheInterceptBrasil</a>).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[4] O feminismo aparece como “movimento universal” em favor de todas as mulheres, defendendo uma suposta unidade e desconsiderando as diferenças existentes entre elas; não leva em consideração as diversas diferenças existentes entre elas, mas ao contrário, se baseia nas semelhanças, defendendo uma suposta unidade entre as mulheres. As mulheres estão divididas em classes sociais, entre outras divisões que promovem várias diferenças e interesses, derivados de seu pertencimento de classe, entre outras subdivisões. Entre as mulheres não existe uma unidade, elas não formam um movimento homogêneo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[5] Não estamos tratando aqui das greves legalizadas e impulsionadas pelas organizações burocráticas, tais como sindicatos, partidos (que são eleitorais, oportunistas, salariais), mas sim, das greves radicais que são instrumentos de luta da classe operária contra a exploração e o trabalho alienado (Cf.: <a href="https://www.academia.edu/41945207/A_Greve_Como_Direito_Coletivo_dos_Trabalhadores">https://www.academia.edu/41945207/A_Greve_Como_Direito_Coletivo_dos_Trabalhadores</a>; <a href="http://www.afoiceeomartelo.com.br/posfsa/autores/Viana,%20Nildo/Manifesto%20Autogestionario%20Nildo%20Viana.pdf">http://www.afoiceeomartelo.com.br/posfsa/autores/Viana,%20Nildo/Manifesto%20Autogestionario%20Nildo%20Viana.pdf</a>).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[6] O movimento feminino, uma vez consolidado, gera ramificações, e estas são derivações dele, mas não ele em sua totalidade. Este é o caso do feminismo, uma ramificação cultural hegemônica do movimento feminino, e que se apresenta como sendo ele em sua totalidade. Ao falarmos de movimento de mulheres, logo vem à mente o “movimento feminista”. Sua hegemonia no interior do movimento feminino tem influenciado nos objetivos, forma de mobilização e insatisfação das mulheres. No entanto, não podemos confundir o movimento social em sua totalidade, o movimento feminino, com sua ramificação, o feminismo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[7] Os movimentos sociais tendem a lutar pela transformação situacional, ou seja, pela transformação da situação do grupo social que constitui o movimento social específico (Cf.: <a href="https://redelp.net/revistas/index.php/rel/article/view/122">https://redelp.net/revistas/index.php/rel/article/view/122</a>).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[8] “As relações entre os grupos sociais não são antagônicas, ou seja, não são fundamentadas na exploração e dominação, como no caso das classes fundamentais. Mesmo no caso das demais classes sociais, subsiste a diferença na relação, pois ela é determinada diretamente pela divisão social do trabalho e distribuição de riqueza na sociedade e não indiretamente. A relação das classes sociais ocorre via divisão social do trabalho e a dos grupos sociais em outras formas de relações sociais. Essa é uma diferença essencial e constitui todas as demais diferenças, tais como interesses, formas de ação etc.” (Cf.: <a href="https://redelp.net/revistas/index.php/rel/article/view/122">https://redelp.net/revistas/index.php/rel/article/view/122</a>).</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><p><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><br /></p>Mateus Alveshttp://www.blogger.com/profile/08695937643707100616noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-51005950469890397082022-03-13T03:52:00.001-07:002022-03-13T04:04:46.957-07:00Giro Autogestionário 02 publicado!<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjFJrEdMrzOa_VouTKZ6_gUfo8mtB7J7UjRDNIbfWdJlh3OKn3uwmJD1m15O7theqf6I8AuVSTqJGQkkyzu7EIRSQufEFm4C1odNeDkP5TFJjLR4PnGIwl9EeDq0yXn1Y3GtmMR4oPKY8wVf_kEYa_mAr2ibrLl6mkmS3ERfsut3_B4mXROO2LJS3Ditg=s11030" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="11030" data-original-width="7895" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjFJrEdMrzOa_VouTKZ6_gUfo8mtB7J7UjRDNIbfWdJlh3OKn3uwmJD1m15O7theqf6I8AuVSTqJGQkkyzu7EIRSQufEFm4C1odNeDkP5TFJjLR4PnGIwl9EeDq0yXn1Y3GtmMR4oPKY8wVf_kEYa_mAr2ibrLl6mkmS3ERfsut3_B4mXROO2LJS3Ditg=w286-h400" width="286" /></a></div><br /><p></p><p>O Movaut acaba de lançar o segundo número do seu boletim "Giro Autogestionário", que traz, além de informes, quadrinhos sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, um artigo de opinião sobre este conflito e um editorial que trata da questão da informação e sua função de reprodução do capitalismo. </p><p>Veja alguns trechos:</p><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgvNdHcBbuS30sgsSR4_ESUL0jmMUyc2Z2OEAeV4UYv7Gy-4refluloVEwCBZGR2_eLH4bUhD7TCBpsF6W_bvEm_22VNSyC3CvBTypGcqtvsh8hEtqTe9-61FFKkN5GmXLNaDoS3YZqcCRq_UyIh4n3Cr3aTJN0fowVYllo9nxzu8h0GDdW7yotdcH5DQ=s1080" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgvNdHcBbuS30sgsSR4_ESUL0jmMUyc2Z2OEAeV4UYv7Gy-4refluloVEwCBZGR2_eLH4bUhD7TCBpsF6W_bvEm_22VNSyC3CvBTypGcqtvsh8hEtqTe9-61FFKkN5GmXLNaDoS3YZqcCRq_UyIh4n3Cr3aTJN0fowVYllo9nxzu8h0GDdW7yotdcH5DQ=s320" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjZ8xVOdxLtXEy1OfU_6uM-nE8P19XEm3fCGpc2V5wIQSZFGqGAKTdTCwYoECAK9vF4CUgBO9heX-ZE27s-NZXNH8M0Sh74oFbr5UI2G5ByqdlKYT2mD2NDW5cfvRrYNrNL4l7L-sJkXBOX1YIXksi91XEO-s0noLdHG7FeKOmvgTpMWauQeoiGIP15uw=s1080" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjZ8xVOdxLtXEy1OfU_6uM-nE8P19XEm3fCGpc2V5wIQSZFGqGAKTdTCwYoECAK9vF4CUgBO9heX-ZE27s-NZXNH8M0Sh74oFbr5UI2G5ByqdlKYT2mD2NDW5cfvRrYNrNL4l7L-sJkXBOX1YIXksi91XEO-s0noLdHG7FeKOmvgTpMWauQeoiGIP15uw=s320" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgwSiF3fg-jh6A5Mc6TRlTPc3CM8YoG7PZLFdBVYOkOl6g6GMDExpUFZhMNjJ2-dCetyDPB-79snGooyMYqmM-XN_LGG6vQlq0G7kG3PyqjefucJyRVXktjcqcBfGdME-0NTONcmd2AUNdX5yoUiGAzXiyjkyDQ-wCYNMLe50r_-B4PicTK4lWWdDJ8QQ=s1080" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgwSiF3fg-jh6A5Mc6TRlTPc3CM8YoG7PZLFdBVYOkOl6g6GMDExpUFZhMNjJ2-dCetyDPB-79snGooyMYqmM-XN_LGG6vQlq0G7kG3PyqjefucJyRVXktjcqcBfGdME-0NTONcmd2AUNdX5yoUiGAzXiyjkyDQ-wCYNMLe50r_-B4PicTK4lWWdDJ8QQ=s320" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p>Leia o boletim <a href="https://movaut.blogspot.com/p/boletim.html" target="_blank">clicando aqui</a>.</p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-63995986556978063092022-03-02T11:00:00.006-08:002022-03-02T11:03:24.380-08:00Movaut lança boletim mensal "Giro Autogestionário"<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhhY1YInJCfEMb37IpriK3NDoQ_wi8LgR32tqEe3bPx--GBNd-bbXlv1x0qoJ4ydH5fSlelTR2fghRNcQLsILSS7tQGeCOG2r0Q8ISuGYL7WLjwslb2h2TD9qodH10TtrKgI7h17I6iSA08RaOfXFRUE9qXPt0w7NxuY03U9fIx-JWsCsZNGK_vLbPreA=s544" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="544" data-original-width="520" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhhY1YInJCfEMb37IpriK3NDoQ_wi8LgR32tqEe3bPx--GBNd-bbXlv1x0qoJ4ydH5fSlelTR2fghRNcQLsILSS7tQGeCOG2r0Q8ISuGYL7WLjwslb2h2TD9qodH10TtrKgI7h17I6iSA08RaOfXFRUE9qXPt0w7NxuY03U9fIx-JWsCsZNGK_vLbPreA=s320" width="306" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p></p><p>O Movaut acaba de lançar um boletim mensal, mais um canal de comunicação autogestionário. </p><p>O boletim visa apresentar posicionamentos sobre questões atuais, gerais e fundamentais através do Editorial e artigo de opinião, bem como informações e imagens que expressam a concepção marxista autogestionária.</p><p><a href="https://drive.google.com/file/d/1rJyC5K08ZQdhdlV-YpjIhT1ZM_KnSUz1/view?usp=sharing" target="_blank">Clique aqui</a> e acesse o número 01.</p><p><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-48116902844051117642021-03-22T08:45:00.006-07:002021-03-22T09:23:33.659-07:00O Dia Internacional da Mulher<h1 style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O Dia Internacional da Mulher</span></h1><h3 style="text-align: right;"><span style="font-family: times;">Jaciara Veiga [1]</span></h3><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFVjH-lg41MNpvbnla_hiAguMx5KdP7vK1ATcskZCK9WkhVr5uRtueuMJONYlhCPfv50Ho3puo4zBjNCQFuekz_-8zqAtsKtAZnMs-HhRdQPH0pD2i3MQe4I4wXfrZ0rQv_aTCae5asRq4/s400/DIA_INTERNACIONAL_DA_MULHER.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="400" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFVjH-lg41MNpvbnla_hiAguMx5KdP7vK1ATcskZCK9WkhVr5uRtueuMJONYlhCPfv50Ho3puo4zBjNCQFuekz_-8zqAtsKtAZnMs-HhRdQPH0pD2i3MQe4I4wXfrZ0rQv_aTCae5asRq4/w400-h300/DIA_INTERNACIONAL_DA_MULHER.jpg" width="400" /></a></div><br /><span style="font-family: times;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Por que existe um dia da mulher? Qual sua verdadeira origem? O que realmente se celebrava neste dia? E quando ele deixou de ser o que suas criadoras pretendiam? Estas são perguntas pertinentes para se refletir ainda hoje.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Só existe “um dia da mulher” porque existe um problema da mulher. De fato, as mulheres nas sociedades de classes são submetidas à subordinação sob diversas formas. E, como é sabido, elas vêm lutando contra esta situação social enquanto movimento social — o movimento feminino [2] —, contra a subordinação que se manifesta na vida cotidiana, seja no trabalho, na esfera doméstica, nas relações amorosas, nas condições de vida, na cultura etc. No entanto, o movimento feminino não é homogêneo, ele é um movimento fragmentado, que possui mulheres de classes distintas, com manifestações, objetivos e pretensões diversas. Deste modo, podemos dizer que as lutas das mulheres proletárias e demais classes inferiores — que em geral, visam grandes reformas e, em suas tendências revolucionárias, a abolição do capitalismo — se diferem das disputas das mulheres burguesas e das demais classes superiores — que buscam por vantagens competitivas, tais como microrreformas, espaços de poder e decisão, cargos, possibilidade de entrada e criação de organizações burocráticas etc. [3]. Também podemos afirmar que as conquistas formais, tais como algumas vantagens conquistadas pelas “mulheres” não atingem às mulheres como um todo.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">A origem do 8 de março está ligada à luta de classes, ou seja, à luta das mulheres proletárias contra sua subordinação que, assim como a exploração de seus companheiros de classe, têm origem na sociedade dividida em classes sociais. O 8 de março, o "Dia Internacional das Mulheres" [4], na realidade, nasce como um dia anual de mobilização que buscava a unidade dos trabalhadores e seus objetivos, fossem homens ou mulheres. A luta das mulheres proletárias fazia, portanto, parte do movimento pela emancipação das classes trabalhadoras em geral, associando à luta suas reivindicações especificamente femininas, deixando claro seu caráter de classe. No entanto, esta luta vem perdendo seu verdadeiro significado, foi apropriada e mercantilizada.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">O 8 de março deixa de ser celebrado como um dia de luta das mulheres proletárias, perdendo seu caráter de classe e ganhando um caráter subjetivista [5], individualista, onde os interesses particulares de alguns indivíduos e de subgrupos femininos (das feministas, por exemplo) se colocam como interesses das mulheres em geral [6]. Todavia, a luta das mulheres proletárias não pode ser confundida com as disputas feministas [7], que buscam conquistas em conformidade com o paradigma hegemônico (o subjetivismo), sem apontar para a única resolução da questão da subordinação da mulher, que é a abolição da sociedade capitalista e a constituição da sociedade autogerida. Clara Zetkin [8] já havia evidenciado esta separação ao dizer que o movimento de mulheres proletárias e o feminismo são fundamentalmente diferentes. De acordo com Zetkin, as feministas buscam por reformas a favor do sexo feminino dentro da sociedade capitalista, através da luta entre os sexos e contra os homens de sua própria classe, enquanto as mulheres trabalhadoras travam uma luta de classe contra classe [9], uma luta conjunta com seus companheiros de classe para abolir o capitalismo. Esta separação também foi feita pela Alexandra Kollontai [10] ao afirmar que as feministas aspiravam aos mesmos “privilégios”, “poder”, “direito” que possuíam seus maridos, pais e irmãos na sociedade capitalista. Ao contrário das trabalhadoras, que aspiram à destruição de todos os privilégios, fossem eles de nascimento ou de riqueza. Além disso, segundo Kollontai, os interesses e objetivos entre trabalhadoras e patroas, das empregadas e senhoras são contraditórios, não sendo possível, consequentemente, uma conciliação, uma união entre ambos.<br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">As disputas por vantagens competitivas, próprias das feministas, portanto, não passam de uma ilusão que acabam desviando as mulheres da verdadeira luta pela libertação feminina — através da luta de classes — para lutas por interesses imediatos (conquistas parciais, o que é algo irrisório, mesquinho que aponta unicamente para a reprodução da subordinação da mulher e, por conseguinte, da sociedade capitalista). Enquanto as lutas forem em prol de conquistas parciais, direitos formais e contra os homens; enquanto as mulheres se deixarem iludir por ideologemas [11] (chavões como representatividade, empoderamento, lugar de fala, vivência, sororidade etc.), ideologias e doutrinas feministas e, enquanto não reconhecerem que as raízes de sua subordinação são oriundas das sociedades de classes, orientando, assim, o movimento no sentido de uma articulação entre os interesses do proletariado e os interesses especificamente femininos com prioridade para o primeiro, não haverá uma transformação radical na situação das mulheres, logo, não teremos uma libertação das mulheres em geral, nem da humanidade [12].</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">A luta continua, e nós mulheres não podemos nos iludir com discursos sobre igualdade entre todas as mulheres, com discursos superficiais acerca da importância das mulheres e do dia das mulheres etc. A libertação da mulher, bem como de toda a humanidade pressupõe uma transformação total e radical das relações sociais existentes, ou seja, pressupõe a abolição do capitalismo e a instauração da sociedade autogerida. A luta das mulheres das classes trabalhadoras continua sendo ao lado de seus companheiros de classe, em associação com mulheres e homens que lutam pela transformação radical desta sociedade que gera a subordinação da mulher e demais expressões da miséria reinante no capitalismo. As mulheres só serão totalmente livres quando toda a humanidade for livre [13]. Sigamos na luta contra o capitalismo e pela autogestão social!<br /><span></span></span></p><a name='more'></a><span style="font-family: times; font-size: medium;"><br />Notas:<br />[1] Socióloga e militante autogestionária.<br />[2] “O movimento feminino é um movimento social caracterizado pela mobilização das mulheres (através de diversas formas: produção intelectual, manifestações, reivindicações sob diversos meios, se manifestando contra determinadas situações específicas, como a inexistência do voto feminino, a liberdade corporal, a desigualdade no trabalho, a opressão, o sexismo, etc.), mostrando assim sua insatisfação em relação a determinada situação social específica e desenvolvendo senso de pertencimento e objetivos” (Movimento Feminino e Feminismo, Marcus Gomes).<br /> [3] “O feminismo é expressão da classe burguesa em oposição ao movimento feminino revolucionário, cuja expressão é a da classe operária. Seu objetivo implica uma emancipação particular (somente das mulheres), uma vez que afirma que o agente da libertação da opressão é o próprio indivíduo oprimido. Logo, a libertação das mulheres seria obra das próprias mulheres. A tentativa de associar a luta da mulher trabalhadora à luta feminista, não passa de uma estratégia que desvia da luta de classes, negando o proletariado como único agente histórico revolucionário” (Cf.: <a href="https://movaut.blogspot.com/2020/07/como-assim-voce-nao-e-feminista.html">Como assim você não é feminista?</a>).<br />[4] “O Dia Internacional da Mulher foi proclamado pela Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, celebrada em Copenhague, em 1910. O convite à mesma já deixava claro seu caráter de classe: “Convidamos urgentemente a todos os partidos socialistas e organizações de mulheres socialistas, assim como a todas as organizações de trabalhadoras baseadas no princípio da luta de classes a enviar suas delegadas, ou inclusive seus delegados, a esta conferência” (Cf.: <a href="https://jacobin.com.br/2021/03/as-origens-socialistas-do-dia-internacional-da-mulher/">As origens socialistas do Dia Internacional da Mulher</a>).<br />[5] O dia das mulheres é ressignificado pelo paradigma subjetivista (ou subjetivismo). “O subjetivismo é um paradigma que coloca o sujeito como eixo fundamental da análise e que se desdobra na ideia de pluralismo (ou diferença, entre outros nomes possíveis) do sujeito cognitivo, fragmentação da realidade e saber fragmentado. [...] O subjetivismo, como paradigma, é um processo mental subjacente que tem como eixo fundamental o sujeito (individual ou coletivo) e este é compreendido como plural, pois concebe a realidade como fragmentada" (Hegemonia Burguesa e Renovações Hegemônicas, Nildo Viana, 2019).<br />[6] “A emergência das ideologias feministas acabou criando uma confusão entre movimento feminino e feminismo e, como consequência, a transformação de toda luta ou ideia favorável às mulheres em “feminismo” (Movimento Feminino e Feminismo, Marcus Gomes).<br />[7] “O feminismo se coloca como representante dos interesses das mulheres como um todo, mas, na verdade, representa os interesses das mulheres das classes superiores. Apesar de estar ligado ao movimento das mulheres em geral, o feminismo é uma concepção ambígua (que pode se manifestar sob a forma de ideologia, doutrina ou representações) que diz representar os interesses das mulheres como grupo social em sua totalidade, mas no fundo, representa os interesses individuais, setoriais ou das mulheres de determinadas classes sociais. Não é possível, portanto, falar em um movimento unitário das mulheres em uma sociedade dividida em classes sociais” (<a href="https://movaut.blogspot.com/2020/07/como-assim-voce-nao-e-feminista.html">Como assim você não é feminista?</a>).<br />[8] <a href="https://jacobin.com.br/2021/03/as-origens-socialistas-do-dia-internacional-da-mulher/">As Origens Socialistas do Dia Internacional da Mulher</a>.<br />[9] "[...] classe contra classe deve ser a linha mestra da luta pela libertação da humanidade em geral, e da mulher em particular. Somente uma vitória revolucionária sobre o capitalismo, dirigida pelos homens e mulheres trabalhadoras e apoiadas por todos os oprimidos, pode resgatar as mulheres de seu estado de opressão e garantir-lhes uma vida melhor numa nova sociedade. [...] Não importa quão radical possa parecer; a substituição da luta de classes pela luta entre sexos, por parte das mulheres ativistas, seria um perigoso desvio do verdadeiro caminho da liberação. Esta tática somente poderia servir ao jogo dos piores inimigos das mulheres e da revolução social (<a href="https://www.marxists.org/portugues/reed-evelyn/ano/mes/sexo.htm">Sexo contra sexo ou classe contra classe</a>, Evelyn Reed).<br /> [10] <a href="https://blogdaboitempo.com.br/2017/03/08/aleksandra-kollontai-o-dia-da-mulher/">Alexandra Kollontai: o dia da mulher</a>.<br />[11] “Um ideologema é um fragmento de uma ideologia, seja um construto (falso conceito) isolado, seja uma parte mais ampla ou uma síntese simplificadora de uma determinada concepção ideológica ou, ainda, a redução de uma ideologia a um chavão ou uma ideia-chave. Em outras palavras, um ideologema é uma mutação formal de uma ideologia no sentido de promover sua simplificação e redução, transformando um fragmento da mesma em mensagem ou elemento principal de um discurso, texto, mensagem, etc.” (<a href="https://informecritica.blogspot.com/2015/01/imaginario-e-ideologia-as-ilusoes-nas.html">Sobre ideologema e ideologia</a>).<br />[12] “Apesar do feminismo ter mais destaque e hegemonia entre as mulheres das classes superiores, assim como nos meios acadêmicos e de comunicação e suas exigências aparentemente serem radicais, não se deve perder de vista o fato de que as feministas não podem e não querem, devido aos seus interesses de classe, lutar pela transformação radical da sociedade, sem a qual a libertação das mulheres não se efetivará” (<a href="https://movaut.blogspot.com/2020/07/como-assim-voce-nao-e-feminista.html">Como assim você não é feminista?</a>).<br />[13] <a href="http://redelp.net/revistas/index.php/rma/article/view/588">Marxismo e a Questão da Mulher</a>, Karl Jensen.</span><p></p> <p></p>Mateus Alveshttp://www.blogger.com/profile/08695937643707100616noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-66381884327157028192020-12-31T04:46:00.003-08:002020-12-31T04:46:32.154-08:00Saúde e morte: o pseudodilema da vacina<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnypdxN3rd-eytuTVigdl3vVPFXA6pkSv61ad3J8NAlM_rB5r5OgDLuzeptvDLhyRz3UT0KHOhB4tNdDWRXfsV7mxAV2NgnbUZiXzRG819G45_Y3aJ5evWgr3w1Vz_eIm7L_JeqqnzRvmp/s261/VACINA+COVID.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="197" data-original-width="261" height="302" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnypdxN3rd-eytuTVigdl3vVPFXA6pkSv61ad3J8NAlM_rB5r5OgDLuzeptvDLhyRz3UT0KHOhB4tNdDWRXfsV7mxAV2NgnbUZiXzRG819G45_Y3aJ5evWgr3w1Vz_eIm7L_JeqqnzRvmp/w400-h302/VACINA+COVID.jpg" width="400" /></a></div><br /> <p></p><p style="text-align: center;"><strong><span class="tm11">Saúde e morte: o pseudodilema da vacina</span></strong></p>
<p class="Normal tm9 tm10" style="text-align: right;"><strong><span class="tm11"> </span></strong>Leonardo Venicius Parreira Proto<a href="#footnote1"><sup>1</sup></a></p>
<p class="Normal tm9 tm14"><span class="tm13"> </span></p>
<p class="Normal tm9 tm15" style="text-align: justify;"><span class="tm13">Nestes últimos meses de pandemia temos visto um intenso debate sobre a necessidade e o direito à vacinação para imunização da covid-19.
Esta intensidade da discussão, para surpresa de muitos adentrou a arena da cena pública e tem sido pauta permanente dos noticiários televisivos, nos meios impressos e, não poderia faltar em nosso
contexto, nas redes sociais. A ênfase na surpresa se deve ao caráter da ingenuidade de vários indivíduos ou mesmo dos que estão “calejados” com a discussão pública,
seja esta em que níveis forem, dos debates simples aos mais complexos. Não é novidade que em debates públicos haja polêmicas e embates de aspectos da vida social e a separação
entre o que pensamos e o que pode ser dito está intensificado no “cenário” das redes sociais. Isto talvez apresente a nós um sintoma<a href="#footnote2"><sup>2</sup></a><a id="footnote2back"></a>
do atual estado de coisas, visto a “olho nu” no emaranhado das relações sociais. A estes ingênuos da questão política cabe lembrar o célebre poema de Brecht:</span></p>
<p class="Normal tm9 tm15" style="text-align: justify;"><span class="tm13"> </span></p>
<blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p class="Normal tm9 tm18" style="text-align: justify;"><span class="tm13">O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo
de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.</span></p></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p class="Normal tm9 tm18" style="text-align: justify;"><span class="tm13">O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância
política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio dos exploradores do povo<a href="#footnote3"><sup>3</sup></a><a id="footnote3back"></a></span><span class="tm13">.</span></p></blockquote></blockquote></blockquote></blockquote>
<p class="Normal tm9 tm20" style="text-align: justify;"><span class="tm13"> </span></p>
<p class="Normal tm9 tm20" style="text-align: justify;"><span class="tm13"> Muitos que criticam o denominado negacionismo, também incorrem em negação ao se espantarem com um governo que “faz pouco
ou nenhum caso” da política sanitarista implementada nos últimos meses. A negação se dá pelo fato de expressarem que em outro tipo de gestão governamental, de governos petistas,
supostamente progressista, seria possível a legitimação do discurso de que um outro “governo é possível”, com agendas e pautas defendidas pelo progressismo. </span></p>
<p class="Normal tm9 tm20" style="text-align: justify;"><span class="tm13"> O que se nega e não se vê, é que em quaisquer situações e acontecimentos sociais - e agora do contágio e
possibilidade de imunização com a aprovação de vacinas, seja para defender, acusar ou mesmo negar, sob bases discursivas científicas ou anticientíficas, tal como neste cenário,
expressa uma falsa politização do debate, seja por aspectos como as discussões relacionadas ao que seja direita e esquerda, seja pela defesa do identitarismo, entre outros aspectos das relações
sociais contemporâneas. Esta pseudopolitização das questões sociais poderá ser vista na próxima gestão do governo norte-americano, eleito entre outros motivos pelo caráter
negacionista de Trump. Portanto, a pseudopolitização do debate nada mais significa que a tentativa de ocultar a dinâmica da luta de classes no interior desta sociedade, suas contradições e
potencialidades para o combate ao capitalismo.</span></p>
<p class="Normal tm9 tm20" style="text-align: justify;"><span class="tm13"> O uso atual do termo “negacionismo” pode ser compreendido a partir da análise das ilusões ou o que ficou conhecido como
“falsa consciência”, possuindo um elemento comum ao discurso ideológico, a naturalização. Algumas ideologias burguesas, ao naturalizarem a miséria social, negam a sua essência,
a sua determinação fundamental, que são as relações de exploração e dominação de classe geradoras do processo de capital</span><span class="tm13">.</span><span class="tm13"> Ao negar esta origem social da miséria, e com ela as consequências do adoecimento dos indivíduos em escala planetária, as perspectivas reformistas<a href="#footnote4"><sup>4</sup></a><a id="footnote4back"></a>
“aparecem”, tanto no espectro do bloco dominante como no bloco progressista<a href="#footnote5"><sup>5</sup></a><a id="footnote5back"></a> para ocultarem a dinâmica de exploração</span><span class="tm13">.</span></p>
<p class="annotationtext tm21" style="text-align: justify;"><span class="tm13">Basta vermos as reformas empreendidas na política institucional desde o início do século XXI, seja para maior ou menor dano. O que se propõe hoje
são mudanças de governo e supostamente de “políticas governamentais”, mas que não saem do âmbito do neoliberalismo, aliado com o microrreformismo</span><span class="tm13">.</span><span class="tm13"> Isto aparece como saída para atenuar os tensionamentos entre as classes, sobretudo, com as classes inferiores, que de fato podem potencializar processos revolucionários
no caminho das lutas em prol da emancipação humana.</span></p>
<p class="annotationtext tm21" style="text-align: justify;"><span class="tm13">No caso brasileiro, isto pode ser ilustrado historicamente desde a revolta da vacina em 1904 e a tentativa da política sanitarista do governo do presidente Rodrigues
Alves (1902-1906), conduzida pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz (1872-1917) à época, de impor uma reforma sanitária na cidade do Rio de Janeiro, então capital do país. E com esta
medida houve uma resistência de setores das classes inferiores quanto à imposição de tal política e seu ideário de “modernização” da sociedade brasileira (SEVCENKO</span><span class="tm13">, 2018)</span><span class="tm13">.</span><span class="tm13"> </span></p>
<p class="Normal tm9 tm20" style="text-align: justify;"><span class="tm13"> Disputas políticas nunca se ausentaram do debate, como vimos acima com a revolta da vacina, mas agora há uma negação da
imunização da doença, decorrente da leniência estatal em dispor da vacina para uma campanha nacional. Porém, o embate político para negar ou não a necessidade da vacina para
a saúde dos indivíduos, dissimula o que está por trás da produção da própria vacina, ou seja, o fortalecimento do capital farmacêutico<a href="#footnote6"><sup>6</sup></a><a id="footnote6back"></a></span><span class="tm13">.</span></p>
<p class="Normal tm9 tm20" style="text-align: justify;"><span class="tm13"> A distribuição da vacina por parte do Estado, continua a ocultar os conflitos inerentes a sociedade de classes, pois a necessidade de
produção mundial de vacinas tem como objetivo salvaguardar os interesses de acumulação do capital farmacêutico. Afinal, em termos científicos, a produção de imunizantes
não se faz do “dia para a noite”. E como estamos acompanhando, os países capitalistas avançados como Inglaterra e E.U.A, apoiados pelo capital farmacêutico não perderam tempo e
já iniciaram o procedimento de vacinação de sua população.</span></p>
<blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><p class="Normal tm9 tm20" style="text-align: justify;"><span class="tm13"> </span>Assim, o capitalismo é um produtor de pandemias, embora isso não apareça imediatamente na consciência das pessoas, pois o imediato é mais visível,
enquanto que as mediações/determinações são menos perceptíveis. Um acontecimento é rapidamente perceptível em si, mas o seu processo de constituição, suas
determinações, já não são acessadas pela consciência imediatamente, com raras exceções. Um vírus que surge na cidade X remete para a responsabilização
desse local e não das condições sociais, ambientais e outras, que permitem sua emergência, bem como transmissão e disseminação (VIANA, 2020, s/p.).</p></blockquote></blockquote></blockquote>
<p class="Normal tm9 tm20" style="text-align: justify;"><span class="tm24"> </span></p>
<p class="annotationtext tm21" style="text-align: justify;"><span class="tm24">As doenças e contágios nesta sociedade não são casuais, são desenvolvidas pelas formas de produção e reprodução
do capitalismo. Os efeitos danosos à saúde são ocasionados</span><span class="tm13"> pelas relações de exploração de classes</span><span class="tm24">,</span><span class="tm13"> que ao explorar os indivíduos das classes trabalhadoras, impõe a mesma lógica sobre a natureza e o conjunto do planeta. A produção de doenças
e suas patologias são intensificadas no regime de acumulação integral<a href="#footnote7"><sup>7</sup></a><a id="footnote7back"></a> </span><span class="tm13">e a possibilidade de disseminação mais rápida acompanha o desenvolvimento tecnológico e do capital recreativo,<a href="#footnote8"><sup>8</sup></a><a id="footnote8back"></a> etc. </span><span class="tm24">E cabe ao capital farmacêutico incrementar com pesquisas e novos medicamentos a partir da demanda criada. Demanda esta que será incentivada tendo em vista os discursos produzidos pela intelectualidade
e pelo capital comunicacional<a href="#footnote9"><sup>9</sup></a><a id="footnote9back"></a>, favoráveis à medicalização dos indivíduos. Isto não seria diferente em um contexto de
pandemia.</span></p>
<p class="Normal tm9 tm20" style="text-align: justify;"><span class="tm24"> A crítica de Viana (2020) esboçada acima reforça nosso posicionamento de que saúde e morte na sociedade capitalista são
apropriadas a partir dos interesses da classe dominante e de sua lógica de reprodução. A negação como um aspecto do dilema da vacina é melhor compreendido se olharmos para além
das questões imediatas da doença e seus efeitos, que não são somente biológicos, clínicos, orgânicos, mas também políticos. Desafia-nos a pensar a superação
desta realidade imediata e propormos uma ação política que enfrente a dinâmica do capital, a existência do Estado (e a necessidade de sua abolição), os mecanismos restritos de
participação da representação política e as formas de burocratização da vida social. </span></p>
<p class="annotationtext tm25" style="text-align: justify;"><span class="tm24"> Em síntese, </span><span class="tm13">é preciso desenvolver formas de auto-organização e autoformação,
o que pressupõe a existência de um projeto revolucionário, no qual o desenvolvimento da consciência revolucionária se tornará hegemônica, e por isto, o movimento operário
e os movimentos sociais revolucionários constituirão os meios necessários para lutarmos pela superação do capitalismo</span><span class="tm24">. </span></p>
<p class="annotationtext tm25" style="text-align: justify;"><span class="tm24"> Dessa feita, urge para os indivíduos se engajarem nas lutas sociais em prol da nossa realização humana plena, o que pressupõe
lutar para dissolver os meios políticos instrumentalizados pela burocratização das relações sociais. </span><span class="tm13">O desenvolvimento da consciência e da auto-organização são fundamentais para a luta pela transformação social radical e total e por isso torna-se necessário a formação
de coletivos que contribuam com a ampliação dessa luta. Essa é a forma de luta que precisamos incentivar e que nos ajudam a posicionar diante dos diversos dilemas sociais, tais como o da vacina e pandemia</span><span class="tm13">.</span></p>
<p class="Normal tm9 tm20" style="text-align: justify;"><strong><span class="tm26"> </span></strong></p>
<p class="Normal tm9 tm20" style="text-align: justify;"><strong><span class="tm26">Referências</span></strong></p>
<p class="Normal tm9 tm27" style="text-align: justify;"><span class="tm13">SEVCENKO, Nicolau. </span><em><span class="tm19">A revolta da vacina: mentes insanas em corpos rebeldes. </span></em><span class="tm13">São Paulo: Editora Unesp Digital, 2018.</span></p>
<p class="Normal tm9 tm27" style="text-align: justify;"><span class="tm13">BRAGA, Lisandro. Capital comunicacional e discurso do poder. </span><em><span class="tm19">Revista Enfrentamento</span></em><span class="tm13">, ano 10, n. 17, jan/jun, 2015.</span></p>
<p class="Normal tm9 tm27" style="text-align: justify;"><span class="tm13">FREUD, Sigmund. Inibição, sintoma e angústia. </span><em><span class="tm19">Obras completas</span></em><span class="tm13">, ESB, v. XX (1925-1926). Rio de Janeiro: Imago, 1996</span><span class="tm13">.</span></p>
<p class="Normal tm9 tm27" style="text-align: justify;"><span class="tm13">ORIO, Mateus. </span><em><span class="tm19">Capital Recreativo: a apropriação capitalista do lazer</span></em><span class="tm13">. Curitiba: CRV, 2019.</span></p>
<p class="Normal tm9 tm27" style="text-align: justify;"><span class="tm13">TELES, Gabriel e ORIO, Mateus. </span><em><span class="tm19">Capital Recreativo</span></em><span class="tm13">. Disponível em: <</span><u><a href="https://aterraeredonda.com.br/capital-recreativo/"><span class="tm13">https://aterraeredonda.com.br/capital-recreativo/</span></a></u><span>>. Acesso em: 29 de dez. de 2020.</span></p>
<p class="Normal tm9 tm27" style="text-align: justify;"><span class="tm13">VIANA, Nildo. Para além da crítica dos meios de comunicação. </span><em><span class="tm19">In</span></em><span class="tm13">: MARQUE, Edmilson </span><em><span class="tm19">et al </span></em><span class="tm13">(Orgs.). </span><em><span class="tm19">Indústria cultura e c</span><span class="tm13">ultura mercantil</span></em><span class="tm13">.</span><span class="tm13"> Rio de Janeiro: Corifeu, 2007.</span></p>
<p class="Normal tm9 tm27" style="text-align: justify;"><span class="tm13">VIANA, Nildo. </span><em><span class="tm19">O capitalismo na era da acumulação integral</span></em><span class="tm13">. Aparecida: Idéias e Letras, 2009.</span></p>
<p class="Normal tm9 tm27" style="text-align: justify;"><span class="tm13">VIANA, Nildo. Capital Farmacêutico, Medicalização e Invenção de Doenças. </span><em><span class="tm19">Revista Espaço Livre</span></em><span class="tm13">, v. 07, p. 37-41, 2012.</span></p>
<p class="Normal tm9 tm27" style="text-align: justify;"><span class="tm13">VIANA, Nildo. Blocos Sociais e Luta de Classes. </span><em><span class="tm19">Revista Enfrentamento</span></em><span class="tm13">, ano 10, n. 17, jan/jun, 2015.</span></p>
<p class="Normal tm9 tm27" style="text-align: justify;"><span class="tm13">VIANA, Nildo. </span><em><span class="tm19">Sobre a relação capitalismo-pandemia</span></em><span class="tm13">. Disponível em: <</span><u><a href="https://aterraeredonda.com.br/sobre-a-relacao-capitalismo-pandemia/"><span class="tm13">https://aterraeredonda.com.br/sobre-a-relacao-capitalismo-pandemia/</span></a></u><span>>. Acesso em: 13 de dez. de 2020.</span></p>
<p class="Normal tm9 tm16"><span class="tm13"> </span></p>
<p class="Normal"> </p><hr />
<p class="Textodenotaderodap_"><span class="tm13"><a id="footnote1"></a><a href="#footnote1back"><sup>1</sup></a> Militante autogestionário.</span></p>
<p class="Textodenotaderodap_ tm16"><span class="tm17"><a id="footnote2"></a><a href="#footnote2back"><sup>2</sup></a> </span><span class="tm13">A palavra tem significado ligado ao conhecimento da medicina, referente às causas de nossos estados físicos e orgânicos no processo de adoecimento; como também tem um significado específico
para o saber psicanalítico, como um aspecto que “anuncia” a chegada da patologia. Em termos psicanalíticos, sintoma expressa a formação de compromisso, pois “serve a dois senhores”
na tentativa de agradar o id e o superego (FREUD, 1996).</span></p>
<p class="annotationtext tm16"><span class="tm13"><a id="footnote3"></a><a href="#footnote3back"><sup>3</sup></a> BRECHT, Bertold. O Analfabeto Político. In: </span><em><span class="tm19">Poemas. 1913-1936. </span></em><span class="tm13">3ª edição, São Paulo: Brasiliense, 1987. </span></p>
<p class="Textodenotaderodap_ tm16"><span class="tm13"><a id="footnote4"></a><a href="#footnote4back"><sup>4</sup></a> No capitalismo contemporâneo, em seu atual regime de acumulação integral, “aparecem”
políticas estatais específicas, que são na realidade microrreformistas, cujo objetivo é desenvolver políticas segmentares, cujo interesse das classes dominantes é a cooptação
de certos setores sociais, como se pode ver como exemplo, a política de cotas para ingresso em instituições federais de ensino superior e técnico no Brasil, implementadas no governo petista de Dilma
Rousseff em 2012 (Lei 12.711). </span></p>
<p class="annotationtext tm16"><span class="tm13"><a id="footnote5"></a><a href="#footnote5back"><sup>5</sup></a> Para Viana (2015), os blocos sociais são as forças organizadas e conscientes que manifestam
os interesses de determinadas classes e frações de classes. No capitalismo, as duas classes sociais fundamentais geram dois blocos sociais, que aglutinam outras classes no seu interior. Trata-se do proletariado,
classe produtora de mais-valor, e da burguesia, classe apropriadora de mais-valor. Estas duas classes geram dois blocos sociais: o dominante e o revolucionário (esse mais frágil devido suas bases sociais: proletariado
e demais classes inferiores). Porém, existem outras classes que buscam se autonomizar e defender interesses próprios, gerando um terceiro bloco social, que fica entre os dois anteriores e é o bloco progressista.
O bloco dominante reúne as organizações da burguesia, como o aparato estatal, e diversas instituições (fundações, institutos, partidos políticos, etc.) e diversas ideologias
e concepções (liberais, republicanas, fascistas, nazistas, etc.), e o bloco revolucionário reúne os representantes intelectuais do proletariado (marxistas autogestionários, anarquistas, autonomistas)
e algumas organizações (de revolucionários e de operários, entre outras), enquanto que o bloco progressista também gera suas organizações (partidos progressistas em geral, como
social-democratas, trabalhistas, bolchevistas, entre outras formas organizativas) e ideologias (leninismo, social-democracia, sindicalismo, etc.).</span></p>
<p class="Textodenotaderodap_ tm16"><span class="tm17"><a id="footnote6"></a><a href="#footnote6back"><sup>6</sup></a> </span><span class="tm13">Capital farmacêutico é um termo em que se expressa uma divisão do capital responsável pela exploração e produção de mercadorias para este setor do capital.
Ele é fortalecido nas formas do atual regime de acumulação integral (neoliberalismo), para que ocorra a reprodução ampliada do capital e ampliação do mercado consumidor, daí
a necessidade da medicalização e da “invenção de doenças”, que no processo de tratamento desenvolve doenças reais (VIANA, 2009; 2012).</span></p>
<p class="Textodenotaderodap_ tm16"><span class="tm13"><a id="footnote7"></a><a href="#footnote7back"><sup>7</sup></a> Essa forma social é desenvolvida como tese em Viana (2009) busca compreender o processo histórico
de desenvolvimento do capitalismo e suas formas de acumulação, desde o surgimento do capitalismo na sociedade moderna. A teoria do regime de acumulação integral é a forma atual de acumulação
capitalista, portanto, uma acumulação que ao mesmo tempo é intensiva e extensiva, derivado da intensificação da exploração da força de trabalho por meio do aumento da
extração de mais-valor relativo e absoluto. Esta forma atual de intensificação da exploração se torna o regime de acumulação dominante a partir de 1980. Esse regime de
acumulação produz mudanças no âmbito da esfera da produção e sua distribuição, o que implica também transformações culturais, como se pode ver naquilo
que é considerado como ideologia da globalização. “O que se chama “globalização” é, na verdade, uma nova fase da constante reconversão capitalista, em que,
como sempre, os países subordinados se inserem de forma desvantajosa e contraditória no novo contexto do capitalismo mundial, marcado pela instauração do regime de acumulação integral”
(p. 139).</span></p>
<p class="Textodenotaderodap_ tm16"><span class="tm13"><a id="footnote8"></a><a href="#footnote8back"><sup>8</sup></a> O setor do capital responsável pela exploração capitalista do lazer é
o capital recreativo. As relações sociais no modo de produção capitalista são mercantilizadas e o lazer está inserido nesta lógica de reprodução, tanto da produção
de mercadorias como para o consumo das mesmas (ÓRIO, 2019). Portanto, há um conjunto de atividades recreativas, de filmes a jogos eletrônicos, que reproduzem a sociedade capitalista e são mercantilizadas
e tornam-se mercancias, o que significa reproduzir o capital em seu regime de acumulação atual (TELES e ORIO, 2020).</span></p>
<p class="Textodenotaderodap_ tm16"><span class="tm13"><a id="footnote9"></a><a href="#footnote9back"><sup>9</sup></a> Assim como capital farmacêutico e recreativo, outra forma de capital que pode ser analisada
a partir do regime de acumulação integral, é o comunicacional. Não que este não existisse no regime de acumulação anterior, mas que se potencializa no atual regime e expressa
“relações sociais de exploração e acumulação, em contraposição a um mero processo de produção não definido linguisticamente, tal como indústria
ou empresa (VIANA, 2007, p. 14). Isto significa que as formas de comunicação na atualidade são dominadas pelos oligopólios de comunicação e seus meios tecnológicos, de maneira
expansiva em todo o mundo (BRAGA, 2015).</span></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-17484672583476670772020-11-09T08:03:00.014-08:002020-11-09T13:22:09.445-08:00Para Além das Eleições<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaX0wdSG31BlTFCo4d4wJteVgepMgi0DLNXa1vAxgvPR7Et9R0jwqv2BBSp8gulEXEln3kpOt6DkBum6FE1ZF-0ntDa8Yb9hw49ONwYFKiFk1VZVt2FXPfDKDXulBV1Y2GYFvJdo88uME/s364/Design+sem+nome+%25287%2529.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="200" data-original-width="364" height="352" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaX0wdSG31BlTFCo4d4wJteVgepMgi0DLNXa1vAxgvPR7Et9R0jwqv2BBSp8gulEXEln3kpOt6DkBum6FE1ZF-0ntDa8Yb9hw49ONwYFKiFk1VZVt2FXPfDKDXulBV1Y2GYFvJdo88uME/w640-h352/Design+sem+nome+%25287%2529.png" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><h2 style="text-align: center;"><span style="font-family: arial;">Para Além Das Eleições</span></h2><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-family: arial;">Mateus Alves</span></div><div style="text-align: right;"><br /></div><p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> Estamos em um período eleitoral e, mais uma vez, assistimos aos velhos bordões se retocando para parecerem novos. Cada eleição se parece bastante com a anterior, alterando apenas algumas especificidades – isso é explicado pela falta de criatividade dos candidatos, pelo grau de insatisfação das classes inferiores em relação à mesma, mas principalmente por conta da impossibilidade de qualquer discurso mais radical, sendo imperativo aos candidatos repetirem o que já foi dito. Os candidatos devem satisfazer os interesses de seus financiadores, bem como da direção do partido e simultaneamente devem agradar grande parte da população por meio de discursos. O resultado dessa combinação são bordões repetitivos com novos penteados. No entanto, apesar dos candidatos reproduzirem os mesmos discursos e, quando eleitos, darem as costas para seus eleitores, as eleições ainda possuem legitimidade.</span></div><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> Uma das determinações para a continuidade desta legitimidade é não avistar outra possibilidade para além do existente, se conformando com o estado atual das coisas. É bem sabido, porém, que as classes inferiores estão descontentes com a sociedade capitalista e a cada eleição suas expectativas são quebradas, persistindo o mesmo descontentamento, tornando uma tendência a crescente insatisfação em relação ao processo eleitoral. E isso não ocorre por acaso ou porque o mais apto não foi eleito ao cargo. Isto é consequência das necessidades da acumulação de capital, da natureza do estado capitalista e dos partidos políticos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"> O estado capitalista é uma forma de regularização das relações sociais e isto é efetivado principalmente por meio do controle. Esta regularização e controle ocorrem de acordo com os interesses da burguesia como classe e, portanto, o estado serve aos interesses da acumulação de capital. Marx se referiu ao estado moderno como um comitê que faz valer os interesses comuns da burguesia exatamente em razão do mesmo representar os interesses dos capitalistas em sua totalidade.</div></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"> Já os partidos políticos são organizações burocráticas que detém em seu interior a divisão entre dirigentes e dirigidos com o objetivo de ascender ao poder do estado. Desse modo, os partidos políticos são organizações que visam o controle, reproduzindo a divisão entre o trabalho intelectual e manual, pois alguns planejam e outros executam. Em vista disso, os indivíduos que constituem a direção dos partidos políticos pertencem a uma fração de classe específica no capitalismo chamada de burocracia partidária. A burocracia, enquanto classe, possui interesses próprios que não correspondem aos interesses das classes inferiores.</div></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"> Cada partido político lança seus candidatos em eleições para alcançarem o poder estatal. Para isso, precisam se adequar às regras eleitorais elaboradas pelo estado. Também, é necessário que os mesmos divulguem seus candidatos para aglutinar votos, gerando a necessidade de grandes investimentos para aumentar a possibilidade de ganhar a eleição. Quem financia estes gastos dos partidos políticos são, geralmente, frações da burguesia [1] que, em troca, terão seus interesses representados no parlamento. A combinação da adequação às regras eleitorais com a necessidade de financiamento gera organizações serventes aos interesses da burguesia, importando-se com as classes inferiores apenas no discurso. O estado, os partidos políticos e o parlamento servem, portanto, à reprodução do capitalismo [2].</div></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"> Assim, é necessário superar a ideia que os candidatos (isto é, os aspirantes a políticos profissionais) podem representar os interesses do proletariado. Os interesses de classe dos partidos políticos, as “regras do jogo eleitoral” e a necessidade de financiadores garantem que isso não se concretize. Porém, apesar disso, o processo eleitoral e os partidos políticos se apresentam como os meios de concretizar os anseios da população. Como o interesse do proletariado é se livrar das amarras da exploração e da dominação, os partidos políticos e o estado – marcados intrinsicamente com os próprios interesses – não podem livrar o proletariado de suas amarras. Esta tarefa incumbe ao próprio proletariado, não à algum partido político.</div></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"> O proletariado e todos aqueles interessados na transformação radical desta sociedade devem negar a eleição, pois senão, estariam legitimando-a. Ora, se os partidos políticos e o próprio estado são antagônicos aos interesses do proletariado revolucionário, não há motivos para votar em aspirantes a políticos profissionais. Os meios devem corresponder aos fins, como assinalava Rosa Luxemburgo.</div></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"> Em vista disso, a luta pelo voto nulo autogestionário corresponde aos interesses do proletariado, pois nega as organizações burocráticas, o estado, o processo eleitoral, a ideologia da representação em prol de auto-organizações revolucionárias e simultaneamente realiza-se a afirmação do projeto revolucionário de superação da sociedade capitalista. Dessa maneira, a luta pelo voto nulo autogestionário faz parte da luta mais ampla pela autogestão social.</div></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"> Assim, o voto nulo vinculado ao projeto autogestionário nos possibilita enxergar para além das eleições, vislumbrando uma sociedade radicalmente nova, onde os seres humanos estarão livres de suas amarras. E para isso, o proletariado deve superar as organizações burocráticas, o estado e a ideologia da representação para concretizar sua autoemancipação. A revolução, portanto, será obra dos próprios trabalhadores.</div> </span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;">Notas:</div></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;">[1] Há também a existência de candidatos que, em decorrência de algumas especificidades, é necessário eles mesmos - ou o partido - financiarem suas campanhas. Deste modo, estes candidatos possuem chances bastante reduzidas de ganharem as eleições, sendo apenas “figurantes” do processo eleitoral. Porém, ainda assim, isto não anula seus interesses de classe, alheios ao do proletariado.</div> </span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;">[2] Vale lembrar que a conquista do voto foi concedida por meio da luta dos trabalhadores. Porém, o resultado desse processo foi a burocratização dos partidos progressistas - em especial dos partidos social-democratas - e dos sindicatos.</div></span><p></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-60977385806743809542020-08-29T08:39:00.042-07:002020-08-29T10:35:08.001-07:00Voto Nulo Autogestionário e Coerência Revolucionária<div class="separator"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvvr6DIUWmnlJYbIpd77ue2E8XgxdOgWjXJxc7msGhlGFooXbFwOioWT9_mwscpOkVqd2PeivyzRN3r8pBSwz3Sv0ESfkzPVzDY-o4Pf38FdIxA8wcKFCOCL1_vJDPnFFPRkNRKqWI1ys/s343/download456.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="147" data-original-width="343" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvvr6DIUWmnlJYbIpd77ue2E8XgxdOgWjXJxc7msGhlGFooXbFwOioWT9_mwscpOkVqd2PeivyzRN3r8pBSwz3Sv0ESfkzPVzDY-o4Pf38FdIxA8wcKFCOCL1_vJDPnFFPRkNRKqWI1ys/s0/download456.png" /></a></div><br /><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><b>VOTO NULO AUTOGESTIONÁRIO E COERÊNCIA REVOLUCIONÁRIA</b></span></div><div style="text-align: right;">Rubens Vinícius da Silva </div></div><div class="separator"><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"> </span><span style="font-family: arial; font-size: large;"> </span><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Num momento marcado pela irracionalidade, moralismos e quase total falta de disposição para leituras e reflexões, inicio este pequeno texto afirmando de antemão que existem distintas formas de voto nulo¹. Uma delas em especial aponta para a crítica total da sociedade capitalista e suas instituições: refiro-me à luta pelo voto nulo autogestionário. A luta pelo voto nulo autogestionário que o Movaut - Movimento Autogestionário defende coloca que este se trata de um momento (um meio) para um objetivo final (um fim último). Dessa forma, a crítica radical dos partidos e da democracia burguesa é um meio, uma expressão coerente da luta pela sociedade autogerida que é o objetivo final da luta pelo voto nulo autogestionário.</span></p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><p style="text-align: justify;"><span> </span><span> </span>Logo, não se trata de uma questão conjuntural ou imediata: inclusive, a polarização burguesa atual (focada numa recusa acrítica à figura individual do presidente e seus aliados, o que aponta para o reforço da ilusão eleitoral) tem levado muitos indivíduos honestos a adotarem o voto no mais ou menos “ruim”, perpetuando e reforçando as ilusões de um “salvador” da política institucional no capitalismo. Obviamente que toda esta nuvem de fumaça é de interesse da burguesia e das suas classes auxiliares, incluindo aí os burocratas de partido que aspiram ou ascendem aos cargos no poder estatal, que é o poder político burguês. Isso oculta o fato de que todos os governos no capitalismo existem para manter intocáveis as relações de exploração e dominação de classe e demais relações sociais, que são relações entre classes, marcadas pela luta de classes.</p></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><p style="text-align: justify;"><span> </span><span> </span>Os governos do PT (que inclusive nos dois mandatos de Lula, foram apoiados pelo então deputado federal Bolsonaro e o partido que na época fazia parte, o PP) assim como os governos antes e pós-PT foram e serão os fieis serviçais da exploração e dominação capitalista. Não importa em qual das instâncias (municipal, estadual e federal), os governos e seus opositores de plantão continuarão criminalizando a luta das classes trabalhadoras – do proletariado em especial – e setores contestadores quando estas saírem de seu controle. Seja sabotando greves selvagens e lutas autônomas, seja minando as expressões políticas e organizações do proletariado revolucionário.</p><p style="text-align: justify;"><span> </span><span> <span> </span></span>Todos os governos servem a este propósito: garantir as condições necessárias para a reprodução das relações sociais capitalistas. São os agentes reais do estado capitalista, a associação que faz valer os interesses comuns e os negócios das distintas frações da burguesia. Claro que há especificidades nacionais e regionais em cada governo e instância (municipal, estadual, federal) ao longo da história do capitalismo. Mas isso não invalida o fato de que a mutação formal e especificidade local carregam consigo a permanência do essencial: fazer valer os interesses e cumprir as tarefas políticas e econômicas da classe capitalista.</p><p style="text-align: justify;"><span> </span><span> </span>Se ficarmos nesses maniqueísmos, chavões e adjetivos (o que só evidencia a miséria intelectual, psíquica e cultural reinante na sociedade brasileira) do político, partido, governo X ou Y continuamos a perder de vista a totalidade e os interesses de classe do proletariado, a classe revolucionária da sociedade capitalista. Isso porque todos os partidos políticos (e dentro deles quem manda é a burocracia partidária) são organizações que reproduzem a divisão social do trabalho no seu interior e têm como objetivo conquistar o poder estatal.</p></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><p style="text-align: justify;"><span><span> </span><span> </span>E</span> isso significa amortecer a luta de classes e a luta proletária em especial, impedindo ou então cooptando as formas organizacionais das classes inferiores, setores contestadores e, por conseguinte, do proletariado: isso porque quando esta classe se autonomiza e expressa seus interesses imediatos e históricos, avança da busca por melhores condições de vida nas relações de produção capitalistas para a luta pela abolição destas mesmas relações de produção e suas formas sociais correspondentes.</p></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><p style="text-align: justify;"><span> </span><span> </span>A história das lutas demonstra que toda vez que o proletariado e as classes inferiores conseguiram concessões da classe capitalista foi com base numa luta encarniçada, e inclusive contra os partidos: o caso recente no Brasil talvez possa não evidenciar este processo, mas as formas organizacionais criadas historicamente pela classe operária mundo afora foram aqui inspiração para a ação por setores contestadores², em especial no início deste século XXI.</p><p style="text-align: justify;"><span> </span><span> </span>Em síntese, a luta pelo voto nulo autogestionário (luta, pois se vincula ao objetivo final, que é a autogestão social, e não uma simples campanha) difere das demais formas de voto nulo, pois: a) não visa anular as eleições e sim criticar a democracia burguesa, o processo eleitoral e a sociedade capitalista como um todo; b) não se dirige como oposição aos candidatos e aos partidos do momento e sim faz a denúncia da burocracia partidária em geral, explicita seus vínculos com a reprodução do capitalismo e propõe a constituição de novas formas de organização, antagônicas aos partidos políticos; c) faz parte do processo mais amplo de luta pela superação do capitalismo, do qual a democracia burguesa, os partidos e o sistema eleitoral são partes integrantes. Dessa maneira, não se trata de uma atitude individual isolada, mas antes de um momento constitutivo do processo de luta mais amplo: a luta pelo voto nulo autogestionário faz parte da luta pela autogestão social, pois está articulada ao projeto revolucionário e à classe revolucionária de nossa época, o proletariado.</p></span><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><p style="text-align: justify;"><span> </span><span> </span>Assim, o voto nulo autogestionário é a ferramenta de luta contra a democracia burguesa e uma forma de demonstrar que somente através da autonomização do proletariado será possível combater radicalmente o conjunto das relações sociais capitalistas. Tal processo precisa se articular com as demais lutas nas demais esferas da vida social, generalizando novas relações sociais, superiores àquelas que os entusiastas da democracia e do voto se esforçam em legitimar visando seguir como classe auxiliar da burguesia. Votemos nulo: lutemos pela autogestão social!</p><div style="text-align: justify;"></div></span><p></p><h3 style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Notas:</span></h3><div><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span></div><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;">¹ Dependendo de cada eleição e ressaltando que no Brasil o voto consiste numa obrigatoriedade, há aqueles que votam nulo por não se sentirem “representados” pelos candidatos, assim como há quem vote nulo por orientação partidária específica, quem vota nulo visando anular o pleito eleitoral, dentre outras formas. Assim, a luta pelo voto nulo autogestionário difere destas manifestações individuais ou então coletivas que não apontam para a denúncia da sociedade capitalista e para a articulação entre a crítica do processo eleitoral, dos partidos e da democracia burguesa em sua totalidade com a luta pela superação do capitalismo via revolução autogestionária. Sobre isso, ver a edição especial da Revista Enfrentamento lançada em 2010 e dedicada exclusivamente ao processo eleitoral, à farsa da democracia burguesa e às alternativas propostas. </div></span></div><div class="separator"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;">² Aqui nos referimos às lutas que emergiram contra o aumento das tarifas de transporte coletivo durante a primeira década deste século, bem como àquelas que se desenvolveram na forma de ocupações de escolas durante os anos 2010. A este respeito conferir Maia (2016). </div><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><h3 style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Referências</span></h3><div><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span></div><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;">REVISTA ENFRENTAMENTO, n. 8, jan./jul. 2010. Disponível em: <a href="https://www.blogger.com/#">http://redelp.net/revistas/index.php/enf/issue/view/Revista%20Enfrentamento%20N%C2%BA%208/showToc</a>. Acesso em 26 de agosto de 2020.</div></span></div><div class="separator" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="separator"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">MAIA, Lucas. Nem partidos, Nem Sindicatos: a reemergência das lutas autônomas no Brasil. Goiânia: Edições Redelp, 2016. </span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-13278209168661976032020-08-10T13:02:00.029-07:002020-08-29T08:11:07.049-07:00CONTRA OS PARTIDOS E SINDICATOS<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTnp1T7tShQ4myDL3CPKs7rloe_r0T2QBQOzD7_AtuCWJTuoXjW_OzLpgZXI7HO-Ob3mBc-PFYAzpteTp-xSgV6YUFVIgsWQDakzLVLOff5uywDYiwMuLAiOgzG3DlxKq-86pALHmCnSVA/s720/rubens.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="670" data-original-width="720" height="477" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTnp1T7tShQ4myDL3CPKs7rloe_r0T2QBQOzD7_AtuCWJTuoXjW_OzLpgZXI7HO-Ob3mBc-PFYAzpteTp-xSgV6YUFVIgsWQDakzLVLOff5uywDYiwMuLAiOgzG3DlxKq-86pALHmCnSVA/w512-h477/rubens.jpg" width="512" /></a></div><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /></b><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-large;"><b>CONTRA OS PARTIDOS E SINDICATOS</b></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-large;"><b><br /></b></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="font-size: x-large;">Rubens Vinícius da Silva</span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-large;"><b><br /></b></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; font-size: x-large;">Escreveu Marx (1977, p. 3, itálico no original) na Introdução à crítica da filosofia do direito de Hegel [1843]: "Dirigidos por nossos pastores, encontramo-nos apenas uma vez em companhia da liberdade: no dia do seu enterro". Qual a relação entre este fragmento e o modo como os partidos e sindicatos buscam se relacionar com as classes inferiores e setores contestadores da sociedade moderna?</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; font-size: x-large;">A resposta a tal questionamento nos remete ao seguinte: nunca é demais lembrar que todos os burocratas de partidos e sindicatos são "pelegos[1]", sejam eles ocupantes ou aspirantes, conservadores ou progressistas. A burocratização e mercantilização destas duas formas organizacionais é algo irreversível; a relação entre dirigentes e dirigidos que as fundamenta é uma das relações sociais fulcrais das sociedades classistas.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; font-size: x-large;">Os seus interesses enquanto fração de classe auxiliar da burguesia (a classe dominante no capitalismo) consistem em impedir que as classes inferiores superem estas formas burocráticas de organização, que ironicamente foram criadas pela classe operária e há mais de um século servem para a reprodução e consolidação do capitalismo. A história do movimento operário está repleta de exemplos onde os partidos e sindicatos foram os principais agentes da contrarrevolução, ao lado da classe capitalista e das suas classes auxiliares.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; font-size: x-large;">Dentre outras formas, a miséria contemporânea do bloco progressista[2] se manifesta no desespero eleitoral e na necessidade de controlar, amortecer ou cooptar as formas de auto-organização das classes inferiores e setores contestadores da sociedade capitalista. Do mesmo modo, pode ser observada na busca incessante por legitimar a necessidade da organização sindical (seja nas direções ou nas patéticas "oposições de luta", que só servem como justificativa para ascender à burocracia sindical e manter a apatia e passividade das "bases"), a qual também há mais de um século se revela uma forma de organização antagônica à luta pela autoemancipação humana.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; font-size: x-large;">Ambas as organizações são fundadas numa rígida e complexa divisão social, reproduzindo o capitalismo no seu interior. No interior destas organizações emerge um conjunto de funcionários especializados, os quais passam a possuir interesses próprios, vinculados à sua autorreprodução enquanto fração da burocracia. Ao lado disso, os burocratas de partidos e de sindicatos promovem um processo de autovaloração, enaltecendo suas ações com o fim de justificar sua existência. Tal processo caminha em conjunto com o processo de simulação-dissimulação: os burocratas partidários e sindicais do bloco progressista dizer representar os interesses das classes trabalhadoras, mas na verdade estão perseguindo seus interesses enquanto fração de classe auxiliar da burguesia. Desta forma, podemos afirmar que os partidos são estados em potencial e os sindicatos são organizados nos moldes da democracia burguesa, uma das mais sutis ideologias e formas de dominação de classe.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; font-size: x-large;">Os partidos políticos só têm um objetivo: tomar o poder e exercê-lo. Os sindicatos possuem horror às relações de produção comunistas, pois a autogestão social significa o fim de sua existência. O proletariado revolucionário e seus aliados têm interesses maiores e mais urgentes: a sua libertação, na forma de criação, generalização e articulação da autogestão de suas lutas, determinação fundamental para a autoemancipação humana.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; font-size: x-large;">Referências</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; font-size: x-large;">MARX, Karl. <b>Crítica da Filosofia do Direito de Hegel – Introdução</b>. São Paulo: Editorial Grijalbo, 1977.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; font-size: x-large;">SILVA, José Santana. <b>Sindicalismo: da expectativa revolucionária à conformação burocrática</b>. Goiânia: Edições Enfrentamento, 2020.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; font-size: x-large;">VIANA, Nildo. <i>Blocos sociais e lutas de classes</i>. <b>Revista Enfrentamento</b>, ano 10, n. 17, jan/jul. 2015. </span><span style="font-family: inherit; font-size: x-large;">Disponível em: </span><a href="https://redelp.net/revistas/index.php/enf/article/view/960/830 " style="font-family: inherit; font-size: x-large;" target="_blank">https://redelp.net/revistas/index.php/enf/article/view/960/830</a></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p><div style="mso-element: footnote-list;">
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="font-size: x-large;"><a href="file:///C:/Users/Ricardo/Downloads/CONTRA%20OS%20PARTIDOS%20E%20SINDICATOS.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face="" style="font-family: "times new roman", serif; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Na tradição do
sindicalismo brasileiro, termo que caracteriza as direções sindicais que
explicitamente buscam conciliar os interesses entre a classe capitalista e
determinada fração das classes trabalhadores. Sobre o processo de
burocratização do sindicalismo, que sepultou de modo inevitável quaisquer
expectativas revolucionárias a respeito desta organização, consultar Silva
(2020). <o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="font-size: x-large;"><a href="file:///C:/Users/Ricardo/Downloads/CONTRA%20OS%20PARTIDOS%20E%20SINDICATOS.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face="" style="font-family: "times new roman", serif; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Os blocos sociais são as
formas mais organizadas, conscientes e ativas das classes sociais (não devendo
ser confundidos com estas), no caso das classes fundamentais (burguesia e
proletariado), ou de seus setores mais autonomizados, no caso da burocracia e
seus aliados. O bloco progressista reúne frações da burocracia partidária e
sindical popularmente conhecidos como “de esquerda”, ou seja, os setores destas
frações de classe que dizem “representar” os interesses do proletariado e
demais classes inferiores. Acerca dos blocos sociais, conferir o texto Blocos
sociais e luta de classes, de Nildo Viana, publicado na <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Revista Enfrentamento</span></i><span style="mso-bidi-font-size: 12.0pt;">, ano 10, n. 17, jan/jul. 2015. Disponível
em: </span><a href="https://redelp.net/revistas/index.php/enf/article/view/960/830">https://redelp.net/revistas/index.php/enf/article/view/960/830</a><span class="MsoHyperlink">.</span></span><o:p></o:p></p>
</div>
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-67213822597770932622020-07-13T12:20:00.005-07:002020-07-13T13:58:08.999-07:00COMO ASSIM VOCÊ NÃO É FEMINISTA? <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisVGj9IKa0pewlmCRaKKyBsIr4bqHMb-sxzi8rOkd9-hFoR218ZdsPQfyzeENX_wrwncW35JDW-Kbv32wUyjFVLUjYRSaQI9yQSG6SWs_7Aj2j_KtFUWdqYXyZBBOipf86CvzqFz5nLd-g/s1600/WhatsApp+Image+2020-07-13+at+15.55.40.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="789" data-original-width="940" height="335" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisVGj9IKa0pewlmCRaKKyBsIr4bqHMb-sxzi8rOkd9-hFoR218ZdsPQfyzeENX_wrwncW35JDW-Kbv32wUyjFVLUjYRSaQI9yQSG6SWs_7Aj2j_KtFUWdqYXyZBBOipf86CvzqFz5nLd-g/s400/WhatsApp+Image+2020-07-13+at+15.55.40.jpeg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<h2 style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="font-family: arial, sans-serif; line-height: 115%;"><b><font size="5">COMO ASSIM VOCÊ NÃO É FEMINISTA?</font></b></span></h2>
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: right;"><span style="font-family: arial, sans-serif;"><br /></span></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: right;"><span style="font-family: arial, sans-serif;"><br /></span></div><div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
<span style="font-family: arial, sans-serif;">Jaciara Veiga<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><font size="5">Ao dizer
que não sou feminista, logo surgem algumas perguntas já com um “ar de
reprovação”, sem ao menos buscar saber o porquê de tal afirmação: Como assim
você não é feminista? Então você é contra a luta pela igualdade das mulheres em
relação aos homens? Como uma mulher pode não ser feminista?<o:p></o:p></font></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><font size="5">Parece
natural que a reação da grande maioria das pessoas seja exatamente essa, a de
estranhamento diante do que parece óbvio: “toda mulher é/deve ser feminista”.
Isso acontece porque o feminismo é conhecido como o movimento que luta em favor
das mulheres, de todas as mulheres; um movimento que reivindica a igualdade
social e política entre os sexos. Apesar de hoje se falar de feminismo no
plural (os feminismos), todos eles, com raras e ambíguas exceções, consideram a
mulher — e não o proletariado — o sujeito da ação política, cujo interesse
fundamental seria a luta pela igualdade de direitos em relação aos homens, uma
luta pelo fim de sua opressão<a href="#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> numa sociedade “machista”
e “patriarcal”. Esse estranhamento ocorre justamente por se acreditar que o
movimento de luta das mulheres é homogêneo, isto é, desconsiderando que as
mesmas pertencem à classes sociais distintas, desvinculando suas lutas das demais
relações sociais e, por conseguinte, reduzindo-as meramente a uma relação entre
homem-mulher, onde sua opressão seria causada pela “maldade inata do homem”.
Nesse sentido, cria-se a ilusão de uma unidade entre as mulheres que através de
interesses comuns, independentes dos de sua classe, constroem uma “fraternidade
de sexo”, uma “sororidade”.<o:p></o:p></font></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><font size="5">O
feminismo se coloca como representante dos interesses das mulheres como um
todo, mas, na verdade, representa os interesses das mulheres das classes
superiores<a href="#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;">[2]</span></span></span></span></a>. Apesar de estar
ligado ao movimento das mulheres em geral, o feminismo é uma concepção ambígua
(que pode se manifestar sob a forma de ideologia, doutrina ou representações)
que diz representar os interesses das mulheres como grupo social em sua totalidade,
mas<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>no fundo, representa os interesses
individuais, setoriais ou das mulheres de determinadas classes sociais)<a href="#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. Não é possível, portanto,
falar em um movimento unitário das mulheres em uma sociedade dividida em
classes sociais.<o:p></o:p></font></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><font size="5">De fato,
as mulheres sempre se rebelaram contra a situação social de opressão e
subordinação a qual estão submetidas, e isso ocorreu durante um longo processo
histórico e se desenvolveu sob diversas formas<a href="#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. Contudo, o movimento de
luta das mulheres tem sido por natureza um movimento fragmentado, com múltiplas
manifestações, objetivos e pretensões diversas. O movimento feminino é
considerado por muitos como homogêneo. No entanto, ele é heterogêneo e possui
ramificações com variações em suas manifestações, como é o exemplo do feminismo<a href="#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></font></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><font size="5">Deste
modo, não podemos confundir o movimento social em sua totalidade, o movimento
feminino, com uma de suas ramificações, o feminismo<a href="#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. É imprescindível fazermos
a distinção entre movimento feminino e feminismo, para compreendermos a
diferença entre ambos e superarmos o equívoco que considera todas as lutas,
históricas e concretas das mulheres como sendo lutas feministas.<o:p></o:p></font></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><font size="5">Apesar do
feminismo ter mais destaque e hegemonia entre as mulheres das classes
superiores, assim como nos meios acadêmicos e de comunicação e suas exigências
aparentemente serem radicais, não se deve perder de vista o fato de que as
feministas não podem e não querem, devido aos seus interesses de classe, lutar
pela transformação radical da sociedade, sem a qual a libertação das mulheres
não se efetivará. O feminismo é expressão da classe burguesa em oposição ao
movimento feminino revolucionário, cuja expressão é a da classe operária. Seu
objetivo implica uma emancipação particular (somente das mulheres), uma vez que
afirma que o agente da libertação da opressão é o próprio indivíduo oprimido.
Logo, a libertação das mulheres seria obra das próprias mulheres. A tentativa
de associar a luta da mulher trabalhadora à luta feminista, não passa de uma
estratégia que desvia da luta de classes, negando o proletariado como único
agente histórico revolucionário.<o:p></o:p></font></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><font size="5"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A luta das mulheres trabalhadoras não pode
ser confundida com a ideologia feminista que busca uma “igualdade” em
conformidade com a ideologia dominante, ou seja, a integração das mulheres no
capitalismo “reformado”, através de conquistas parciais, tais como a
“representatividade” nas instituições burguesas que, aliás, não serão
alcançadas por todas as mulheres, mas criam a ilusão de que é possível
encontrar “seu lugar” na sociedade. Sem dúvida alguma, mesmo que estas reformas
sejam realizadas, a determinação fundamental da subordinação da mulher não será
eliminada.<o:p></o:p></font></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><font size="5">Então
deve-se abandonar as lutas especificamente femininas em prol da luta de
classes? É óbvio que a resposta é não. O que está sendo combatido é a forma
como isso tem sido feito — além de isolar as lutas das mulheres, tornando-as
autônomas e independentes das demais lutais sociais e acima da luta de classes,
defende que a “maldade inata do homem” é a causa de sua opressão. Um equívoco
que contribui muito mais para a reprodução das relações de subordinação do que
para uma transformação radical dessas mesmas.<o:p></o:p></font></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><font size="5">A luta,
entretanto, deve ser classe contra classe e não sexo contra sexo<a href="#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. A substituição da luta de
classes pela luta entre os sexos é um verdadeiro entrave para a libertação das
mulheres. É por isso que a luta das mulheres trabalhadoras é ao lado de seus
companheiros de classe, os homens proletários, bem como de todos os homens e
mulheres que se engajam na luta pela revolução, e não ao lado das feministas,
mulheres que expressam os interesses da classe antagônica à sua. Para lutar
pela emancipação das mulheres não é preciso ser feminista, muito pelo
contrário, deve-se combater o feminismo e seu caráter burguês, pois somente
assim, as trabalhadoras poderão construir um movimento, no qual os interesses
de classe estejam acima dos interesses particulares, pois é somente através da
transformação social total, que as mulheres, em particular, e a humanidade, em
geral, poderá se libertar.<o:p></o:p></font></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><font size="5">Combater o
capitalismo, colocando em primeiro plano a luta pela autogestão social ao lado
do movimento operário, segue sendo uma árdua, mas necessária tarefa das
mulheres trabalhadoras.</font><o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><a href="#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"> Não há como negar
que na sociedade capitalista existe opressão e subordinação da mulher e que ela
passou por diferentes formas e graus, mas que ainda continua existindo. O
grande problema da mulher no capitalismo, bem como em toda sociedade de classe,
é a subordinação. A opressão nas sociedades classistas atinge tanto mulheres
quanto homens, mas a opressão da mulher segue sendo um problema maior que a dos
homens, pois ela é acompanhada da subordinação, transformando-se em algo
quantitativa e qualitativamente diferente. Ver <i>Marxismo, Antropologia e
Subordinação da Mulher</i>, Nildo Viana in <i>A Opressão das Mulheres no
passado e presente</i> – para acabar no futuro: uma perspectiva marxista,
Christophe Darmangeat, 2017.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><a href="#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"> Sobre classes
superiores e classes inferiores ver “Classes superiores e classes inferiores”,
Viana, 2019.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><a href="#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"> Sobre movimento
feminino e feminismo ver:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif;">Movimento
Feminino e Feminismo,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Marcus Gomes:<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>https://redelp.net/revistas/index.php/rms/article/view/06gomesms03;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif;">O
Feminismo como Ideologia Reformista, Florence Oppen:<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>http://phl.bibliotecaleontrotsky.org/arquivo/mv06neept/mv
06neept-11o.pdf;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif;">Por
qué no soy feminista: Un manifiesto feminista, Jessa Crispin.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Madrid: Lince, 2016;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif;">Os
Fundamentos Sociais da Questão Feminina, Alexandra Kollontai:<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>https://www.marxists.org/portugues/kollontai/1907/mes/fundamentos.htm;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif;">Coletivo
8 de Março: http://coletivooitodemarco.blogspot.com/<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif;">Nuevo
Curso: https://nuevocurso.org/diccionario/feminismo/<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif;">Barbaria:
http://barbaria.net/tag/critica-al-feminismo/<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><a href="#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"> Concordamos com a
tese de que a opressão das mulheres tem sua origem nas sociedades classistas,
negando, portanto, a naturalização da opressão universal da mulher.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><a href="#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> Que, por sua vez, é dividido em
várias tendências: “liberais”, “radicais”, “existencialistas”, “marxistas”,
“anarquistas”, “socialdemocratas”.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><a href="#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"> Os movimentos
sociais produzem diversas ramificações, isto é, um movimento social pode ser
considerado um caule do qual brotam diversos ramos. Essas ramificações, por sua
vez, são derivações dos movimentos sociais. Apesar de muitas vezes serem
confundidas com um movimento social em si, são partes dele sem ser sua
totalidade ou ele mesmo. Ver: Os Movimentos Sociais, Nildo Viana, 2016.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><a href="#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 150%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"> Sexo contra sexo
ou classe contra classe:
https://www.marxists.org/portugues/reed-evelyn/ano/mes/sexo.htm<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p> </o:p></span></p>
</div>
</div><br /></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-26465717524405428932020-07-10T11:43:00.007-07:002020-07-10T12:49:51.630-07:00O ESPANTALHO FASCISTA DOS ANTIFASCISTAS E A LUTA CONTRA AS ILUSÕES DEMOCRÁTICAS<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFoD2Or8oLj_ARbhGnqe31OzMxSkL-hd44hpTTWQorOl7XD31mFzz7nUSwUzNjUgVQmKmbyHcsULXgrAKtE9E8cVixCxjUUurSlS00ETzsSyZ9reEappx3DIxB-GE6ZgkX86ah4kjJY7tT/s540/espantalho+fascista.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="540" data-original-width="357" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFoD2Or8oLj_ARbhGnqe31OzMxSkL-hd44hpTTWQorOl7XD31mFzz7nUSwUzNjUgVQmKmbyHcsULXgrAKtE9E8cVixCxjUUurSlS00ETzsSyZ9reEappx3DIxB-GE6ZgkX86ah4kjJY7tT/w330-h500/espantalho+fascista.jpg" width="330" /></a></div><div><br /></div><div><br /></div><div><div style="text-align: center;"><font size="5"><b>O ESPANTALHO FASCISTA DOS ANTIFASCISTAS E A LUTA CONTRA AS ILUSÕES DEMOCRÁTICAS</b></font></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: right;">Guilherme Bachmann</div></div><div><br /></div><div><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p><p class="MsoNormal"></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><font face="verdana">A questão do combate ao fascismo volta a ser pauta
generalizada após inúmeros acontecimentos, o que vem acirrando os nervos de
diversos blocos sociais<a href="#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
A pandemia e a queda da acumulação de capital já demonstravam a tendência de
uma maior animosidade entre classes, blocos sociais, partidos etc. Este cenário
gera uma tensão crescente, em especial entre o proletariado e demais classes
inferiores, os quais ao longo dos sucessivos governos democráticos estão
assistindo a piora cada vez maior de suas condições de vida (corrosão de
direitos trabalhistas, arrocho salarial, etc.). Como se não bastasse, num
contexto marcado por tal situação desesperadora, nos deparamos com um governo
cujos discursos são marcados não pela conciliação, mas pela continuidade e insistência
(até suas últimas consequências) na polarização, agora entre governistas e
não-governistas. Assim, a aparência comedida que tanto caracterizava a
burocracia governamental parece não mais existir: o presidente não mascara seu
desprezo pela população (sobretudo em se tratando do proletariado e outras
classes inferiores) e sim o escancara. Tal postura causa espanto, revolta e
exalta os ânimos de indivíduos e setores influenciados pelas correntes de
opinião e representações produzidas pelo capital comunicacional e pela ação do
bloco progressista. Não é absurdo imaginar que se o governo moderasse o
discurso a revolta seria menor, ainda que fossem mantidas as mesmas políticas.<o:p></o:p></font></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><font face="verdana">Agora novamente se fala em defender a democracia. Os sociais
democratas elegeram esta máxima como a salvação da humanidade, o triunfo
supremo da civilização. Os leninistas a defendem como um melhor caminho para
realizar sua tomada do estado. Os anarquistas cambaleiam tentando defendê-la
enquanto tentam ter o mínimo de concordância com seus ideais anti-estatistas.
Juntam-se todos a defender a democracia contra o “fascismo”. O antifascismo é
esse bolo ideológico que aglutina parcela da classe proletária e do bloco
revolucionário<a href="#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 150%;">[2]</span></span></span></a>
para dentro de uma ação conservadora. É orquestrado e tocado pelas mesmas
figuras carimbadas ao longo da história e seus resultados já são dados. Não é
de se espantar que muita gente esteja revoltada com os dizeres e ações
repulsivos do governo e do presidente. Também não surpreende que essa revolta
esteja sendo direcionada para a defesa da democracia, pois o discurso
democrático é o discurso da garantia de direitos, do respeito, da “egalité,
fraternité, liberté”<a href="#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 150%;">[3]</span></span></span></a>.
Parcelas significativas de diversas classes sociais percebem este discurso como
possibilidade concreta de realização: “Hoje está ruim porque fascistas comandam
o país, quando líderes democráticos assumirem as coisas irão melhorar. Quando
reina a democracia, reina a liberdade”.</font></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><font face="verdana"><o:p></o:p></font></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><font face="verdana">Junto da defesa da democracia vem as frentes democráticas e
“antifascistas”, organizações políticas ou um conjunto delas que teriam o
propósito de representar o interesse democrático da população. Clamam aos
revolucionários, bem como aos lumpemproletários, proletários e demais classes
subalternas que abracem a luta democrática. Imploram que se abandone as
diferenças para lutar contra um “inimigo comum”, pois a ameaça iminente de uma
ditadura totalitária colocaria em risco os interesses de classes e blocos
sociais distintos. Tal ditadura, argumentam, já teria começado. Para garantir
nossos direitos e nossa liberdade precisaríamos defender com unhas e dentes as
instituições democráticas. Esta espécie de fetichismo com a democracia é,
obviamente, um construto ideológico burguês. A defesa da democracia reforça a
hegemonia burguesa, já que historicamente ela é apenas uma forma que a classe
dominante tem para gerir seus interesses.</font></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><font face="verdana"><o:p></o:p></font></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><font face="verdana">Esquecem-se, às vezes de propósito e às vezes não, que foi
na democracia norte americana que morreu George Floyd. Esta mesma democracia
que muito antes de Trump já causou todo tipo de dominação e violência ao redor
do globo e dentro de suas fronteiras. É a democracia dos países de capitalismo
imperialista que, diante das necessidades e interesses do capital bélico (em
especial no caso dos EUA) promovem guerras de rapina (anos 1950 Coreia; anos
1960-70 Vietnam; anos 1980-1990 Oriente Médio e América Latina; anos 1940-1990
Guerra ‘Fria’) a fim de manter sua elevada acumulação de capital. Foi na
democracia (também) que o Estado brasileiro subjugou populações indígenas,
ribeirinhas e quilombolas<a href="#_ftn4" name="_ftnref4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 150%;">[4]</span></span></span></a>.
Foi na democracia que se prendeu Rafael Braga por portar uma garrafa de pinho
sol e se aprovou a chamada lei “antiterrorismo”<a href="#_ftn5" name="_ftnref5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 150%;">[5]</span></span></span></a>,
que serve, basicamente, para reprimir de maneira mais eficiente os movimentos
sociais que se busca criminalizar. É na democracia que se trabalha e morre sem
o direito a tomar os meios de decisão de nossas vidas. Que interesse tem o
proletariado em defender a democracia? Que benefício traz ao projeto
revolucionário defender as instituições burguesas? Quando se prega aos quatro
ventos o evangelho da “união de esquerda” e da “frente antifascista” esconde-se
o fato de que, embora alguns interesses imediatos pareçam coincidir (não é do
interesse do proletariado nem dos revolucionários um regime fascista), os
objetivos concretos de tais frentes não apenas divergem daqueles dos
revolucionários mas são antagônicos a eles. Em última instância aliar-se a
estas organizações é aliar-se ao projeto burguês de sociedade, pouco importa se
o discurso ideológico que adotam é mais moderado e revestido de liberalismo.
Pouco importa também se os membros que compõe as frentes se auto intitulam
“comunistas” ou “anarquistas”. É preciso ter em mente que quando se fala em
fortalecer as “instituições democráticas” se está falando em fortalecer as
instituições burguesas. Quando o objetivo é defender a democracia, se está a
defender a sociedade capitalista. É essa mesma sociedade que irá combater com
veemência qualquer tentativa revolucionária por parte do proletariado. Da mesma
forma as frentes e uniões de esquerda combatem de toda maneira qualquer postura
mais radicalizada de seus membros.</font></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><font face="verdana"><o:p></o:p></font></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><font face="verdana">Precisamos romper com a lógica de olhar apenas o horizonte
imediato, no qual tudo que se enxerga são aqueles que possuem, no momento, as
ferramentas de dominação. Não há espaço para, apenas por causa das emoções que
surgem diante dos absurdos do governo, abrir mão dos nossos interesses
históricos, de um horizonte que aponte para outra sociedade, um horizonte
revolucionário. É preciso mais do que nunca manter a crítica o mais radical
possível, sem desviar para concessões reformistas. Realizar a defesa da
democracia burguesa é abrir mão desse horizonte. Incentivar o proletariado e
parte do bloco revolucionário a aderir a esta causa é trabalhar contra a
superação desta sociedade, uma vez que se está trabalhando por sua manutenção.
Não se trata de pensar que a classe proletária irá aderir ao projeto
revolucionário em bloco de maneira imediata. Sabe-se dos limites do
proletariado “em-si” que permanece subjugado pela ideologia burguesa e
burocrática de nossos tempos. Também não se trata de desconsiderar as
manifestações que surgem no Brasil como meras insurgências partidárias e
reformistas. No momento o que ocorrem são revoltas espontâneas e organizadas
sobre anseios comuns. Parte da população está revoltada, ainda que não tenha
bem em mente contra o quê. Reconhecer os limites da consciência imediata do
proletariado não significa negar o potencial concreto de sua elevação em classe
autodeterminada (para-si) que será sempre uma possibilidade real enquanto
existir capitalismo (consequentemente enquanto houver burguesia e
proletariado). Cabe àqueles que defendem um projeto revolucionário justamente
radicalizar e tencionar determinados setores, auxiliar na medida do possível o
desenvolvimento deste processo. Isso inclui, também, abordar seu amigo e seu
colega “antifascista” e dizer com todas as letras que ele está defendendo uma
pauta conservadora. Não abrir mão da crítica e deixar claro quais os interesses
por trás da ideologia do antifascismo, que é em última instância a manutenção
da sociedade burguesa.</font></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><font face="verdana"><o:p></o:p></font></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><font face="verdana">A luta contra o capital já é uma luta “antifascista”, na
medida em que o fascismo é um fenômeno do capitalismo, mas ela também é uma
luta “antidemocrática”. Há muito já dizia um velho barbudo alemão: “o poder
executivo do Estado moderno não passa de um comitê para gerenciar os assuntos
comuns de toda a burguesia”. Nosso interesse não é manter este comitê nem lutar
pelos assuntos comuns da burguesia. Nosso interesse é de superar por completo
essa sociedade, de instaurar a autogestão social.</font></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><!--[if !supportFootnotes]-->
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><font face="times"><a href="#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a> Os blocos sociais são determinadas formas mais
organizadas e conscientes de parcelas de classes sociais distintas que possuem
programas e interesses comuns. Gravitam em torno do conflito das duas classes
fundamentais (proletariado e burguesia) mas não devem ser confundidos com as
mesmas.<o:p></o:p></font></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><font face="times"><a href="#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> O bloco revolucionário é formado pelos indivíduos
mais avançados do proletariado e membros de outras classes sociais (geralmente
as classes desprivilegiadas) que aderem ao projeto revolucionário do
proletariado.<o:p></o:p></font></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><font face="times"><a href="#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> “Igualdade, fraternidade e liberdade”. Slogan
utilizado durante a revolução francesa cujo conteúdo se dá na defesa de
supostos direitos universais que viriam a ser garantidos pela república, em
contraposição à “tirania” dos monarcas. Trata-se, historicamente, de um
discurso burguês.<o:p></o:p></font></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><font face="times"><a href="#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 150%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Destacam-se, entre tantos acontecimentos, a
construção da barragem de Belo Monte e as remoções forçadas para a realização
dos megaeventos esportivos (copa do mundo e olimpíadas). <o:p></o:p></font></p>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><font face="times"><a href="#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 150%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Tanto a prisão de Rafael Braga quanto a aprovação da
lei antiterrorismo curiosamente ocorreram durante o governo petista, assim como
a construção de Belo Monte e as remoções forçadas mencionadas anteriormente.
Hoje a mesma esquerda que um dia participou dessa violência de estado conclama
o combate ao fascismo.<o:p></o:p></font></p>
</div>
</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p></p></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-61547013066577823022020-07-07T14:30:00.002-07:002020-07-07T14:30:35.215-07:00REFLEXÕES AUTOGESTIONÁRIAS 11: A IMPORTÂNCIA DA AUTOFORMAÇÃO PARA A CONVICÇÃO REVOLUCIONÁRIA<br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRwuPUA58AYY5wSr2M5arzZpGarfX2ecEwclPQKIeUv-0_-uIGr-OUBf9BkoeY4VQ9I6xo07STO4wrCCx1BAB9B7rZKAI8EXGEtQo65OKe9C4vaASoF-_gsx3gecs0wvySzk38czA0h6x3/s1600/trab.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="846" data-original-width="564" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRwuPUA58AYY5wSr2M5arzZpGarfX2ecEwclPQKIeUv-0_-uIGr-OUBf9BkoeY4VQ9I6xo07STO4wrCCx1BAB9B7rZKAI8EXGEtQo65OKe9C4vaASoF-_gsx3gecs0wvySzk38czA0h6x3/s400/trab.png" width="266" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 18pt; line-height: 27.6px;">A importância da autoformação para a convicção revolucionária<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; line-height: 18.4px;">Gabriel Teles</span></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A Autogestão Social é o maior e mais
belo projeto político empreendido na história da Humanidade. Essa utopia
concreta, que aponta para a emancipação humana, nos leva a necessidade de
transformar radicalmente a totalidade das relações sociais derivadas da atual
sociedade capitalista na qual vivemos, fundada na divisão entre classes
sociais. Trata-se de uma nova sociedade radicalmente distinta, com um outro
modo de produção, outras formas sociais e uma outra maneira de se viver e
expressar nossas verdadeiras potencialidades enquanto seres humanos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Aquele que almeja essa nova
sociedade, a aurora da humanidade, busca contribuir com o processo
revolucionário que nos leve até ela. O denominamos de revolucionário. O
revolucionário é aquele que, como bem disse Carlos Marques em “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O que é ser revolucionário?</i>”<a href="file:///C:/Users/Ricardo/Downloads/A%20import%C3%A2ncia%20da%20autoforma%C3%A7%C3%A3o%20para%20convic%C3%A7%C3%A3o%20revolucion%C3%A1ria.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">[1]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a>,
luta e busca concretizar o projeto autogestionário, acima de seus interesses
individuais. Assim, o revolucionário vincula o seu projeto de vida ao projeto
revolucionário; se liga, numa atitude de coragem e convicção, aos objetivos
históricos da classe social que possui os interesses e potencialidade de
efetivar a revolução social, o proletariado. Tal atitude não é fácil: ser
revolucionário, numa sociedade que respira o ar pesado das ideias dominantes,
significa remar contra a maré num frágil barco sem hastilhas. Em momentos
não-revolucionários, ser revolucionário é lutar contra quase tudo e todos,
inclusive consigo mesmo, com nossos interesses individuais que eventualmente
podem se chocar com os interesses históricos que buscamos expressar. A
convicção, então, é fundamental; e um revolucionário só pode sê-lo se tiver
convicção daquilo que acredita.<span style="color: red;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A convicção revolucionária é
radicalmente distinta de uma opinião<a href="file:///C:/Users/Ricardo/Downloads/A%20import%C3%A2ncia%20da%20autoforma%C3%A7%C3%A3o%20para%20convic%C3%A7%C3%A3o%20revolucion%C3%A1ria.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">[2]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a>. Uma mera
opinião<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>política é tão frágil que com
uma simples oscilação do indivíduo ou do meio que o cerca (condições políticas,
arrefecimento de uma luta que o indivíduo faz parte, etc.), pode ser desfeita e
cessar. Em muitos casos, a anedota sobre os jovens é correta: incendiário na
juventude e bombeiro em idade adulta. Quem não conhece aquele conhecido ou
amigo que, quando jovem ou dentro de um processo de intensificação das lutas
sociais, torna-se um ardente militante, mas tão logo passa a sua fase de
ressocialização (determinação fundamental da juventude) ou as lutas esmorecem,
ele volta a ter atitudes conservadoras, a taxar de radicais aqueles que ainda
continuam na luta ou aprofundam a sua perspectiva revolucionária? Se o
indivíduo em questão só possui uma mera opinião frágil sobre a necessidade de
mudar o mundo, será necessária pouco vento para que ele debande para uma visão
mais moderada ou até mesmo conservadora. Esse indivíduo, no máximo, vai à
reboque dos sabores e dissabores da dinâmica das lutas de classe, podendo
conjunturalmente se radicalizar ou tornar-se mais conservador de acordo os
ventos do cotidiano capitalista. As opiniões, enfim, estão na superfície da
mentalidade do indivíduo, não descortinam os elementos e determinações mais
profundos da mentalidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Esse exemplo, definitivamente, não
aponta para um caráter revolucionário necessário a uma pessoa que busca a
transformação social. Isso, exige, como dissemos, convicção. A convicção pode
ser fundamentada em diversos processos sociais: sentimentos, valores,
interesses, razão, etc. Diferentemente da opinião, a convicção está no âmago do
indivíduo, elas são as “opiniões entranhadas” nos dizeres de Fromm e Maccoby.
Dado ao seu caráter sólido e estruturado, é um dos guias elementares de um
indivíduo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Um revolucionário, que sempre votou
nulo ou absteve-se de votar por acreditar que a democracia burguesa faz parte
do conjunto das relações sociais que contribuem na reprodução do capitalismo,
não irá mudar a sua militância porque na eleição X ou Y está um candidato mais
reacionário e outro mais democrático (a velha questão da escolha do mal menor).
Independente de quem se candidatar, o revolucionário tem consciência que esse
processo não irá contribuir para acelerar o processo revolucionário; não há
concessões e ilusões com aquilo que só irá retardar ainda mais a necessária
autonomização do proletariado e das demais classes inferiores. <span style="color: #1d2129;">O que é o "mal menor", em luta política, senão
o prolongamento de um período até que o "mal maior" vença? A aposta,
consciente e militante, na transformação radical da sociedade é muito mais
realista do que realismo presentista.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Tal aposta exige a
mais estruturada e mais importante das convicções para quem almeja uma
sociedade radicalmente distinta: a convicção racional. As convicções fundadas
racionalmente estão ligadas aos interesses da verdade e correspondem a
realidade concreta. Não se alinha ao presentismo, não se ilude com o
imediatismo e recusa o conjunturalismo. Isso, exige, evidentemente, formação
revolucionária, ou melhor dizendo, autoformação revolucionária. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Sem autoformação não
há convicção revolucionária. É impossível intervir na realidade sem antes
compreendê-la e analisá-la de maneira que fiquem claros os interesses
conflitivos da sociedade. A convicção revolucionária, então, parte,
necessariamente, da perspectiva do proletariado, um dos elementos fundamentais
do materialismo histórico-dialético, a principal arma intelectual fornecida
pelo marxismo (expressão teórica do movimento revolucionário do proletariado),
para analisarmos a sociedade. A autoformação aponta para o desenvolvimento da
consciência revolucionária do indivíduo, que contribui não só consigo mas com a
sua intervenção nas lutas, seja de maneira organizada a partir de um coletivo
ou individualmente. Essa autoformação se dá a partir da leitura, no interior
das experiências práticas, lutas, discussões, etc. A sua manifestação mais
desenvolvida é a teoria, que é expres</span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">são da realidade num uni<span style="color: #1d2129;">verso
conceitual que evidencia cada elemento constitutivo do real</span><span style="color: red;"> </span><span style="color: #1d2129;">numa totalidade concreta.
Quanto mais ela for desenvolvida, mais o movimento revolucionário como um todo
tende a avançar e conseguir concretizar o seu processo. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Uma luta cultural
efetiva só pode ser plenamente revolucionária se os indivíduos que a produzem
estão armados pela crítica revolucionária e esta só pode ser adquirida a partir
da autoformação, que contribui para conhecer a realidade concreta, suas
tendências,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>potencialidades, e os
perigos das falsas promessas e ilusões dos que dizem estarem ao nosso lado
(organizações burocráticas das mais diversas [partidos políticos, sindicatos,
etc.], ideologias progressistas, etc.).</span><span style="color: red; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: 150%; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Assim, quanto mais
temos elementos sobre a nossa realidade, mais a nossa prática política estará
coerente e contribuirá com os fins revolucionários que nos propomos. Como bem
disse Anton Pannekoek: a revolução não será o efeito de uma força física bruta,
será sim uma vitória da consciência. Sem convicção revolucionária, não há
práxis revolucionária. Somente a percepção e a convicção da necessidade de
combater a sociedade desumanizada nos levará a humanização da sociedade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: 150%; mso-border-shadow: yes; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/Ricardo/Downloads/A%20import%C3%A2ncia%20da%20autoforma%C3%A7%C3%A3o%20para%20convic%C3%A7%C3%A3o%20revolucion%C3%A1ria.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">[1]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt;"> Cf. <</span><a href="https://movaut.blogspot.com/2018/07/reflexoes-autogestionarias-07-o-que-e.html"><span style="color: #1155cc; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt;">https://movaut.blogspot.com/2018/07/reflexoes-autogestionarias-07-o-que-e.html</span></a><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt;">><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/Ricardo/Downloads/A%20import%C3%A2ncia%20da%20autoforma%C3%A7%C3%A3o%20para%20convic%C3%A7%C3%A3o%20revolucion%C3%A1ria.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">[2]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt;"> Sobre a distinção entre opinião e convicção, veja Cf.
“Caráter Social de uma Aldeia” de Erich Fromm e Michael Maccoby e “A<i style="mso-bidi-font-style: normal;">s Representações Cotidianas e as Correntes
de Opinião</i>” de Nildo Viana (Cf. </span><a href="https://redelp.net/revistas/index.php/rel/article/view/293/227"><span style="color: #1155cc; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt;">https://redelp.net/revistas/index.php/rel/article/view/293/227</span></a><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt;">)<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-19148412726604996032020-06-11T07:40:00.001-07:002020-06-11T07:40:52.562-07:00REFLEXÕES AUTOGESTIONÁRIAS 10: A QUEM SERVE O ANTIFASCISMO? <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeeBSSc8FKbjFeu_7Yr7tR15iYp81msDR6SsxGfKepU5vWW-Eed7l4VDI6OzdgWEpOFpJES1yeR7BE3M3NwxxmZq5kmzbPbtMqeI477dQCZR23DnUwOjlkpxVHp_tAqhlfcCE_TS2s7u-t/s1600/antifa.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1010" data-original-width="1000" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeeBSSc8FKbjFeu_7Yr7tR15iYp81msDR6SsxGfKepU5vWW-Eed7l4VDI6OzdgWEpOFpJES1yeR7BE3M3NwxxmZq5kmzbPbtMqeI477dQCZR23DnUwOjlkpxVHp_tAqhlfcCE_TS2s7u-t/s320/antifa.png" width="316" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span class="Ttulo1Char"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; line-height: 150%;">A
QUEM SERVE O ANTIFASCISMO?</span></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-align: right; text-indent: 0cm;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Jaciara Veiga<br />
Mateus Alves<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; text-indent: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; mso-fareast-language: PT-BR;">Eis que ressurge o monstro chamado fascismo e,
consequentemente, seu produto, aquele que busca combatê-lo: o antifascismo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "times new roman" , serif; mso-fareast-language: PT-BR;">Estamos sob ameaça de uma ditadura e não podemos subestimá-la,
portanto, ser antifascista é urgente — clamam os defensores da democracia em
“perigo”. O antifascismo volta à moda. Até mesmo aqueles que não sabem
realmente do que se trata, se denominam antifascista. Muitas pessoas estão
sendo rotuladas de fascistas: em especial, por aqueles que estão vendo fascismo
em todo e qualquer fenômeno. O termo fascista foi despolitizado e tornou-se um
chavão que frequentemente tem sido utilizado como arma na disputa política
institucional, num jogo cujo objetivo nada mais é que impedir toda e qualquer
forma de autonomização do proletariado, mantendo-o na dinâmica da reprodução
ampliada do capital.</span><span style="font-family: "times new roman" , serif;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; mso-fareast-language: PT-BR;">Nesse jogo, vale tudo. Utiliza-se da manipulação de
sentimentos das classes inferiores, onde o medo, o ódio, a defesa da nação
reforçam a adesão à ideia do monstro fascismo. Deste modo, somos encorajados a
combater o inimigo fascista na defesa da nossa tão “igualitária” democracia. De
fato, a ignorância e o medo podem nos levar à cegueira e, por conseguinte, à
adesão daquilo que nem se quer sabemos definir. Sendo assim, é até possível ignorar que o
interesse da classe dominante é a manutenção de sua dominação sob qualquer
forma, seja em um regime político democrático ou ditatorial, bem como o que
determina se a burguesia optará por uma das duas formas é a dinâmica das lutas
de classes e a perda de sua hegemonia no conjunto da sociedade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; mso-fareast-language: PT-BR;">Para combater determinado fenômeno é necessário,
antes de tudo, saber do que se trata o mesmo. Logo, a pergunta a ser feita é se
sabemos o que estamos combatendo. Afinal de contas, o que é fascismo?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; mso-fareast-language: PT-BR;">O fascismo [1] é um movimento político, ou seja,
uma expressão política de classe (ou conjunto de classes, alianças de classes
etc.); é caracterizado por ser um nacionalismo expansionista, integralista e
totalitário; busca um estado forte, orgânico, sustentado por uma base
policlassista. Ele não é um fenômeno universal, que emerge em qualquer contexto,
sob qualquer forma; é uma forma histórica do capitalismo, não é um movimento
destituído de historicidade e produzido arbitrariamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; mso-fareast-language: PT-BR;">O fascismo é um produto do capitalismo. Ele surge
em momentos de crise de um regime de acumulação [2], nos países imperialistas
ou potencialmente imperialistas, num contexto de recuo e derrotas do movimento
operário. O fascismo é, portanto, uma forma política específica e determinada
utilizada pela classe dominante em alguns países de capitalismo imperialista.
Seu caráter de classe é burguês, assentado numa burocracia forte (partidária,
mas principalmente num estado forte, integral, totalitário), que satisfaça suas
necessidades.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; mso-fareast-language: PT-BR;">O fascismo (enquanto movimento político e forma
estatal) desapareceu. Contudo, o uso banalizado do termo no capitalismo
contemporâneo é marcado pela suposta reemergência deste fenômeno. Com certeza, tal
utilização não tem relação alguma com o que se passou no contexto da luta de
classes na Itália durante as décadas de 1920 e 1930. Para ser fascismo
necessitaria possuir seus elementos essenciais supracitados. Sendo assim,
podemos dizer que o atual governo brasileiro é fascista?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; mso-fareast-language: PT-BR;">De acordo com determinadas representações cotidianas
[3] e algumas representações ilusórias [4] acerca do governo Bolsonaro — que se
baseiam no comportamento de um indivíduo, no caso, o próprio Bolsonaro — estamos
sim sob um governo fascista. Esse discurso tem sua origem nas eleições de 2018
onde, para surpresa e descontentamento de muitos, se deu sua vitória. Todavia,
esse discurso não foi totalmente superado e voltou à tona. Apesar de o Brasil
ser um país de capitalismo subordinado, sem nenhuma base imperialista, o
presidente é considerado fascista, e logo, o seu governo também.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; mso-fareast-language: PT-BR;">Dizer que o atual governo é fascista demonstra, de
um lado, a ausência de criticidade por parte de indivíduos que desconhecem esse
fenômeno e apenas reproduzem tal discurso e, por outro, o oportunismo daqueles
que buscam reproduzir essa sociedade, seja lá qual for a forma, se pela via
democrática ou pela via ditatorial. O governo Bolsonaro [5] é um governo
neoliberal, subordinado aos países imperialistas. Por mais que o presidente,
alguns setores do seu governo e parcelas da sociedade demonstrem desejar romper
com o “estado democrático”, isso não é suficiente para afirmar que o mesmo seja
fascista, faltam diversos elementos para que se configure um governo realmente
fascista. Logo, um movimento que se denomina antifascista combate, na verdade,
uma caricatura mal feita do fascismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; mso-fareast-language: PT-BR;">O antifascismo não está livre da determinação dos
interesses de classe, pois, nas sociedades classistas, os interesses e a
consciência dos seres humanos são determinados pela sua posição (e em como
enxergam sua posição) na divisão social do trabalho. Na sociedade contemporânea
existem diversas classes sociais que apresentam interesses fundamentais
distintos e até antagônicos que se manifestam por meio da luta de classes.
Então, torna-se essencial refletir quais interesses são expressos pelo
antifascismo e como a luta de classes se manifesta concretamente em seu
ressurgimento no atual cenário político brasileiro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large;">Como
já mencionado anteriormente, o governo Bolsonaro não é fascista, mas apesar
disso, os antifascistas combatem o atual governo qualificando-o como tal. Esta
caracterização ofusca a consciência dos indivíduos acerca da realidade, pois
apresenta a mera mudança de governo como solução para a insatisfação de parte
das classes inferiores em relação às políticas estatais. E, além disso, esconde
os interesses do estado pela reprodução do capitalismo. As ações do governo
Bolsonaro são determinadas, em última instância, pelos interesses da burguesia
em manter o próprio capitalismo. Qualquer outro governo, da mesma forma que o
atual, deve efetivar políticas estatais que correspondam às necessidades da
acumulação de capital. Portanto, o limite intransponível do antifascismo é a
mera mudança de um governo conservantista para um governo progressista, isto é,
um governo que atende algumas exigências mínimas das classes inferiores com o
único objetivo de estabilizar a acumulação de capital.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; mso-fareast-language: PT-BR;">Não é surpresa que parte do bloco progressista
(partidos social-democratas, partidos leninistas, alguns intelectuais, etc.) [6]
se contorça de prazer quando conseguem apoio de parte da sociedade em torno do antifascismo,
uma vez que ganham mais força política para conseguir concretizar seu principal
interesse: ascender ao poder estatal. Também não é surpresa que as manifestações,
textos, manifestos antifascistas sejam defendidos por alguns partidos, alguns
intelectuais, e algumas organizações mobilizadoras dos movimentos sociais de
tendência progressista.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; mso-fareast-language: PT-BR;">No entanto, o bloco progressista necessita, em
decorrência da própria fragilidade, do apoio de outros setores da sociedade
para conseguir satisfazer seu próprio interesse e, ao mesmo tempo, não pode revelar
toda a verdade para as classes inferiores, correndo o risco delas se rebelarem.
Assim, nada mais oportuno que, em um momento de fragilidade do governo Bolsonaro,
ressurja o antifascismo que consegue enfraquecer o atual governo, e
simultaneamente legitimar e reforçar o bloco progressista e suas principais
ideologias como o reformismo, para enfim, ter apoio e condições de conquistar o
poder estatal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; mso-fareast-language: PT-BR;">Então, se o antifascismo não é capaz de expressar
os interesses fundamentais do proletariado revolucionário e, na verdade, ressurge
como expressão do oportunismo do bloco progressista, diante da conjuntura atual,
para enfraquecer tão somente o governo Bolsonaro com o objetivo de trocá-lo por
outro, resta-nos saber a posição dos revolucionários sobre esta questão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; mso-fareast-language: PT-BR;">Os revolucionários não se interessam pela conquista
do poder estatal ou mesmo em quem o assumiu ou assumirá. Não nos interessa
também quais são as políticas estatais que se efetivarão para atender as
necessidades da acumulação de capital, mantendo os trabalhadores ainda sob o
julgo da exploração e dominação. O que nos interessa é a abolição total do
estado simultaneamente com a abolição do modo de produção capitalista e de
todas as outras formas sociais determinadas por ele, isto é, queremos a
abolição total das relações sociais capitalistas em prol de uma sociedade onde
as relações sociais atendam às necessidades humanas, bem como estimulem as suas
potencialidades. Em outras palavras, este é o projeto autogestionário que visa
uma sociedade autogerida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; mso-fareast-language: PT-BR;">A adesão ao antifascismo significaria trilhar um
caminho que nos levaria em direções contrárias ao nosso destino. Significaria
realizar uma série de concessões contrarrevolucionárias, que não representam um
passo rumo à abolição do capitalismo e da concretização do projeto autogestionário,
mas sim o oposto, significaria reforçar e legitimar ideologias como o reformismo,
progressismo, estatismo etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; mso-fareast-language: PT-BR;">Para concretizar o projeto autogestionário são
necessários meios adequados, isto é, deve existir uma unidade entre meios e
fins. Então, para isso, insistimos que o fundamental é ainda a velha máxima do
Manifesto Comunista: a associação dos trabalhadores visando sua
autoemancipação. Dessa maneira, é necessário criticar todas as ideologias,
concepções etc. que ofuscam a realidade e impedem uma consciência revolucionária.
A adesão ao antifascismo é um obstáculo que impede o proletariado
revolucionário de trilhar seu caminho rumo a uma sociedade autogerida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; line-height: 150%;">Notas:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "times new roman" , serif; line-height: 150%;">[1] Sobre o fascismo, veja: </span><a href="https://informecritica.blogspot.com/2018/10/o-que-e-o-fascismo.html?fbclid=IwAR0CJ930pQyTrcF1mG8YLVBy5drAui4GKAgjCH1gQeGcMmNyen22oZ-WHuw" target="_blank"><span style="color: #385898; font-family: "times new roman" , serif; line-height: 150%;">https://informecritica.blogspot.com/…/o-que-e-o-fascismo.ht…</span></a><u><span style="color: #385898; font-family: "times new roman" , serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></u></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><u><span style="font-family: "times new roman" , serif; line-height: 150%;">[2]</span></u><span style="font-family: "times new roman" , serif; line-height: 150%;"> O regime de acumulação é a forma que o capitalismo
assume durante o seu desenvolvimento, mantendo sua essência. É marcado por
determinada forma de organização do trabalho, determinada forma estatal e
determinada forma de exploração internacional, manifestando, portanto, um
determinado estágio da luta de classes. Sobre regimes de acumulação: <i>O capitalismo na era da acumulação integral,
Nildo Viana; O regime de acumulação integral: retratos do capitalismo
contemporâneo, </i>Felipe Mateus (org.).<i><o:p></o:p></i></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; line-height: 150%;">[3] As representações cotidianas são formas de
representar o mundo em nossa cotidianidade, reproduzindo suas características
(simplicidade, regularidade e naturalidade). Estas representações podem ser
ilusórias, mas também verdadeiras. <i> </i>Sobre representações cotidianas, ver: <i>Senso comum, representações sociais e
representações cotidianas, </i>de Nildo Viana.<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "times new roman" , serif; line-height: 150%;">[4] A titulo de exemplo, temos o discurso de alguns
representantes do bloco progressista como Fernando Haddad: “Quando superarmos a
ameaça fascista e garantirmos a preservação do Estado de Direito, se dará a
verdadeira disputa democrática, entre diferentes times e sonhos. Espero que sem
trapaça desta vez" (</span><a href="https://www.brasil247.com/poder/haddad-defende-manifestos-e-frentes-popular-e-antifascista"><span style="font-family: "times new roman" , serif; line-height: 150%;">https://www.brasil247.com/poder/haddad-defende-manifestos-e-frentes-popular-e-antifascista</span></a><span style="font-family: "times new roman" , serif; line-height: 150%;">). E também de Boulos: “Não
basta assinarmos manifestos unitários, que julgo importantes, aliás, subscrevi
todos. Mas a hegemonia fascista, mesmo minoritária, se afirma nas ruas. Foi
assim com os Camisas Negras de Mussolini e com as milícias hitleristas. Poderia
ter sido assim com os integralistas de Plinio Salgado no Brasil se os
comunistas não os tivessem enxotado das ruas. Se normalizamos gente defendendo
AI-5 e agredindo opositores, jornalistas e enfermeiras em praça pública, daqui
a pouco não teremos condições de dar as caras” (</span><a href="https://www.brasil247.com/brasil/boulos-mtst-e-povo-sem-medo-estarao-nas-ruas-no-domingo"><span style="font-family: "times new roman" , serif; line-height: 150%;">https://www.brasil247.com/brasil/boulos-mtst-e-povo-sem-medo-estarao-nas-ruas-no-domingo</span></a><span style="font-family: "times new roman" , serif; line-height: 150%;">). Pode-se observar tanto a
manipulação de sentimentos por meio da “ameaça fascista” quanto a tentativa de
canalizar as lutas do proletariado para as disputas da política institucional
(“disputa democrática”).<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "times new roman" , serif; line-height: 150%;">[5] Sobre o governo Bolsonaro: </span><a href="https://informecritica.blogspot.com/2019/05/para-aonde-vai-o-governo-bolsonaro.html?fbclid=IwAR2AbgtgkP_gxgFfe1QsOaonmWedgmEwln8uvnUFja062WnCvlh6HCEFgn0" target="_blank"><span style="color: #385898; font-family: "times new roman" , serif; line-height: 150%;">https://informecritica.blogspot.com/…/para-aonde-vai-o-gove…</span></a><u><span style="color: #385898; font-family: "times new roman" , serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></u></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span class="Ttulo1Char"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: large; line-height: 150%;">
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "times new roman" , serif; line-height: 150%;">[6] Sobre blocos sociais: </span><a href="https://redelp.net/revistas/index.php/enf/article/view/960?fbclid=IwAR3SCNF6ATA8kCfkpfvAzvwZ8baAZIeQGVCMoK-rBM7EnF1c5GJTS7l6CC8" target="_blank"><span style="color: #385898; font-family: "times new roman" , serif; line-height: 150%;">https://redelp.net/revistas/index.php/enf/article/view/960</span></a></span><span style="font-family: "times new roman" , serif; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span class="Ttulo1Char"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-1145153536096967382020-06-07T08:36:00.000-07:002020-06-11T07:27:01.990-07:00RACISMO E CAPITALISMO E AS LUTAS PARA SUPERÁ-LOS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqs0J2rfNYAqvudhG7QEYztjHE-48rAGX6JgGIz-oPE9zBkwvrw34PGC10KLTE48J_fe7IQxejujgWzhpNlKmzPWy6PDD6L2jXiXIJmB3o5mwU7tK2n7-ldV7NjkrnmQS3r0cfcIyBOVke/s1600/WhatsApp+Image+2020-06-07+at+13.05.18.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="222" data-original-width="502" height="282" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqs0J2rfNYAqvudhG7QEYztjHE-48rAGX6JgGIz-oPE9zBkwvrw34PGC10KLTE48J_fe7IQxejujgWzhpNlKmzPWy6PDD6L2jXiXIJmB3o5mwU7tK2n7-ldV7NjkrnmQS3r0cfcIyBOVke/s640/WhatsApp+Image+2020-06-07+at+13.05.18.jpeg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Matheus
Almeida<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">"Não
existe capitalismo sem racismo", disse certa vez Malcolm X.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Se o que
Malcolm X colocou está correto, então toda luta contra o racismo que não lute
também contra o capitalismo é uma luta pela metade. Afinal, enquanto houver
capitalismo haverá racismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Do mesmo
modo, se esta afirmação é correta, então toda luta contra o capitalismo que não
lute também contra o racismo é uma luta pela metade. Afinal, poupar um elemento
tão caro ao capitalismo, como é o racismo, implicaria não combatê-lo por
inteiro. Logo, enquanto houver racismo, o capitalismo não estará plenamente
superado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Portanto,
a luta antirracista autêntica (e, logo, radical, porque vai à raiz do racismo)
é aquela que combate também o capitalismo, e a luta anticapitalista autêntica (ou
seja, radical, que vai à raiz do capitalismo) é aquela que combate também o
racismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Se isto
está correto, vemos que tarefas estão colocadas: nada menos do que uma
revolução social generalizada, que destrua todas as relações sociais
capitalistas e racistas, construindo em seu lugar novas relações sociais
produtoras de uma humanidade emancipada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Concordando
com este objetivo, o meio para alcançá-lo haveria de ser: Trabalhadores de todo
o mundo, uni-vos, há muito o que revolucionar. A luta contra o racismo não é
tarefa somente dos negros, é dever de todos aqueles que pretendem transformar
radicalmente este mundo; Negros revolucionários de todo o mundo, unamo-nos. A
luta contra o capitalismo é necessária para superarmos o racismo, e nessa luta
não podemos selecionar (ou querer melhor "representar") a cor das
classes inimigas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Soma-se a
estas nossas tarefas a necessidade de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">combater
toda forma de ilusão e imposição de limites</i> a esta luta, que são precisamente
tarefas das classes inimigas. Neste sentido, ilusão e limitação são armadilhas
que cumprem o mesmo papel que a repressão: atuam no interesse da manutenção da
sociedade vigente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Assim, se
o capitalismo no atual regime de acumulação integral [1] reserva às classes
inferiores as formas mais degradantes e miseráveis de vida, e se a maioria da
população negra foi jogada no interior destas classes, o que em países como
Brasil e EUA é uma realidade advinda do escravismo e continuada no capitalismo,
não resta dúvida de que temos de combater velhas e novas formas de dominação e
opressão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Diante
disso, o enfrentamento deve se dar tanto às antigas e contínuas práticas
brutais de assassinatos, torturas e humilhações a que os negros são submetidos,
como também a novas formas de ilusão e limitação, como o microrreformismo [2], as
ideologias de representatividade, de empoderamento e qualquer outra que vise
substituir a luta revolucionária por disputa por migalhas, êxitos individuais e
melhor integração na sociedade capitalista. Estes são os imensos desafios para
o avanço da luta antirracista e anticapitalista.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Um mundo
onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres, numa
sociedade após a abolição do capitalismo e do racismo, isto é, na autogestão
social, é o que a vitória dessa luta nos reserva à frente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[1] Sobre
o regime de acumulação integral:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> <a href="https://publicaciones.sociales.uba.ar/index.php/CS/article/view/219">https://publicaciones.sociales.uba.ar/index.php/CS/article/view/219</a> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[2] Sobre
o microrreformismo e a integração dos movimentos sociais no capitalismo
contemporâneo: </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://informecritica.blogspot.com/2018/06/vantagens-competitivas-microrreformismo.html?m=0">https://informecritica.blogspot.com/2018/06/vantagens-competitivas-microrreformismo.html?m=0</a><o:p></o:p></span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-91115199563576309302020-06-04T13:56:00.001-07:002020-06-04T13:56:42.976-07:00REFLEXÕES AUTOGESTIONÁRIAS 09: CAPITALISMO, INTERESSES DE CLASSE E POLÍTICA INSTITUCIONAL<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<img alt="Miopia Legislativa | GaúchaZH" src="https://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/23294770.jpg?w=700" /><br />
<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">CAPITALISMO, INTERESSES DE CLASSE E
POLÍTICA INSTITUCIONAL<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
Rubens Vinícius da
Silva<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O caso brasileiro recente nos remete para um fenômeno que é
recorrente na história das lutas de classes: as classes que detém ou auxiliam
na manutenção do poder político buscam apresentar os seus interesses de classe
(que são transitórios, históricos e se originam da posição ocupada na divisão
social do trabalho constituída pelo modo de produção dominante) como sendo
universais e válidos para todas as classes sociais. Com isso, conseguem
camuflar e ocultar que seus interesses vão ao encontro da manutenção dessa
sociedade. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não nos iludamos: no contexto atual, marcado por uma queda
na acumulação capitalista no país e reforçado por um cenário de pandemia, que
agrava ainda mais a queda na acumulação de capital no resto do mundo, qualquer
pretensa "ruptura" visa "mudar para conservar". Ficam
intactos os interesses da classe dominante, isso às custas do aumento da
exploração do proletariado e da precarização das demais classes inferiores:
outra consequência mais do que grave é o aumento do lumpemproletariado (mendigos,
desempregados, sem-teto, "autônomos", etc.), que expõe em todos os
rincões do mundo capitalista a sua face mais cruel e desumana.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Noutras palavras: a intensificação das tensões entre setores
da burocracia que expressam distintas posições políticas, vinculadas a setores
da burguesia ("judiciário" versus "executivo", em linguagem
ideológica) é na verdade uma disputa para quem vai melhor servir aos interesses
da classe dominante: tem como objetivo implícito desviar o proletariado e demais
classes inferiores da manutenção das relações de exploração e dominação de
classe, cujo aumento crescente avança independentemente da sucessiva troca de
governos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mais do que nunca, é necessário romper com o presentismo<a href="file:///C:/Users/nildo/AppData/Local/Temp/CAPITALISMO,%20INTERESSES%20DE%20CLASSE%20E%20POL%C3%8DTICA%20INSTITUCIONAL.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> e o personalismo<a href="file:///C:/Users/nildo/AppData/Local/Temp/CAPITALISMO,%20INTERESSES%20DE%20CLASSE%20E%20POL%C3%8DTICA%20INSTITUCIONAL.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> (quer dizer, a ausência da
percepção da historicidade das sociedades e da especificidade de suas relações
sociais, em conjunto com o isolamento fantástico de determinados indivíduos ou
personalidades da totalidade das relações sociais e, na sociedade moderna, das
relações de classe que as caracterizam), divulgando um projeto e consciência
futurista da realidade: somente a luta por outra sociedade é algo são, realista
e verdadeiro nesta sociedade doente, hipócrita e mentirosa em que vivemos.
Ficar nos limites da conjuntura ou querer nela permanecer é escolher o “mal
menor”, que só reforça ilusões e reproduz a miséria reinante.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É necessário não perder de vista que somente quando o
proletariado, demais classes inferiores e setores que contestam o capitalismo
se auto-organizarem de maneira autônoma e autodeterminada (ou seja, numa
perspectiva autogestionária e revolucionária) seus interesses serão expressos.
Tal processo deve avançar e se intensificar para além dos limites impostos pelo
capitalismo: do contrário será tragado pelos interesses mesquinhos e particularistas
da classe dominante (burguesia).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O resto é oportunismo ou miopia política: desde as lutas,
greves e ocupações mais recentes nos últimos 10 anos é sabido que tanto o bloco
dominante quanto o bloco progressista buscam, num primeiro momento, reprimir e
negar o movimento espontâneo do proletariado e demais setores contestadores.
Num segundo momento, alguns setores destes blocos sociais tentam de todas as
formas canalizar tal movimento e se apropriar do mesmo segundo seus interesses
de classe, com o objetivo de amortecer os conflitos e lutas sociais. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O capital sabe usar muito bem do par antinômico democracia e
ditadura para com isso continuar preservando intactos seus interesses de classe
e as relações de exploração e dominação. A verdadeira ditadura é a ditadura da
burguesia, que surge nos locais de produção e se alastra para o conjunto da
vida social. Não nos esqueçamos que foi o "governo
democrático-popular" (eufemismo para os anos de governo neoliberal
neopopulista do PT<a href="file:///C:/Users/nildo/AppData/Local/Temp/CAPITALISMO,%20INTERESSES%20DE%20CLASSE%20E%20POL%C3%8DTICA%20INSTITUCIONAL.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>)
que reavivou as leis da ditadura militar para perseguir, criminalizar e melhor
reprimir seus antagonistas e opositores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ao proletariado, classes inferiores e outros setores que contestam
a sociedade capitalista o único caminho realista é generalizar e ampliar a
ruptura com toda e qualquer organização burocrática, pois estas reproduzem a
divisão social do trabalho e, portanto, relações de classes no seu interior.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A história do movimento operário indica o horizonte a ser
retomado: a criação de novas formas de auto-organização (em conjunto com um
processo de intensa luta cultural visando ao aumento da autoeducação e
autoformação revolucionárias) que ao mesmo tempo ponham em xeque o capitalismo
e sejam o embrião da sociedade futura, aliada à crítica implacável de todos os
seus inimigos de classe (seja à direita ou à esquerda).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A velha máxima da luta proletária, em tempos de pandemia
gerada pelo modo de produção capitalista, é cada vez mais atual: autogestão
social ou barbárie!<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<a href="file:///C:/Users/nildo/AppData/Local/Temp/CAPITALISMO,%20INTERESSES%20DE%20CLASSE%20E%20POL%C3%8DTICA%20INSTITUCIONAL.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> A este respeito, veja-se: <a href="http://movaut.blogspot.com/2019/05/contra-o-personalismo.html">http://movaut.blogspot.com/2019/05/contra-o-personalismo.html</a>.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<a href="file:///C:/Users/nildo/AppData/Local/Temp/CAPITALISMO,%20INTERESSES%20DE%20CLASSE%20E%20POL%C3%8DTICA%20INSTITUCIONAL.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Sobre isso, conferir: <a href="http://movaut.blogspot.com/2018/05/reflexoes-autogestionarias-05-sobre-o.html">http://movaut.blogspot.com/2018/05/reflexoes-autogestionarias-05-sobre-o.html</a>.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<a href="file:///C:/Users/nildo/AppData/Local/Temp/CAPITALISMO,%20INTERESSES%20DE%20CLASSE%20E%20POL%C3%8DTICA%20INSTITUCIONAL.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> No que tange aos anos de
governo do PT, seu significado para a reprodução do capitalismo e posterior
amortecimento da luta revolucionária: <a href="https://movaut.blogspot.com/2018/04/reflexoes-autogestionarias-04-lula-e.html">https://movaut.blogspot.com/2018/04/reflexoes-autogestionarias-04-lula-e.html</a>.
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-70025548667433004722020-05-25T09:36:00.000-07:002020-05-25T09:36:01.056-07:00REFLEXÕES AUTOGESTIONÁRIAS 08: O GOVERNO BOLSONARO, A PANDEMIA E O DUPLIPENSAR<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXHguCghdVcozOqpZe4xnZOwzIcsbGH71mHfGb7yjc3p2rDuKN8B4a53crIFItCUAmwlHYTYoeOWWnwoXm5EeoQ6rnnLTWVWiZTfPrAZb9xPqhgUOnfXfzgy_z81mUNcAprD_VG9s6k_pR/s1600/Bolsonarus.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="719" data-original-width="740" height="387" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXHguCghdVcozOqpZe4xnZOwzIcsbGH71mHfGb7yjc3p2rDuKN8B4a53crIFItCUAmwlHYTYoeOWWnwoXm5EeoQ6rnnLTWVWiZTfPrAZb9xPqhgUOnfXfzgy_z81mUNcAprD_VG9s6k_pR/s400/Bolsonarus.png" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<span style="text-indent: 42.55pt;"><span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 12pt;"><b>O GOVERNO BOLSONARO, A </b></span><b>PANDEMIA</b><span style="font-size: 12pt;"><b> E O DUPLIPENSAR</b></span></span></span></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Lucas Maia<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O clássico <i>1984</i> de
George Orwell publicado em 1949 apresenta um futuro atordoante. Uma sociedade
autoritária, burocrática, na qual nenhum tipo de liberdade é possível,
principalmente a de pensamento. Pensar além do que é permitido pelo poder
instituído é o maior dos crimes, a “Crimideia”. Esta sociedade autoritária,
cujo poder aparentemente eterno e imbatível do Partido único e seu Grande Irmão
é possível devido a três elementos: “novilíngua”, “controle do passado” e
“duplipensar”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Vou me ater somente ao
último estratagema do poder para refletir sobre a postura do governo Bolsonaro diante
do problema da pandemia relacionada ao coronavírus. Antes de continuar, há que
se entender o que é o duplipensar. Orwell assim o define:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Saber e não saber, ter consciência
de completa veracidade ao exprimir mentiras cuidadosamente arquitetadas,
defender simultaneamente duas opiniões opostas, sabendo-as contraditórias e
ainda assim acreditando em ambas; usar a lógica contra a lógica, repudiar a moralidade
em nome da moralidade (...). Até para compreender a palavra duplipensar era
necessário usar o duplipensar (ORWELL, George. <i>1984</i>).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">É possível uma tal forma
de pensar? Este raciocínio de Orwell só é possível na sociedade por ele
imaginada, com aquele futuro sombrio e autoritário? Ou será que o duplipensar
está tão entranhado em nosso cotidiano, que nós o usamos ou o vemos sendo usado
a todo momento e nem o percebemos?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Já estamos em 2020, 36
anos depois de 1984. Talvez a distopia já se tenha concretizado e estamos tão
enterrados nela que nem ao menos conseguimos perceber que a novilíngua é
reinventada a todo o momento. Veja o que fez o capitalismo contemporâneo, com
seu arsenal de novas palavras: “empreendedorismo”, “gestão de carreira”,
“inteligência emocional”... E o controle do passado? Já acontece? Os
revisionismos históricos estão aí para provar: holocausto não existiu, nazismo
era de esquerda, ditadura militar no Brasil não existiu ou não foi assim tão
violenta etc. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E o duplipensar? É real?
É possível afirmar coisas contraditórias, uma negando a outra e mesmo assim
acreditar que ambas são verdadeiras? É possível mentir, acreditando realmente dizer
a verdade? É possível ser ilógico usando a lógica? Imoral defendendo a
moralidade?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Parece-me que a atitude
do governo federal, em sua disputa política com os governos estaduais, setores
do capital comunicacional (Rede Globo, Jornal Folha de São Paulo etc.), o bloco
progressista em peso (partidos de esquerda, sindicatos, alguns setores da intelectualidade
etc.) utiliza exatamente o duplipensar. A distopia de Orwell não se realizou
num Estado ditatorial, com partido único, sob a égide e mão de ferro de um
suposto Big Brother (que não é o da Rede Globo). Ocorre numa tal democracia
neoliberal, pluripartidária, com liberdades (de imprensa, de reunião, de
pensamento etc.). Claro, são todas liberdades formais, que não existem
concretamente para todos. Talvez esta seja a única diferença entre a sociedade
fantástica imaginada por Orwell e o absurdo da realidade em que vivemos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E como o governo mente,
acreditando dizer a verdade? Como ele diz coisas opostas acreditando serem
ambas verdadeiras? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Uma amostra grátis
permite compreender o que estou dizendo. Bolsonaro e a equipe econômica do
governo afirmam que é preciso cuidar da questão (“cuestão”) do emprego e da
economia da mesma forma que da “cuestão” da saúde. No atual contexto (em que
não existe vacina nem tratamento), do modo como o governo entende o problema,
constitui de fato uma oposição, embora ele diga o contrário. Fazer como defende
o governo (isolamento vertical, ou seja, só grupos de risco) e relaxar as
restrições para os demais grupos é falso, pois a contaminação se estenderia aos
grupos de risco e <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>como vem sendo
demonstrado, pessoas fora do grupo de risco também vem apresentando problemas
graves por causa da Covid-19. No final das contas, trata-se de uma imposição do
capital para a retomada da acumulação, e isto, no atual contexto, dar-se-á em
detrimento da saúde do trabalhador, que será exposto ao vírus para manter seu
emprego, ou seja, garantir a reprodução do capital. O governo dizer, portanto,
que vai cuidar da “cuestão” da saúde e da economia e emprego simultaneamente é
uma mentira, apesar de seu tom verdadeiro e grave. Talvez ele acredite nisto
realmente, ou seja, seu pensamento já emprega o duplipensar. Pode ser que seja
só um mentiroso mesmo, o que é mais provável.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Esta não é, contudo, uma
característica específica do governo Bolsonaro, pois o duplipensar, sob formas
discursivas diferentes, com vínculos partidários e interesses determinados,
sempre existiu no capitalismo e tem que existir enquanto forem as relações
capitalistas dominantes. Isto se deve ao fato de a verdade não poder ser dita
em sua totalidade, pois revelaria os interesses da classe capitalista, que não
são idênticos aos interesses das demais classes. Assim, necessariamente, este
duplo tem que aparecer. Ou seja, dizer-se uma parte da verdade, escondendo-se a
outra. Convencer a todos que esta parte da verdade é toda a verdade é o próprio
“duplipensar”. A arte de mentir acreditando dizer a verdade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No que refere ao caso
brasileiro, o mais problemático é que parcelas significativas da população, algumas
devido suas condições materiais de existência (almoçar e jantar, pagar as
contas no final do mês etc.), outras devido posicionamento político acrítico
pró-Bolsonaro, e ainda outras por interesses econômicos mais ou menos
mesquinhos, realmente empregam o duplipensar, sem mesmo o saber. Aceitam as
duas proposições contraditórias e acham que ambas são verdadeiras. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Eis o drama de nossos
dias. Contudo, para as classes inferiores em geral, e para o proletariado em
particular, a lógica do duplipensar não interessa. Interessa-os outra lógica,
outro discurso, outra prática, outra vida, outra alternativa. Cuidar da saúde
ou morrer de fome? Cuidar do emprego ou morrer de Covid-19? Isto não é escolha,
é chantagem. São todas oposições que reproduzem a sociedade burguesa. Interessa
aos trabalhadores abolir estas oposições. Interessa-os, abolir a sociedade
existente. Interessa-os, portanto, a luta contra a ordem estabelecida e a
constituição de outras relações sociais, estas sim, humanizadas!!!<o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-79257207147970781262020-05-05T07:01:00.001-07:002020-05-23T09:35:25.608-07:00Minicurso "Luta de Classes e Projeto Autogestionário", com Nildo Viana<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1FImFXdlAuWQ_dIiwi0AMFECuFNxhGHAkAAX56ndb30_o0hiZ14e-A9MpzfhjsFykBgffcjtp0aFs_JZQrYx9nVDMNapRB7dLa3PWfr8yUjjytYVY4i4nviMp3GPXu6dMYmf7Faa2z5wd/s1600/Cartaz+Minicurso+POA+052020.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="904" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1FImFXdlAuWQ_dIiwi0AMFECuFNxhGHAkAAX56ndb30_o0hiZ14e-A9MpzfhjsFykBgffcjtp0aFs_JZQrYx9nVDMNapRB7dLa3PWfr8yUjjytYVY4i4nviMp3GPXu6dMYmf7Faa2z5wd/s640/Cartaz+Minicurso+POA+052020.jpg" width="452" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<br />
No dia 23 de Maio o Movaut promoverá o Minicurso "Luta de Classes e Projeto Autogestionário", com Nildo Viana. O minicurso é promovido pelo Movaut - Movimento Autogestionário, com apoio e organização de militantes de Porto Alegre/RS.<br />
<br />
O curso será das 14:00 até às 18:00 via Conferência Web RNP*.<br />
<br />
O link para acesso será postado aqui, no dia do curso, às 13:30.<br />
<br />
Para participar via RNP:<br />
<a href="https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/nildo">https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/nildo</a><br />
<br />
Para assistir (sem participação) via youtube:<br />
<a href="https://youtu.be/0ZNo93-mglE">https://youtu.be/0ZNo93-mglE</a><br />
<br />
Aqui um tutorial para quem for acessar o RNP pela primeira vez.<br />
É muito simples e pode ser feito usando conta do Facebook ou Google.<br />
Basta clicar no link acima e escolher uma dessas opções. Para quem já participa e tem conta institucional, pode acessar por sua conta<br />
<br />
TUTORIAL:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/29nr0B2Pp5s/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/29nr0B2Pp5s?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<br />
<br />
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-86743041670997396402020-01-25T05:28:00.003-08:002020-01-25T05:28:35.647-08:0030 anos de lutas autogestionárias<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7JMKT9Iskt6ye8AgmvYYtEiMnhms433022l5vmvyhBtKzxG0KLjPrWpY0QB5uiDQSZLpQrMpEgnNMCSgdDjpWYr7aqHH9-T8mu9P7_VNkh5mWBhsWpzapp1rIL4suJ0Sr40cQQ9EUd2kg/s1600/1647e761-1b0c-47f2-a8ae-2763d0361be8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1034" data-original-width="739" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7JMKT9Iskt6ye8AgmvYYtEiMnhms433022l5vmvyhBtKzxG0KLjPrWpY0QB5uiDQSZLpQrMpEgnNMCSgdDjpWYr7aqHH9-T8mu9P7_VNkh5mWBhsWpzapp1rIL4suJ0Sr40cQQ9EUd2kg/s640/1647e761-1b0c-47f2-a8ae-2763d0361be8.jpg" width="456" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O MOVAUT completou, em 2019, 30 anos de lutas autogestionárias. O Movaut surgiu em Goiânia, em 1989, e depois de assumir alguns nomes até chegar ao definitivo Movimento Autogestionário, atuou no movimento estudantil, movimento negro e lutas políticas na cidade de Goiânia no final dos anos 1980 e início da década de 1990, pasando a realizar atividades como publicações, panfletagens, cursos, entre outros, bem como se expandiu para outras cidades do Estado de Goiás e outros Estados do Brasil.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Abaixo passamos um link para uma edição comemorativa dos 30 anos do Movaut da Revista Enfrentamento. Clique na capa e terá acesso à Revista, que disponibiliza materiais históricos do Movaut produzidos nesse período de 30 anos.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://redelp.net/revistas/index.php/enf/issue/view/118/showToc" target="_blank"><img border="0" data-original-height="922" data-original-width="652" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHFsFOHlOlKbKf2NZwHsZgJZqu0PCyJuGvMyjDvsvhoLbI8fnELvmWO7uGyLZ7E77krkqkx0yYH6IqrrtnUFoFaErNUmMapdnbqebBFGZFB2gMScE38-5u3uehl0zQxUKlX-yRK-0Ku7GP/s320/capa+enfrentamento+30+anos.png" width="226" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Clique na imagem para acessar a revista.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-9239217422858572542019-09-13T09:49:00.002-07:002019-09-13T09:49:37.588-07:00A POLÍTICA BURGUESA NÃO É UM JOGO DE FUTEBOL<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-CL02CMa_tW4_Aa4RvNPM0y_GQKvkuTXjZRAiAnE33_HzStZFlxQsfDASn7dS2YI3q11rLzTxNlDW7zekp5kmJpZtSWpCFypGALl21PMeMXkPDh6XxmBOtwuAvQWKL5pGKVi2HzdPfVFA/s1600/636_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="239" data-original-width="211" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-CL02CMa_tW4_Aa4RvNPM0y_GQKvkuTXjZRAiAnE33_HzStZFlxQsfDASn7dS2YI3q11rLzTxNlDW7zekp5kmJpZtSWpCFypGALl21PMeMXkPDh6XxmBOtwuAvQWKL5pGKVi2HzdPfVFA/s400/636_n.jpg" width="352" /></a></div>
<div align="center" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div align="right" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: right; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: #1c1e21;">Rubens Vinícius da Silva<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: #1c1e21; mso-no-proof: yes;"><!--[if gte vml 1]><v:shapetype
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</v:shapetype><v:shape id="Imagem_x0020_1" o:spid="_x0000_i1025" type="#_x0000_t75"
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</v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><!--[endif]--></span><span style="color: #1c1e21;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: center; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: #1c1e21; mso-no-proof: yes;"><br /></span></div>
<div style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: #1c1e21;">Há muita gente que diz estar torcendo "contra"
ou mesmo torce "a favor" do governo Bolsonaro. O mesmo se observa com
relação à prisão do ex-presidente Lula, bem como às demais disputas no interior
das burocracias partidária, sindical, estatal e governamental. Afinal de
contas, é possível sair desse círculo vicioso que é a política burguesa?<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: #1c1e21;">O grande problema de tal pensamento (simplista e
reducionista, diga-se de passagem) é descon<span class="textexposedshow">siderar
o fato de que, no jogo de cartas marcadas que é a política institucional no
capitalismo, a classe dominante - independente de quem ocupar o poder de
estado, seja "progressista" ou conservador - sempre está ganhando de
goleada.</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: #1c1e21;">Daí a necessidade de intensificar a luta cultural,
evidenciando que seja qual for o político profissional, sua respectiva
ideologia e partido político que esteja no poder, todos atuam no sentido de
garantir a reprodução ampliada do capital e a manutenção das relações de exploração
e dominação de classe características do capitalismo.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: #1c1e21;">Há uma forte tendência a greves e radicalização das lutas
sociais, em virtude das medidas do governo atual (que como todos os demais só
age no sentido de satisfazer e gerir os negócios comuns da burguesia). Contudo,
tais movimentos grevistas tendem a emergir controlados pela burocracia
sindical, estudantil e partidária, as quais têm interesses próprios, vinculados
à manutenção da sociedade atual. Em virtude disso, é fundamental constituir
outras formas de organização, autárquicas, onde inexista a cisão entre
dirigentes e dirigidos, bem como a reprodução da divisão social do trabalho.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: #1c1e21;">Somente com a articulação e generalização da
auto-organização, aliada ao projeto autogestionário - ou seja, a um projeto de
transformação total e radical do conjunto das relações sociais capitalistas -
será possível avançar na denúncia de todos os governos, partidos e demais
organizações burocráticas, que dissimulam seus verdadeiros interesses
(conquista e manutenção de seus privilégios de classe) e professam interesses
falsos (representar o "povo", ou os "oprimidos").<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: #1c1e21;">A política burguesa não é um jogo de futebol: mais do que
torcer - contra ou a favor - de determinado governo, partido ou político
profissional, é essencial demonstrar que não devemos nos deixar dominar pela
aparência dos fenômenos. É preciso negar e denunciar radicalmente o jogo de
cartas marcadas que é a política institucional no capitalismo e se
auto-organizar, visando constituir outra sociedade, com outras regras e que não
se fundamente mais na competição, mercantilização e burocratização das relações
sociais.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 4.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.5pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="color: #1c1e21;">Para finalizar, é sempre bom relembrar a letra da canção,
na qual as supostas diferenças entre esquerda e direita, direitos e deveres, os
patetas e os poderes explicitam que se trata de dois lados da mesma moeda
chamada capitalismo: "nossos sonhos são os mesmos há muito tempo, mas não
há mais muito tempo pra sonhar."<o:p></o:p></span></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-58614796889109429002019-06-14T06:41:00.000-07:002019-06-14T06:46:59.764-07:00Contra os cortes na educação e a reforma previdenciária!!!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<b>Contra os cortes na educação e a reforma previdenciária!!!</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
O atual governo, por meio de seu Ministro da Educação, cortou 30% dos recursos das universidades e institutos federais, o que inviabiliza o trabalho destas instituições já no segundo semestre de 2019. Também, cortou 47% do Fundo Nacional para Educação Básica – FUNDEB, o que implicará em mais precarização das escolas e do trabalho das professoras e professores da educação básica em todo o Brasil. Essas medidas atendem apenas aos interesses do capital e são contra as necessidades da população, pois existem outros setores em que os gastos poderiam ser cortados <b>Tais políticas só precarizam ainda mais a educação estatal (pública).</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o mais dramático para os trabalhadores ainda está em tramitação no Congresso Nacional, a reforma previdenciária. Justificada por argumentos conhecidamente mentirosos, implicará no aumento da idade para se aposentar (podendo chegar até 70 anos), redução para 400 reais do valor do BPC – Benefício de Prestação Continuada, insegurança para quem recebe algum auxílio do INSS, diminuição das pensões por morte etc. Assim, se você recebe ou tem amigos e familiares que recebem alguns destes benefícios, saiba que estão ameaçados. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa política deu errado em todos os países onde foi implantada (a exemplo do Chile, país com maior índice de suicídio entre idosos, pois mais da metade recebe menos de um salário mínimo). Não há nenhum indicativo de que dará certo aqui também. O que é evidente é o interesse dos bancos em abocanhar os bilhões que a Previdência gera todo ano. <b>A reforma previdenciária beneficia o capital e prejudica as classes trabalhadoras.</b></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<b>Qual deve ser a posição dos trabalhadores e estudantes?</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
As classes trabalhadoras devem se posicionar diante do que está acontecendo. Precarizar ainda mais a educação, significa piorar as condições de estudo dos filhos dos trabalhadores. Destruir a previdência, significa impedir os idosos das classes trabalhadoras o acesso à aposentadoria, auxílio doença, pensão etc. <b>A classe capitalista e seu estado efetivam uma luta contra as classes trabalhadoras e essas devem reagir lutando contra o capital.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os velhos sindicatos e partidos políticos estão de tal modo preocupados com a garantia de seus interesses, que são uma barreira à luta dos trabalhadores. Não devemos confiar nos sindicatos, pois servem aos próprios interesses e estão aliados ao capital. Os partidos políticos? Embora falem em nome do “povo”, estão de olho nas próximas eleições, na busca por cargos, poder, interesses financeiros etc.</div>
<br />
<b>Assim, partidos políticos e sindicatos devem ser abandonados e superados!!!!</b><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Criemos nossas próprias organizações em nossos locais de trabalho, de estudo, de moradia. Criemos espaços de estudos, reflexões e articulação para constituir alternativas políticas. Os trabalhadores devem combater as nocivas políticas governamentais e para isso devem ampliar sua consciência do que está em jogo e criar comitês de luta popular para efetivar ações e pressões contra elas. Somente assim podemos combater os retrocessos e criar espaço para avançarmos rumo à transformação social e solução definitiva dos problemas sociais. O Movimento Autogestionário (MOVAUT) se coloca à disposição para contribuir com este processo.</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<b>Contra o estado e o capital!</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Pela auto-organização dos estudantes e das classes trabalhadoras!!</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Lute pela Autogestão Social!!!</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>MOVAUT - Movimento Autogestionário – http://movaut.blogspot.com/</b></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-59762656030859042702019-05-13T13:11:00.002-07:002019-05-13T13:43:00.369-07:00CONTRA O PERSONALISMO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: right;">
<b>TEXTOS E DEBATES</b></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsl-RMEYDiwrEFYO9DKVKVaDV37cwg_1HxX9gK4zDbcWYgQwTlVy3Vs9rEMQubBn4QAOKeyi8ix9mG_VrvNUW5RXsbvgZXHDF0Fnr0LTsK22h_QdCC6O9NzS_Pc-i1xO2voJgzhMpbrBET/s1600/napoleon_bonaparte_based_on_bb.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="256" data-original-width="350" height="234" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsl-RMEYDiwrEFYO9DKVKVaDV37cwg_1HxX9gK4zDbcWYgQwTlVy3Vs9rEMQubBn4QAOKeyi8ix9mG_VrvNUW5RXsbvgZXHDF0Fnr0LTsK22h_QdCC6O9NzS_Pc-i1xO2voJgzhMpbrBET/s320/napoleon_bonaparte_based_on_bb.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<b>CONTRA O PERSONALISMO</b></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
Rubens Vinicius da Silva</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O personalismo (entendido aqui como o processo no qual se efetua um isolamento fantástico de um ou mais indivíduos do conjunto das relações sociais concretas e específicas de um território e contexto sócio histórico) é um grande entrave na compreensão dos fenômenos sociais e da história humana. Tal história tem sido, nas sociedades de classes, a história das ilusões.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, para superá-las, não se trata de criticar ou denunciar um ou mais membros da polícia, do governo, do partido/sindicato x ou y, e sim entender as relações sociais fundamentais que se dão dentro e fora dessas instituições como um todo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O personalismo liga o desenvolvimento das sociedades, suas mutações e de suas lutas históricas às façanhas ou mentes e ideias “geniais” de “grandes personalidades”: tal procedimento intelectual vai ao encontro da perspectiva burguesa, que ignora a constituição histórica e social dos seres humanos, seu pertencimento de classe, valores, ideias, sentimentos e mentalidade. Ademais, isola determinadas características desses indivíduos (geralmente membros das classes superiores) e abandona o ponto de vista da totalidade: são os seres humanos reais, históricos e concretos que travam suas lutas e, desse modo, fazem a história a partir das condições legadas do passado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A luta cultural assume papel importante no combate ao personalismo: isso porque resgata as lutas de classes, os interesses das classes (do proletariado em especial, a classe potencialmente revolucionária de nosso tempo) e setores que contestam a sociedade capitalista. Além disso, é a partir da luta cultural que se denuncia como o ponto de vista que reproduz a concepção da história fundada na ação grandiosa de “grandes indivíduos” em realidade diz muito sobre a necessidade de manutenção das relações de exploração e dominação características da sociedade moderna.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, é fundamental fazer avançar a formação intelectual e política das classes inferiores e demais setores contestatários, no sentido de se organizar não contra o governo, a polícia, ou o partido político de x ou y e sim contra os fundamentos da sociedade capitalista e da sua totalidade, uma vez que são as relações sociais capitalistas as geradoras da miséria psíquica, cultural e material que aflige a humanidade. Dessa forma, a revolução proletária não busca eliminar indivíduos ou culpá-los isolada e moralmente por todas as relações sociais capitalistas e sim destruir as instituições, organizações e o conjunto dessas relações sociais, marcadas pela exploração, alienação e dominação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No capitalismo, as organizações dominantes são as que se baseiam na divisão do trabalho entre dirigentes e dirigidos, relação social que é fundamental na manutenção das sociedades de classes. Nessas organizações o personalismo se manifesta no fato de os seus eventuais avanços e recuos na dinâmica organizacional serem atribuídos aos indivíduos que pertencem à classe dominante ou aos membros das frações de suas classes sociais auxiliares, em detrimento da negação aberta das contradições, conflitos e tensões existentes em virtude das lutas concretas ocorridas no seu interior. Nesse sentido, os vínculos daqueles que possuem os cargos de direção (e, por conta disso, tomam as decisões e fixam os objetivos no seio das organizações burocráticas) com os membros da classe dominante é mais do que nítido, de modo que os exemplos recentes proliferam.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Da mesma maneira, o aniversário de algumas experiências históricas e processos sociais dá a possibilidade de confirmar que a deformação da história efetuada por intermédio do personalismo tem se repetido: ora como tragédia, ora como farsa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ou seja, a grande questão é fomentar outras formas de organização, especialmente entre os trabalhadores produtivos, o proletariado, assim como nas demais classes e outros setores da sociedade que contestam o capitalismo. Não há como lutar pela superação do capitalismo reproduzindo a sua dinâmica; deste modo, a auto-organização deve ser um princípio fundamental das lutas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas não ela como um fim em si: é preciso articular as lutas e lutadores reais, que se formam em oposição direta aos partidos e sindicatos, com um projeto de abolição e superação da sociedade capitalista. Não há como ter unidade com os inimigos de classe: mesmo aqueles que aparentam ser mais próximos e íntimos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É por aí que passa o avanço num sentido revolucionário: o horizonte da transformação também passa pelo resgate das experiências históricas de luta, demonstrando o papel contrarrevolucionário de partidos e sindicatos. São estes últimos que pela ação direta de suas burocracias em determinados momentos históricos oscilam entre a sua função de classe auxiliar da burguesia ou buscam se autonomizar, expressando seus próprios interesses no sentido de se tornar a nova classe dominante, em especial quando do avanço das situações revolucionárias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A história das lutas de classes demonstra que é justamente em períodos de avanço das lutas revolucionárias, autogeridas, que o papel de partidos, sindicatos e do estado se evidencia. Eles têm medo e horror à superação das relações de produção burguesas, pois isso significaria o fim de sua razão de existência, isto é, a de ser uma fração de classe auxiliar dos capitalistas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Apenas combatendo de forma direta o personalismo (e as organizações burocráticas que o sistematizam e reproduzem) e, neste mesmo processo, forjando o embrião de uma sociabilidade e de uma sociedade sem dirigentes e dirigidos, nem exploradores e explorados, é que efetivamente estaremos constituindo um mundo no qual possamos ser socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres, fundado na autogestão social generalizada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
"A revolução proletária tem que destruir um poderoso sistema desde a raiz e criar algo de bem novo à mais larga escala. Para esta tarefa não são adequadas as forças dos partidos e sindicatos. Mesmo as mais fortes organizações são demasiado fracas para isso. A revolução proletária só pode ser obra da totalidade da classe proletária."</blockquote>
<br />
<div style="text-align: right;">
Otto Rühle</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-29505344117695453572019-04-11T14:03:00.000-07:002019-04-11T14:05:10.199-07:00DITADURA, DEMOCRACIA OU AUTOGESTÃO SOCIAL?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: right;">
TEXTOS E DEBATES</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: right;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJjfd_VVOTkbEOMsOUEHQ3AsouD0VZmpZa6uGC95vu5UUjInsTUy25IWmERdnK6uWOmt9EcAUJvT8OJFSy7tQFRaYB5d0X9JxoXAE3zhTZl5RfhKhHmjLmcKQwo_8O3ZXyQRmsWW6ZE1TT/s1600/demodura.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="640" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJjfd_VVOTkbEOMsOUEHQ3AsouD0VZmpZa6uGC95vu5UUjInsTUy25IWmERdnK6uWOmt9EcAUJvT8OJFSy7tQFRaYB5d0X9JxoXAE3zhTZl5RfhKhHmjLmcKQwo_8O3ZXyQRmsWW6ZE1TT/s640/demodura.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: center;">
DITADURA, DEMOCRACIA OU AUTOGESTÃO SOCIAL?</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: right;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: right;">
Lucas Maia</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: right;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
Com toda esta babel em torno da questão da ditadura militar no Brasil, se ela existiu ou não, a consciência e a luta para a superação do capital e do estado recuou. Ao invés de se apontar o fim do estado, defende-se o estado democrático. Ao invés de se lutar pela constituição de outra sociedade (que eliminaria as ditaduras), luta-se para defender a democracia. Esquece-se com isto que a democracia é somente uma das formas de regime político do estado moderno, portanto, do capital.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
Abandona-se assim a luta contra o capital e contra o estado em nome da defesa da democracia. Os setores mais radicalizados, o bloco revolucionário, se entram neste discurso, devem fazer alianças com liberais, social-democratas e toda a esquerda oficial que defende o estado democrático de direito.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
Obviamente que lutar em um estado democrático é menos perigoso que em um estado ditatorial, pois, nas ditaduras (civis ou militares), a repressão estatal é generalizada e tende a perseguir todos os espectros políticos, organizações, indivíduos que se opõem ao poder estabelecido. As chamadas garantias democráticas (direito de organização, liberdade de expressão etc.) são cassadas. Isto não impede, contudo, que a luta na democracia, quando excede o tolerado pelo estado democrático de direito, torne este mesmo estado democrático tão abusivo quanto um estado ditatorial.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
Além disto, as revoluções do século XX provam que elas emergem em qualquer tipo de regime político. Por exemplo, as revoluções russa (1905 e 1917) emergiram contra um estado ditatorial. O mesmo vale, por exemplo, para a revolução portuguesa de 1975, que surge dentro da ditadura de Salazar. Também, nos regimes democráticos, ocorreram importantes processos revolucionários: Revolução alemã de 1918 a 1921, o Maio de 1968 na França. Mesmo dentro do chamado “socialismo real”, na verdade um capitalismo de estado, emergiram importantes processos revolucionários contra as ditaduras dos estados “socialistas”: Hungria em 1956 e 1968, Polônia na década de 1980, etc.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
Resta, portanto, colocar à frente da reflexão e da luta, não os interesses deste ou daquele partido, deste ou daquele regime político (ditadura ou democracia?), deste ou daquele grupo identitário, mas os interesses de classe (o das classes desprivilegiadas em geral e sobretudo do proletariado). Só assim superaremos a sinuca de bico ao demonstrar que para o proletariado, lutar contra a ditadura não implica em apoiar a democracia, pois o que está em jogo é a superação do capital e do estado (logo, de seus regimes políticos também). O que está em pauta, pois, é a constituição de uma nova sociedade radicalmente distinta da existente, fundada na autogestão social.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-top: 6px;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Ou é isto ou se ficará eternamente vítima das chantagens da classe dominante e suas classes auxiliares (burocracia e intelectualidade).</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-47576949592656856432018-10-26T13:39:00.001-07:002018-10-26T13:40:11.694-07:00Dia 28 de outubro vote nulo e lute pela autogestão social!!!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgItK6hu4iIq7L0LAGz7Ev0bLUEfOnJDpQccaVMKwB0dK_gGckEeHaUbSQUd65M5YSRJBzSfCOUUzQnm2Lr-C-KsqbuX1V2UWjh0Ro3eA33yIfwx4p0gXKOjUZ0RJ77ISOa25sk56RBmGJ_/s1600/voto+nulo+autogestion%25C3%25A1rio+movaut.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="960" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgItK6hu4iIq7L0LAGz7Ev0bLUEfOnJDpQccaVMKwB0dK_gGckEeHaUbSQUd65M5YSRJBzSfCOUUzQnm2Lr-C-KsqbuX1V2UWjh0Ro3eA33yIfwx4p0gXKOjUZ0RJ77ISOa25sk56RBmGJ_/s640/voto+nulo+autogestion%25C3%25A1rio+movaut.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
Nem Bolsonaro, Nem Haddad! Vote Nulo e lute pela autogestão social!!!!</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1882851904506915877.post-57033734821402601582018-10-04T12:22:00.001-07:002018-10-04T13:04:45.405-07:00Carta aos revolucionários sobre o antifascismo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3TDYJDbI7ilFmxbZDyHAWmZQwDnd8aD2bh_s1s7z84ndb-yZrlyZYCbjL6cuOI4Y5ZAvYbK7BwxKNr-3bSfw-v0M8udjbtVK9ZC0SCrf2f2ReR6jmgS92GrbQGhrt_asS7-MmCfRKzWxz/s1600/espantalho+fascista.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="540" data-original-width="357" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3TDYJDbI7ilFmxbZDyHAWmZQwDnd8aD2bh_s1s7z84ndb-yZrlyZYCbjL6cuOI4Y5ZAvYbK7BwxKNr-3bSfw-v0M8udjbtVK9ZC0SCrf2f2ReR6jmgS92GrbQGhrt_asS7-MmCfRKzWxz/s640/espantalho+fascista.jpg" width="420" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif; line-height: 150%;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif; line-height: 150%;"><span style="font-size: large;">Carta
aos revolucionários sobre o antifascismo</span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></b></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Alexandra Peixoto Viana<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O antifascismo, encabeçado pelos partidos
políticos da dita esquerda, causa uma polarização simplória e reducionista<span class="MsoFootnoteReference"> </span>[1], necessária para a reprodução do
capitalismo. Quando revolucionários optam por bradar o mesmo grito, nada fazem
além de dar um tiro no próprio pé. Compreendo a intenção, e ela é boa, mas não
é estratégica e mostra insuficiência teórica. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Reforçar esse discurso e, como inevitável
consequência, essa polarização, principalmente em contexto eleitoral, só faz
com que trabalhadores e militantes: 1) temam uma suposta ameaça fascista e, em
reação, votem no “menos ruim”, iniciando enxurradas de discussões acerca do tal
“voto útil” e distanciando-se cada vez mais dos princípios e objetivos
revolucionários; 2) optem por ficar do lado dos semifascistas, reproduzindo
ainda mais discursos de ódio e aumentando as chances de eleição do candidato
tão repudiado pelos partidos de esquerda. Inclusive, quanto mais “ibope” é dado,
quanto mais as pessoas se debatem contra determinado candidato, mais ele cresce
em intenção de voto. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Além da falta de reflexão estratégica, o
antifascismo expressa também insuficiência teórica. A fim de atingir a
autogestão social, nossas energias devem ser sempre despendidas nesse sentido.
Os meios devem apontar para os fins. Além disso, não faz sentido lutar contra o
fascismo no bojo da sociedade capitalista, pois ele, se os capitalistas assim
quiserem ou precisarem, aparecerá por mais que relutemos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Afirmar que estamos sob ameaça de “golpes”,
como no caso do impeachment da Dilma ou da suposta ditadura fascista que, não à
toa, teóricos atrelados ao poder estatal – seja por cargos ou por interesses de
classe, enquanto intelligentsia [2] sustentada por partidos como o PT – tanto
discorrem e teorizam a respeito, é reconhecer que vivemos sob um regime
democrático. Acho que, a essa altura do campeonato, todos sabem que não existe
democracia (no sentido ideal da palavra, como “governo do povo e para o povo”)
no capitalismo. As mudanças políticas que ocorrem estão sempre atreladas ao
interesse da classe capitalista, ou seja, o “golpe” e ditaduras só ocorrem com
seu aval e mediante sua necessidade – eles mandam nas regras do jogo e,
portanto, não há e nunca houve nada de democrático no capitalismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Vale lembrar que o próprio PT já foi acusado de
fascismo por anarquistas: “Pois se o ‘golpismo fascista’ significa desenvolver
a militarização política, hoje o que existe de mais próximo de fascismo no
Brasil é o próprio PT, que reedita leis da ditadura, prende manifestantes e
mata pobres nos campos e favelas” (BLOG UNIÃO ANARQUISTA, 2015). A luta
antifascista, além de seus problemas estratégicos e teóricos, torna-se
redundante e tudo pode ser tido como fascismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ademais, lutar contra a ameaça fantasma de
ditadura não leva a um aumento da consciência de classe, como é pretendido. Ao
contrário, aumenta a animosidade, pois diminui o diálogo e classifica pessoas,
que podem ser apenas desinformadas ou levadas pelo que leem nas correntes de
WhatsApp e Facebook, como fascistas cruéis. Sabemos que as coisas não são tão
simples e que essas categorizações são pobres. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Por mais que pareça uma boa ideia, o
antifascismo jamais vislumbrará algo além do capitalismo. Nesse esteio, a única
forma de combater o fascismo é fortalecendo as pautas revolucionárias,
estimulando o proletariado – ou seja, quem produz e tem potencial de
transformar radicalmente a sociedade – a ter consciência dessa potencialidade.
A luta cultural é nosso principal meio de conseguir algo, através do estímulo e
apoio aos trabalhadores e suas associações auto-organizadas. Isso não pode ser
feito a partir de uma denúncia do fascismo, mediante as argumentações
supracitadas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Assim, me parece muito mais interessante e
eficaz – ao invés de discursar contra um determinado candidato ou
posicionamento político – discutir o Estado e suas implicações, sua função na
manutenção da exploração e sua inevitável finalidade de nos manter
trancafiados, calados, calejados. O voto é, para nós, uma ilusão, e esse ideal
sobressai ao medo de um candidato X ou Y por ser fascista – por mais que este
seja, de fato, assustador. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em suma, quanto mais denunciamos o fascismo,
mais força ganham os discursos de ódio, aumenta-se a polarização política vazia
de sentido e fortalece-se o modo de produção capitalista. Toda essa animosidade
entre nós mesmos não leva a lugar algum, só retardada o movimento e mantém tudo
como está. Lembremos que a autocrítica é uma das nossas mais necessárias
ferramentas em tempos de exacerbado egocentrismo, e a exercitemos.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>É preciso não esquecer do objetivo principal
e final da nossa luta: a emancipação humana. Para isso, não podemos nos deixar
levar por modismos ideológicos ou pelo medo. Precisamos enxergar o todo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Notas<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[1] A polarização “esquerda versus direita” é
simplória e reducionista, uma vez que não enxerga além das estruturas de poder
estatais e das relações de produção contemporâneas, intrínsecas ao modo de
produção capitalista. Ou seja, apoiar partidos de esquerda não é ser
revolucionário, uma vez que não se propõe a mudança radical da sociedade, mas,
ao contrário, a aceita e se contenta com pequenas reformas. Sobre isso,
poderíamos discorrer ainda acerca da vanguarda e outros discursos partidários
contrarrevolucionários.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[2] Intelligentsia é um conceito exposto por
Makhaïski. Ela é caracterizada como um exército de trabalhadores intelectuais
que se aproximam, por seu nível de vida, da burguesia. Não constitui um
proletariado instruído, como quiseram afirmar alguns ideólogos, como Kautsky. A
intelligentsia é responsável por propagar ideologias (falsas formas de
consciência sistematizadas) que convém ao interesse de manter os privilégios
(manutenção de cargos e salários, incluindo cargos acadêmicos) e, portanto,
está atrelada aos interesses de capitalistas e burocratas. Ou seja, é uma
classe auxiliar da burguesia, a classe dos intelectuais. O ideal desta classe é
a transferência dos meios de produção ao Estado, reduzindo a luta operária à construção
de um “socialismo de Estado”, no qual fariam parte da nova burocracia e
aumentariam sua parte na partilha da mais-valia global (TRAGTENBERG, 1981).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Referências
<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">BARROT, Jean. O antifascismo é o pior produto
do fascismo. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Revista Marxismo e Autogestão</i>,
número 4, jul./dez. de 2015.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">MAKHAÏSKI, Jan Waclav. O Socialismo de Estado.
In: TRAGTENBERG, Maurício (org.). <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Marxismo
Heterodoxo</i>. São Paulo: Brasiliense, 1981.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">TRAGTENBERG, Maurício (org.). <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Marxismo Heterodoxo</i>. São Paulo:
Brasiliense, 1981.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">BLOG UNIÃO ANARQUISTA. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Os presos políticos do PT</i>. Disponível em: <span class="MsoHyperlink"><a href="https://uniaoanarquista.files.wordpress.com/2015/02/cdp71.pdf">https://uniaoanarquista.files.wordpress.com/2015/02/cdp71.pdf</a></span>
(acesso em outubro de 2018).<o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
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