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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

ABAIXO A REPRESSÃO CONTRA OS TRABALHADORES MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO DE GOIÂNIA

A criminalização dos movimentos sociais faz parte da história do Brasil. Recentemente o município de Goiânia escreveu mais uma página dessa triste história: os professores, funcionários administrativos e agentes educacionais que iniciaram uma greve em 2010, foram espancados e presos pela guarda municipal, sofrendo processos pela mesma, mesmo tendo sido absolvidos dessas acusações.
No entanto, em 2011 as retaliações em relação à greve atingiram a esfera federal, pois o Procurador Geral da República, Ailton Benedito de Souza, decidiu processar os professores, funcionários administrativos e agentes educacionais, por desacato a autoridade. A sua decisão foi motivada por uma ação, onde um grupo de grevistas foi recebido no Ministério Publico Federal, visando repassar e cobrar algumas denúncias a respeito de superfaturamento e desvio de verbas federais da prefeitura de Goiânia em sua administração atual (PMDB/PT). Porém, as respostas evasivas do Procurador Geral, fizeram com que esse grupo se retirasse do local. Esse fato desencadeou a reação de indignação do referido Procurador, que abriu um processo federal, no qual coube a policia federal investigar o fato.
A situação atual é a seguinte: os professores da rede municipal continuam sem receber o piso nacional, fixado pelo próprio governo federal, os administrativos permanecem recebendo menos de um salário mínimo, sem nenhum direito a substituição quando doentes ou de licenças médicas, os agentes educacionais continuam recebendo como administrativos, mesmo tendo feito o concurso para professor com magistério. Dia após dia vemos as escolas da rede municipal ainda mais sucateadas, a merenda escolar perdendo a qualidade necessária e não vemos, no entanto, a atuação do Ministério Público Federal frente a esses problemas. Quais seriam então os motivos pelos quais o Ministério Público não atua na defesa de uma educação pública de qualidade para classe trabalhadora? Por que esses problemas que afetam os filhos da classe trabalhadora não têm a devida preocupação por parte desse órgão? Por que será que para processar grevistas, existe tamanha disposição? A verdade é que no Brasil os denunciantes acabam virando réus e os que deveriam ser intimados e processados continuam a gozar dos respaldos e privilégios sociais.

Movimento Independente dos Trabalhadores em Educação

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