http://www.enfrentamento.net/enf21.pdf
EDITORIAL
Os artigos reunidos no presente número da Revista Enfrentamento são
dedicados à análise do estado e do seu devir durante o processo revolucionário. A
perspectiva presente em todos os textos manifestam o ponto de vista proletário, ou seja,
do proletariado como classe autodeterminada, revolucionária. Apontam, portanto, para o
processo de transformação radical da sociedade capitalista. Este é solo sobre o qual todos
os autores semeiam suas ideias.
De um ponto de vista proletário, a única proposta para a instituição estatal é
sua completa abolição. A revolução proletária tem necessariamente que chegar a esta
conclusão. Conclusão do processo histórico, porquanto teoricamente já está por demais
sedimentada. A realidade está aquém da teoria. Isto quer dizer unicamente que conceber
teoricamente a demolição do estado, compreender teoricamente seu processo de
dissolução não implica em hipótese alguma que necessariamente ele será abolido. Sua
abolição é tão somente uma tendência histórica, manifesta na luta revolucionária do
proletariado. Enquanto tendência, não quer dizer em absoluto que necessariamente irá se
confirmar. É a luta de classes que definirá tal destino. Como se vê, o ponto de vista de nossa
Revista, logo, do Movimento Autogestionário, não se assemelha em nada às teses
deterministas pseudomarxistas que veem uma revolução proletária inevitável, decretada
teoricamente (melhor, ideologicamente), tal como se vê nas vulgatas sob influência
stalinista e outras.
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