sábado, 2 de dezembro de 2017

Reflexões Autogestionárias 01: "Greves" Sindicais ou Autogestão das Lutas?

GREVE, QUE GREVE? CONTRA AS BUROCRACIAS E A FALSA POLARIZAÇÃO BURGUESA: A FAVOR DA AUTOGESTÃO DAS LUTAS

Por Rubens Vinícius, 28/11/2017

Em 5 de dezembro deste ano, teremos a última das três tentativas desesperadas da burocracia partidária e sindical, levando de arrasto seus militantes e simpatizantes, bem como os dirigidos e controlados dentro de tais organizações, de produzir uma "greve geral". É muito interessante perceber como que nas ocasiões anteriores (28 de abril e 30 de junho: mês que vem dificilmente acontecerá algo fora do "roteiro"), não havia nenhuma ressonância entre o discurso dos burocratas reformistas e a miserável realidade concreta das classes exploradas.

Tal conclusão aponta para algumas questões: a) sendo cada vez mais nítido o esgotamento e descrédito dos trabalhadores em geral frente aos partidos e sindicatos, como os revolucionários devem se posicionar? b) é possível fomentar outras formas de organização e objetivos que não se limitem ao contexto atual, marcado pela defensiva ante as reformas neoliberais?

A resposta para a primeira pergunta pressupõe um duplo movimento: em primeiro lugar, trata-se de desenvolver formas de se aproximar do conjunto das classes trabalhadoras, constituindo expressões que superem a falsa polarização burguesa (conservadores x progressistas), na forma de um combate implacável aos partidos e sindicatos. Aliado a isso, devem ser denunciadas todas as propostas que apontam para a reprodução acrítica desta sociedade (as falsas problemáticas em torno da ideologia do gênero, da escola sem partido, eleições 2018, etc.).

Ao mesmo tempo, este movimento necessita criar propostas reais, as quais apontem para a necessidade de auto-organização dos explorados/dominados pelo capital e controlados/dirigidos pelas burocracias. Estas devem se articular com um projeto revolucionário/autogestionário. Ou seja, a auto-organização como um fim em si mesmo (o combate às reformas), não articulada, relacionada e unificada com uma verdadeira greve geral (que, num primeiro momento, remeta para a paralisação dos locais de produção, atingindo a essência do modo de produção capitalista, o mais-valor). A greve deve ser simultaneamente ofensiva (atacando as relações de produção capitalistas) e defensiva (posicionando-se contra as reformas, capitalistas, burocratas e o estado em geral).

Claro está que tudo isso não deve estar pronto e acabado nos próximos dias: existe um tortuoso e longo caminho de luta pela frente. Contudo, se desde já não rompermos radicalmente com todas as ilusões (e aqui me refiro às organizações burocráticas, tais como partidos, sindicatos, estado, empresas, escolas, igrejas, etc., bem como às falsas problemáticas do cotidiano) e enfatizarmos a luta cultural contra a hegemonia burguesa, estaremos fadados aos pequenos círculos de militantes: uma pequena "bolha" de revolucionários.

Uma greve[1] de trabalhadores que se preze não é decretada do alto de um comitê partidário e/ou sindical: ao contrário, ela é produto da luta histórica e concreta dos explorados e oprimidos. Cabe aos revolucionários acelerar e antecipar este processo, generalizando uma propaganda que não tenha compromisso algum com essa sociedade.

A luta contra o capital é uma luta individual e coletiva: todos somos educados para reproduzir a sociedade burguesa. Isso revela a confusão de muitos militantes honestos, os quais diante da atual situação de refluxo do movimento operário e estabilidade da luta de classes, acabam não articulando os objetivos imediatos com o objetivo final da luta proletária: a superação total do conjunto das relações sociais capitalistas.

Assim, cabe aos revolucionários denunciar essa greve fabricada e artificial, onde os verdadeiros interesses não são os dos trabalhadores. O necessário desdobramento de tal ação é intensificar a luta cultural contra a hegemonia burguesa. Do contrário, estaremos fadados à reproduzir as falsas problemáticas, no bojo de uma falsa polarização, a qual caminha de mãos dadas com a continuidade da miserável, injusta e desumana sociedade capitalista brasileira.

A autogestão das lutas pelos próprios explorados rompe com a separação entre dirigentes e dirigidos, fundamento das sociedades de classes. É o embrião de novas e superiores relações sociais, pois são atacadas as bases do capitalismo e neste processo vislumbramos o embrião da sociedade autogerida.

Neste sentido, no que tange aos militantes revolucionários/autogestionários é mais coerente e estratégico o combate simultâneo aos progressistas e conservadores: ou somos radicais, indo à raiz dos processos históricos e sociais, ou então ficamos no limbo e na mediocridade impostas cotidianamente pela burguesia e suas classes auxiliares.





[1] Na verdade não se trata de greve (razão pela qual se usa da ironia e das aspas) e sim de paralisações. Primeiro porque se trata de apenas um dia, geralmente na sexta, aproveitando para prolongar o fim de semana. Se estivéssemos diante de uma proposta de greve real por tempo indeterminado, a chamada para este dia da semana poderia surtir efeitos políticos. Contudo, meras paralisações de um dia, sem qualquer mobilização, não têm nenhum poder de pressão. Aqui mais uma das peripécias das burocracias partidária e sindical se revelam: tais paralisações são apenas para dizer que fazem algo enquanto nada fazem: assim, se ocultam os verdadeiros interesses desta fração de classe, que são controlar e dirigir os trabalhadores.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Exibição do filme "O Jovem Karl Marx" na UFG

Na próxima quarta-feira (4/10), às 8h30min, no auditório Lauro Vasconcelos (Faculdade de História da UFG em Goiânia), haverá a exibição do filme "O Jovem Karl Marx". O evento é gratuito e aberto a quem possa se interessar. Após à sessão, será realizado um debate.



Nova edição da REVISTA ESPAÇO LIVRE


sexta-feira, 22 de setembro de 2017

O filme "O Jovem Marx" chega a Belo Horizonte

Do diretor Raoul Peck (que também dirigiu o documentário "I Am Not Your Negro"), o filme "O Jovem Marx" chega a Belo Horizonte para ser exibido pela pela primeira vez na cidade no próximo dia 29 de setembro de 2017, às 19h, no Auditório Luiz Bicalho, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) da UFMG.
O filme apresenta um olhar sobre a juventude de Karl Marx, da sua esposa, Jenny, e de Friedrich Engels, e o cruzamento entre os três que levou Marx e Engels ao desenvolvimento de novas teorias políticas, atravessando por suas conturbadas passagens entre Paris, Londres e Bruxelas.
O evento é aberto ao público. Após a exibição do filme haverá um debate entre os presentes.


quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Cine Debate Ruptura apresenta: "O Jovem Marx"


NOVAS SESSÕES!!



O filme "O Jovem Marx" foi lançado recentemente e não foi exibido nas salas de cinema de Goiânia. O Ruptura - Espaço Cultural, vai realizar três sessões desse filme acompanhadas de debate, inaugurando o seu evento "Cine Debate Ruptura":

CINE DEBATE RUPTURA

Apresenta...

“O Jovem Marx”, um filme de Raoul Peck sobre o fundador do marxismo.

Em duas sessões:

Dia 31/08 (quinta), às 19 horas.
Dia 01/09 (sexta), às 19 horas.
Entrada: R$10,00

Inscrições: rupturacultural10@gmail.com
As inscrições devem ser feitas até dia 30/08, 23:59 minutos e é necessário que receba um email de confirmação de inscrição, pois são apenas 30 vagas por sessão. Por isso se solicita colocar a sessão de preferência e disponibilidade para outra sessão, como opção, caso já tenha esgotado as vagas.

Promoção: RUPTURA ESPAÇO CULTURAL

Apoio:

NUPAC (Núcleo de Pesquisa e Ação Cultural)

GPDS/UFG (Grupo de Pesquisa Dialética e Sociedade)

NEMOS/UFG (Núcleo de Estudos e Pesquisa em Movimentos Sociais)

NPM/UEG (Núcleo de Pesquisa Marxista)

NEPALM/UFMS (Núcleo de Estudos e Pesquisa América Latina em Movimento).

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Contra o neoliberalismo e as políticas de austeridade


O Estado neoliberal é a forma estatal adequada à etapa atual do modo de produção capitalista. Com diferenças nacionais, pode-se dizer que esta forma estatal se caracteriza por: a) privatização das empresas estatais; b) privatização e/ou redução dos gastos com “serviços públicos” como saúde, educação, saneamento básico etc. e, contraditoriamente, aumento dos recursos com segurança, encarceramento, repressão; c) retirada de direitos trabalhistas; d) políticas de austeridade etc.
As chamadas “políticas de austeridade” do atual governo são a última expressão do Estado neoliberal no Brasil. É o “Estado mínimo” defendido pelos capitalistas e seus ideólogos neoliberais que atuam nos meios de comunicação de massa, nos governos e nas universidades. Estado mínimo em “direitos sociais”, máximo em repressão e entrega dos recursos estatais para os empresários e banqueiros. Mas as políticas neoliberais não surgiram nos últimos meses, elas vêm sendo implantadas no Brasil desde a década de 1990, começando com o governo de Fernando Collor de Mello e continuando com os governos de Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer.
As últimas medidas tomadas pelo governo só confirmam este caráter neoliberal do Estado brasileiro (reforma trabalhista, reforma da previdência, etc.). Contudo, para os trabalhadores, o problema não é o Estado na sua forma neoliberal em particular, mas sim o Estado em geral. A função da instituição estatal, em suas várias formas assumidas ao longo da história do capitalismo, é conter a luta de classes por meio da regularização das relações sociais e da repressão das classes exploradas e oprimidas, garantindo, assim, as condições de reprodução das relações de dominação e exploração. Deste modo, a luta não é somente contra o Estado neoliberal, como defende o bloco reformista (sindicatos, partidos de “esquerda”, etc.), a luta deve ser contra o capitalismo e o Estado em geral, independente da forma que se apresenta e do partido que está no governo.
Nos últimos anos, vem se esboçando no Brasil experiências de lutas que apontam, mesmo que embrionariamente, para isto. A juventude estudantil tem demonstrado grande combatividade e criatividade no enfrentamento das ações de governos que prejudicam as classes desprivilegiadas. As mobilizações espontâneas de maio e junho de 2013 e as ocupações de escolas e universidades nos últimos dois anos são os exemplos mais recentes dessa disposição de luta. À medida que se insurgem contra os aumentos das passagens do transporte coletivo, pelo passe livre, contra o fechamento ou a terceirização das escolas públicas e contra as medidas que limitam os recursos para os serviços públicos, a juventude cria novas formas de luta e de organização, livres das amarras burocráticas das entidades estudantis tradicionais (UBES, UNE, DCE etc.).
Da mesma forma, as classes trabalhadoras desprivilegiadas, em especial o proletariado, devem arrancar suas lutas das mãos das instituições sindicais, dos partidos políticos e dos políticos profissionais. Enquanto estiverem submetidas aos seus “representantes”, as classes trabalhadoras não se constituirão como uma oposição real à radicalização das políticas neoliberais em curso. Só podem constituir tal oposição, através da auto-organização e do desenvolvimento da consciência de seus interesses de classe.
Somente superando a sociedade capitalista é que se vislumbra a solução dos problemas sociais existentes. Não se trata de reformar o capitalismo, mas sim, de superá-lo, estabelecendo em seu lugar uma sociedade radicalmente distinta: a Autogestão Social!
Movimento Autogestionário

sexta-feira, 7 de julho de 2017

O filme sobre o Jovem Karl Marx em Goiânia!



O filme "O Jovem Marx" foi lançado recentemente (trailer abaixo) e não foi exibido nas salas de cinema de Goiânia. O Ruptura - Espaço Cultural, vai realizar três sessões desse filme acompanhadas de debate, inaugurando o seu evento "Cine Debate Ruptura":

CINE DEBATE RUPTURA

Apresenta...

“O Jovem Marx”, um filme de Raoul Peck sobre o fundador do marxismo.

Em três sessões:

Dia 13 (quinta), 19 horas (sem vagas) 

14 (sexta), às 19 horas, (sem vagas).
Dia 15, sábado, às 08:30, (últimas vagas).
Entrada: 10 reais.

Inscrições: gpdsufg@gmail.com
As inscrições devem ser feitas até dia 12, 23:59 minutos e é necessário que receba um email de confirmação de inscrição, pois são apenas 40 vagas por sessão. Por isso se solicita colocar a sessão de preferência e disponibilidade para outra sessão, como opção, caso já tenha esgotado as vagas.

Mais Informações:
https://rupturaespacocultural.blogspot.com.br/2017/07/o-jovem-marx-no-cine-debate-ruptura.html

Promoção: RUPTURA: ESPAÇO CULTURAL

Apoio:


NUPAC (Núcleo de Pesquisa e Ação Cultural)

GPDS/UFG (Grupo de Pesquisa Dialética e Sociedade)

NEMOS/UFG (Núcleo de Estudos e Pesquisa em Movimentos Sociais)

NPM/UEG (Núcleo de Pesquisa Marxista)

NEPALM/UFMS (Núcleo de Estudos e Pesquisa América Latina em Movimento).

sábado, 15 de abril de 2017

domingo, 8 de janeiro de 2017

Novo número publicado da revista marxista autogestionária!


v. 3, n. 5 (2016)

Revista Marxismo e Autogestão 05

Revista Marxismo e Autogestão, vol. 03, num. 05, jan./jun. de 2016.

Sumário

Editorial

Pessimismo e Otimismo Texto Completo
Conselho Editorial 3-4

Marxismo Autogestionário

A Concepção Marxista de Classes Sociais Texto Completo
Nildo Viana 5-20
Marx e Bakunin Texto Completo
Maurício Tragtenberg 21-42

Marx, Marxismo e Marxistas

Karl Korsch: Breve Biografia Intelectual Texto Completo
Paul Mattick 43-60
Marx e a Ideologia Alemã Texto Completo
Otto Rühle 61-66

Análise e Crítica Marxista

O Homem e a Liberdade Texto Completo
Gajo Petrovic 67-73
Reflexões sobre a Utopia e a Revolução Texto Completo
Maximilien Rubel 74-81

Capitalismo e Luta de Classes

O Mundo Vivido e a Impotência da Consciência Texto Completo
Roy Panik 82-88
O Novo Movimento Revolucionário Mundial Texto Completo
Nicos Zagorakis 89-96

Teorias da Autogestão

A Autogestão como Conteúdo do Novo Ciclo Revolucionário Texto Completo
Nildo Viana 97-99

Experiências Autogestionárias

A Revolução Francesa de Maio de 1968 Texto Completo
Alan Woods 100-120

Autogestão e Formação

Autodidatismo e Educação Escolar Texto Completo
Leon Rodriguez 121-127

Escritos Atuais do Passado

A Destruição como Método de Luta Texto Completo
Anton Pannekoek 128-130
Mercado e Crise Texto Completo
Karl Marx 131-133

Polêmicas e Outras Perspectivas

Notas Sobre Trotsky, Pannekoek e Bordiga Texto Completo
Jean Barrot 134-143

Resenhas

Keith Jenkins: Historiografia e Poder Texto Completo
Nildo Viana 144-155